Novos arranjos familiares e homoparentalidade: uma apreciação do jogo da vida “famílias modernas”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n56.11452

Palavras-chave:

Discriminação, Família, Performatividade, Representações sociais, Sexualidade

Resumo

Apesar da compreensão de que os arranjos familiares no Brasil têm mudado, inclusive por dados do último Censo Demográfico (IBGE, 2010), a legislação brasileira ainda é muito ambígua e tendenciosa em sua interpretação ao atribuir conceitualmente à entidade familiar como sendo a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. Desta forma, qualquer concepção que fuja deste padrão estabelece uma dificuldade de se conceber enquanto família por fugir do  convencional estereótipo ‘comercial de margarina’. O não reconhecimento conduz à exclusão e, consequentemente, à violação dos direitos humanos, marginalizando e estabelecendo uma condição de subalternidade a casais que não correspondem à norma instituída. Deste modo, este trabalho propõe-se a realizar uma análise sobre a representação e performatividade de outras entidades familiares abordadas numa edição do Jogo da Vida – jogo de tabuleiro da Estrela – chamada “Famílias Modernas”. No jogo, além da família tradicional, as entidades familiares gay, filho adotivo, independente e filho de divorciados estão presentes nas possibilidades de desenvolvimento de uma pessoa ao longo de sua vida pessoal e profissional. Sendo assim, intentamos analisar em que medida este jogo contribui para o respeito à diversidade, às novas formações familiares e à quebra de padrões e estereótipos perpetuados pela mídia acerca de indivíduos homossexuais ou aqueles que, simplesmente, não têm vontade de manter uma relação estável com outra pessoa.

 

 

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Biografia do Autor

Everton Ribeiro, Instituto Federal do Paraná – IFPR.

Doutor em Educação/Desenvolvimento Humano (UFPR/Universidade do Texas); Mestre em Educação/Cultura e Diversidade (UNICENTRO); Especialista em Estética e Filosofia da Arte (UFPR); Especialista em História, Arte e Cultura (UEPG); Bacharel em Artes Cênicas e Licenciado em Teatro (FAP/UNESPAR); Licenciado em Pedagogia (UNINTER). Professor do Instituto Federal do Paraná, Campus Campo Largo. Possui registro profissional de artista - ator, diretor teatral, figurinista, maquiador e palhaço (DRT 23511). Pesquisa temas relacionados ao Ensino de Arte e à Educação Preventiva, tais como pedagogia do teatro, marcadores sociais da diferença, formação de professores, sexualidade, relações de gênero, LGBTfobia e segurança escolar.

Marcos Antonio Hoffmann Nunes, Instituto Federal do Paraná -IFPR

Possui graduação em Psicologia - Faculdades Integradas de Ourinhos (2011) e graduação em Letras/Inglês pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho (2005). Especialização nas áreas de Cultura, Tecnologia e Ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Gênero e sexualidade pela UERJ/CLAM (Universidade estadual do Rio de Janeiro e Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos. Mestrando no programa de pós-graduação em Psicologia e Sociedade pela UNESP/Assis. Realiza seus trabalhos como psicólogo escolar/educacional no Departamento Pedagogico e de Assuntos Estudantis do Instituto Federal do Paraná IFPR, bem como leciona Psicologia. Atua na área de educação sexual e relações de gênero.

Araci Asinelli-Luz, Universidade Federal do Paraná – UFPR.

Possui graduação em História Natural pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1969), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1987) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2000). Tem especialização em Ensino de Ciências, em Psicodrama Pedagógico e em Prevenção da Violência Doméstica contra criança e adolescente. Atualmente é professor associado 4 junto ao Departamento de Teoria e Prática de Ensino, Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em prevenção do abuso de drogas, gênero e sexualidade, prevenção da violência contra a criança e o adolescente, educação socioambiental, educação em direitos humanos e cultura da paz. Atua na formação inicial e continuada de professores. Membro do PRONEA e da Comissão Nacional do PNLD pela SBPC e ex-secretária regional da SBPC no Paraná por três gestões; foi membro do Conselho e do GT Educação da SBPC. Foi membro da Comissão da Infância e da Adolescência da OABPR(2011-2012) ; foi membro do Conselho Curador da Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias; é membro do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas, pela UFPR. É pesquisadora na linha da cognição, aprendizagem e desenvolvimento humano,do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Setor de Educação da UFPR, orientando teses e dissertações na sub-linha Educação Preventiva Integral e Desenvolvimento Humano e do Programa de Pós-Graduação em Educação Teoria e Prática de Ensino (Mestrado Profissional) . Participa dos seguintes Núcleos e Grupos de Pesquisa: Educação, Ambiente e Sociedade (NEAS); Diversidades e Educação; Núcleo Interinstitucional de Enfrentamento das Dependências Químicas da UFPR- NIED; Núcleo de Estudos de Pedagogia Social da UFPR - NEPS e Pedagogia, Educação e Complexidade. Representante da UFPR no Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil.

Referências

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Publicado

31.03.2021

Como Citar

RIBEIRO, Everton; NUNES, Marcos Antonio Hoffmann; ASINELLI-LUZ, Araci. Novos arranjos familiares e homoparentalidade: uma apreciação do jogo da vida “famílias modernas”. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 56, p. e11452, 2021. DOI: 10.5585/eccos.n56.11452. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/11452. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos