Novos arranjos familiares e homoparentalidade: uma apreciação do jogo da vida “famílias modernas”
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n56.11452Palavras-chave:
Discriminação, Família, Performatividade, Representações sociais, SexualidadeResumo
Apesar da compreensão de que os arranjos familiares no Brasil têm mudado, inclusive por dados do último Censo Demográfico (IBGE, 2010), a legislação brasileira ainda é muito ambígua e tendenciosa em sua interpretação ao atribuir conceitualmente à entidade familiar como sendo a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. Desta forma, qualquer concepção que fuja deste padrão estabelece uma dificuldade de se conceber enquanto família por fugir do convencional estereótipo ‘comercial de margarina’. O não reconhecimento conduz à exclusão e, consequentemente, à violação dos direitos humanos, marginalizando e estabelecendo uma condição de subalternidade a casais que não correspondem à norma instituída. Deste modo, este trabalho propõe-se a realizar uma análise sobre a representação e performatividade de outras entidades familiares abordadas numa edição do Jogo da Vida – jogo de tabuleiro da Estrela – chamada “Famílias Modernas”. No jogo, além da família tradicional, as entidades familiares gay, filho adotivo, independente e filho de divorciados estão presentes nas possibilidades de desenvolvimento de uma pessoa ao longo de sua vida pessoal e profissional. Sendo assim, intentamos analisar em que medida este jogo contribui para o respeito à diversidade, às novas formações familiares e à quebra de padrões e estereótipos perpetuados pela mídia acerca de indivíduos homossexuais ou aqueles que, simplesmente, não têm vontade de manter uma relação estável com outra pessoa.
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