O legado de Paulo Freire à onda neoconservadora: resistência na práxis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n55.15775

Palavras-chave:

Educação popular, Esperança, Neoconservadorismo, Práxis, Resistência

Resumo

O objetivo deste estudo é refletir sobre o legado de Paulo Freire e os processos possíveis de resistência e permanência a partir da educação popular, no enfrentamento à onda neoconservadora. Tem-se como questão de pesquisa como o legado de Paulo Freire poderá contribuir no arrefecimento da atual onda neoconservadora que atinge a sociedade brasileira, em especial o campo da educação? Trata-se de uma análise predominantemente teórica que busca dialogar com os campos político, econômico e social, dando ênfase à educação. No referencial teórico dialogamos com Freire (1967,1980, 1983), Bobbio, Matteucci & Pasquino (1998), Mounk (2019), Apple (2004), entre outros. Ao aprofundarmos essa literatura destacamos três dimensões para compreender o atual momento em que vivemos e destacar possíveis caminhos para a resistência a partir da educação: a trajetória de Freire na construção do inédito viável; a onda neoconservadora na contemporaneidade e a práxis necessária para enfrentar os desafios de uma realidade opressora. Apontamos como possíveis caminhos aprofundar estudos e práticas a partir do legado Freireano, reinventando-o em um processo contínuo de ação-reflexão-ação em busca do sonho na construção da resistência.

 

 

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Biografia do Autor

Nara Vieira Ramos, Universidade Federal de Santa Maria

Licenciada em Matemática pela Universidade Federal de Santa Maria (1990). Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (1997), Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2004), Pós Doutorado em Metodologias Participativas realizado na Universidade Complutense de Madri - Espanha (2012-2013). Professora Associada III do Departamento de Fundamentos de Educação, do Centro de Educação, UFSM. Professora Permanente do Programa de Pós Graduação em Educação, na Linha Práticas Escolares e Políticas Públicas. Pesquisadora do grupo de pesquisa "Filosofia, Cultura e Educação" e Líder Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias, Juventudes e suas Famílias - GEPIJUF. Com experiência na área de Educação. Desenvolve pesquisa com os seguintes temas:escola aberta, juventude, formação de professores, ensino fundamental e médio, participação, metodologias participativas, políticas públicas, crianças, adolescentes, jovens e famílias em situação de risco pessoal e social, Educação e Justiça Social. Coordenadora do Projeto Portal EMdiálogo na UFSM. Membro da Red CIMAS. Membro do Grupo de Investigación Cambio Educativo para la Justícia Social - GICE da Universidade Autônoma de Madri. Autores que dialoga: Paulo Freire, Alberto Melucci, Marília Spósito, Juarez Dayrell, Carlos Rodrigues Brandão, Silvia Koller, Irene Rizzini, Tomás Villasante, entre outros. Representa o Convênio Internacional Marco entre Brasil (UFSM) e Espanha(UCM) na Universidade Federal de Santa. Maria.

Maria Rita Py Dutra, Universidade Federal de Santa Maria

Doutora em Educação (PPGE/ UFSM), Área de Concentração: Políticas Públicas, realizou a pesquisa Cotistas Negros da UFSM e o Mundo do Trabalho, em que a questão norteadora foi ?em que medida ter ingressado como cotista negro no Programa de Ações Afirmativas de Inclusão Racial e Social da UFSM, no período de 2008 a 2015, interferiu na inserção no mundo do trabalho, desses estudantes, após suas formaturas?? Mestra em Ciências Sociais, Área de Concentração: Instituições, Cultura e Globalização (UFSM). Especialização em Supervisão Escolar (FAPAS); Licenciada em Pedagogia. Habilitação: Magistério e Supervisão Escolar (UFRGS); Professora Primária (IEEOB). Está vinculada ao Núcleo de Estudos sobre Memória e Educação-Povo de Clio, coordenado pelo prof. Dr. Jorge Luiz da Cunha. Desenvolveu a pesquisa Rompendo Barreiras: relação entre capital cultural e consciência racial, envolvendo professoras negras que atuam nas séries iniciais, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Participa do GT Negros: discutindo relações étnico-raciais em Santa Maria, vinculado ao Núcleo de Estudos Contemporâneos, do Curso de Ciências Sociais/UFSM. Participou como pesquisadora colaboradora junto ao NECON, atuando como bolsista no Projeto Na Feira: produção, distribuição e consumo entre agricultoras feirantes na Região Central do Rio Grande do Sul. Participou também da pesquisa desenvolvida pelo GT Negros: Locais de Sociabilidade de Negros em Santa Maria. Trabalhou como voluntária no Projeto "O Negro e a Educação", na região de abrangência da 8ª CRE. Participou da direção técnica do Museu Treze de Maio, como diretora do Núcleo de Ação Cultural Educativa (NACE); atuou na defesa dos direitos da criança e do adolescente, no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. Foi presidenta do Conselho Municipal de Assistência Social. No ano de 2007, participou de debates sobre a política de cotas para acesso de estudantes egressos de escola pública, pretos, pardos e indígenas no ensino superior, promovidos pelo DCE/UFSM. Tem experiência na área de Ciências Sociais com ênfase em Antropologia, atuando principalmente nos seguintes temas: racismo, discriminação racial, educação étnico-racial, ações afirmativas, gênero e literatura.

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Publicado

16.12.2020

Como Citar

RAMOS, Nara Vieira; PY DUTRA, Maria Rita. O legado de Paulo Freire à onda neoconservadora: resistência na práxis. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 55, p. e15775, 2020. DOI: 10.5585/eccos.n55.15775. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/15775. Acesso em: 28 mar. 2024.