Artes visuais: experiência de arte indígena na escola

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DOI:

https://doi.org/10.5585/2025.28606

Palavras-chave:

alunos indígenas, arte indígena, identidades e diferenças, interculturalidade

Resumo

O texto apresenta uma experiência educativa na perspectiva da Interculturalidade com a arte educação, a partir da construção de oficina sobre artes dos povos indígenas Tarëno. Faz parte da pesquisa sobre as relações entre estudantes indígenas em contextos de escolas urbanas. Temos como questão norteadora: como os alunos reagem a conteúdos artísticos indígenas que não são os da tradição ocidental, levando em consideração uma escola que tem a presença de alunos indígenas e não-indígenas? Os sujeitos pesquisados são indígenas e não-indígenas da quarta etapa do ensino fundamental EJA de uma escola pública de Macapá-AP. A experiência artística é analisada pela seguinte perspectiva teórica: colonização do imaginário, centralidade da cultura, educação intercultural, identidade e diferença (Quijano, 1992; Hall, 1997; Candau, 2012; 2019; 2016). Os achados apontam que a tradição escolar é resistente à diferença, como o aporte intercultural, conhecimentos indígenas são negados e estranhados. Há entre os alunos de origens culturais distintas várias tensões, porém, notamos que é possível reinventar os fazeres docentes e as relações em sala de aula, com possibilidades interculturais.

O texto apresenta uma experiência educativa na perspectiva da Interculturalidade com a arte educação, a partir da construção de oficina sobre artes dos povos indígenas Tarëno. Faz parte da pesquisa sobre as relações entre estudantes indígenas em contextos de escolas urbanas. Temos como questão norteadora: como os alunos reagem a conteúdos artísticos indígenas que não são os da tradição ocidental, levando em consideração uma escola que tem a presença de alunos indígenas e não-indígenas? Os sujeitos pesquisados são indígenas e não-indígenas da quarta etapa do ensino fundamental EJA de uma escola pública de Macapá-AP. A experiência artística é analisada pela seguinte perspectiva teórica: colonização do imaginário, centralidade da cultura, educação intercultural, identidade e diferença (Quijano, 1992; Hall, 1997; Candau, 2012; 2019; 2016). Os achados apontam que a tradição escolar é resistente à diferença, como o aporte intercultural, conhecimentos indígenas são negados e estranhados. Há entre os alunos de origens culturais distintas várias tensões, porém, notamos que é possível reinventar os fazeres docentes e as relações em sala de aula, com possibilidades interculturais.

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Biografia do Autor

Elenilda Silva de Moraes, Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGED/UNIFAP, Departamento de Educação – DED, Macapá, Amapá, Brasil

Mestra em Educação pelo PPGED-UNIFAP. Formada na licenciatura em Artes Visuais pela UNIFAP. Professora da Secretaria de Estado de Educação/SEED. Especializando em: Educação Intercultural na Amazônia /UNIFAP/Santana.

Adalberto Carvalho Ribeiro, Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGED/UNIFAP, Departamento de Educação – DED, Macapá, Amapá, Brasil

Professor Titular do Departamento de Educação da UNIFAP. Docente permanente do PPGED. Membro do GT 14 da ANPED e pesquisador com ênfase na Sociologia da Educação.

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Publicado

31.10.2025

Como Citar

MORAES, Elenilda Silva de; RIBEIRO, Adalberto Carvalho. Artes visuais: experiência de arte indígena na escola. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 75, p. e28606, 2025. DOI: 10.5585/2025.28606. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/28606. Acesso em: 12 nov. 2025.

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