Literatura Hardware, Leitura software
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n70.26508Palavras-chave:
educação, literatura, tecnologiasResumo
Há, sem dúvidas, uma relevante interferência do desenvolvimento tecnológico nas relações sociais em geral, e nas relações escolares, em particular. Cientes, pois, da existência de uma informação rápida em circulação, nem sempre de qualidade, por que não investir na construção de redes educacionais e de conscientização? É a partir dessa proposição, portanto, que aproveitamos para levantar uma questão importante, mas, não raro escanteada: Neste admirável mundo novo, qual seria a relevância da literatura na formação cultural e intelectual dos jovens em atividade escolar? Nossa hipótese, portanto, é a de que, em sendo a literatura um bem cultural, cujo valor se revela inestimável para a sociedade, tenha ela, naturalmente, o poder de contribuir, sobremaneira, para um desenvolvimento dos alunos, não apenas estético, mas igualmente cognitivo. Tem-se na leitura, portanto, uma forma de integração. Nestes termos, a literatura revela-se, efetivamente, uma ferramenta útil e eficaz para todo e qualquer tipo de aprendizagem; um instrumento didático afável que, aliado a citada irremissível tecnologia, tem a capacidade de atingir, igualmente, a demanda de toda essa nova geração de alunos, de raciocínio não linear e multifocal. Sabe-se que há uma linha tênue entre o real e o fictício. Neste sentido, há de se ver conectados à literatura, não só todos os tipos de estudos sociais, mas toda forma de conhecimento e, pelos meios digitais, ver-se formado um mecanismo de integração entre educandos e sociedade. À guisa de conclusão, é possível chegarmos a um consenso de que os estudos literários não interessam apenas aos linguistas (Leahy-Dios, 2004). São, em verdade, de uma relevância tão fundamental para a educação quanto esta é para a causa do ensinar/aprender a pensar.
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