O desenvolvimento urbano baseado no conhecimento como estratégia para promoção de cidades inteligentes e sustentáveis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/geas.v9i1.18740

Palavras-chave:

Cidades inteligentes e sustentáveis, Desenvolvimento urbano baseado no conhecimento, Desenvolvimento urbano sustentável, Economia do conhecimento, Desenvolvimento baseado no conhecimento.

Resumo

Na era do conhecimento, o rápido progresso tecnológico, especialmente no campo das tecnologias de informação e comunicação, é visto como o principal aliado para responder às crescentes crises ambientais e socioeconômicas urbanas. Nesse contexto, as cidades inteligentes e sustentáveis são aquelas que empregam tecnologia e inovação para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos e a eficiência dos serviços, buscando o desenvolvimento urbano sustentável. Na prática, entretanto, diversos desafios se impõem às cidades que buscam tornar-se inteligentes e sustentáveis. Para agregar as dimensões de inteligência e sustentabilidade, as cidades precisam de soluções desenhadas localmente e planejamento urbano estratégico integrado e equilibrado. Um modelo estratégico aderente a esses requisitos é o Desenvolvimento Urbano Baseado no Conhecimento (DUBC), que articula quatro domínios de desenvolvimento baseado no conhecimento (econômico, social, espacial e institucional) para um processo de transformação urbana de longo prazo, no contexto da nova economia do conhecimento e da competitividade global. Por meio de revisão de literatura, este artigo tem como objetivo apresentar e discutir os principais aspectos conceituais e de aplicação do DUBC como uma abordagem estratégica para a promoção de cidades inteligentes e sustentáveis. Os resultados indicam que o DUBC pode contribuir ao oferecer uma abordagem multidimensional e integrada para o planejamento urbano estratégico que inclui a implementação de tecnologias urbanas, desenvolvidas por processos endógenos de inovação e voltadas a um desenvolvimento urbano verdadeiramente inteligente e sustentável.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Diana Michelam, Universidade Nove de julho

Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (2006) e pós-graduação em Inteligência Competitiva pela Fundação Instituto de Administração (2010). Atualmente é mestranda no Programa de Pós Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho. Atua como Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental da Prefeitura Municipal de São Paulo desde 2016 e faz parte do Urban Studies Lab, da Queensland University of Technology (Austrália). Tem experiência em Gestão de Projetos e Gestão de Processos Organizacionais, com ênfase em Política e Planejamento Governamentais.

Tatiana Tucunduva Philippi Cortese, Universidade Nove de Julho Instituto de Estudos Avançados - USP

Pesquisadora de Pós Doc da USP, no Instituto de Estudos Avançados – Programa Cidades Globais. Doutora em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Mestre em Saúde Pública pela USP. Especialista em Direito Ambiental pela Faculdade de Direito e Faculdade de Saúde Pública da USP. Graduada em Direito pela UniFMU. Professora da UNINOVE do Mestrado Acadêmico em Cidades Inteligentes e Sustentáveis - PPGCIS. Professora da FGVLAW. Autora dos livros Cidades Inteligentes e Sustentáveis e Mudanças Climáticas: do global ao local. Pesquisa nas áreas de Cidades Inteligentes e Sustentáveis; Planejamento Urbano e Regional; Direito Ambiental; Mudanças Climáticas.

Tan Yigitcanlar, School of Built Environment, Queensland University of Technology

Possui doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano do Instituto de Tecnologia de Esmirna (2001). Atualmente é professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (EGC/UFSC), e professor na Universidade de Tecnologia de Queensland. É consultor convidado no Laboratório de Cidades Humanas e Inteligentes - LabCHIS/EGC/UFSC

Leonardo Vils, Universidade Nove de Julho

É economista com Mestrado e Doutorado em Administração de Empresas pela Universidade Nove de Julho. Professor permanente do programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis e do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Projetos da Universidade Nove de Julho.. Tem como linhas de pesquisa Psicologia Ambiental e Território Construído e Economia Comportamental e Inovação em Projetos. Experiência de mais de 25 anos em cargos executivos de empresas de grande porte. Autor de sete livros.

Referências

Ahvenniemi, H., Huovila, A., Pinto-Seppä, I., & Airaksinen, M. (2017). What are the differences between sustainable and smart cities?. Cities, 60, 234-245.

Albino, V., Berardi, U., & Dangelico, R. M. (2015). Smart cities: Definitions, dimensions, performance, and initiatives. Journal of urban technology, 22(1), 3-21.

Bugliarello, G. (2004). Urban knowledge parks, knowledge cities and urban sustainability. International Journal of Technology Management, 28(3-6), 388-394.

Bugliarello, G. (2006). Urban sustainability: Dilemmas, challenges and paradigms. Technology in Society, 28(1-2), 19-26.

Caragliu, A., Del Bo, C., & Nijkamp, P. (2011). Smart cities in Europe. Journal of urban technology, 18(2), 65-82.

Carrillo, F. J. (2002). Capital systems: implications for a global knowledge agenda. Journal of Knowledge Management, 6(4), 379-399.

Carrillo, F. J. (2004). Capital cities: A taxonomy of capital accounts for knowledge cities. Journal of Knowledge Management, 8(5), 28–46.

Carrillo, F. J. (2014). What 'knowledge-based' stands for? A position paper. International Journal of Knowledge-Based Development, 5(4), 402–421.

Carrillo, F. J., Yigitcanlar, T., García, B., & Lönnqvist, A. (2014). Knowledge and the city: Concepts, applications and trends of knowledge-based urban development. Routledge.

Chang, D. L., Sabatini-Marques, J., Da Costa, E. M., Selig, P. M., & Yigitcanlar, T. (2018). Knowledge-based, smart and sustainable cities: a provocation for a conceptual framework. Journal of Open Innovation: Technology, Market, and Complexity, 4(1), 5.

Cooke, P., & Leydesdorff, L. (2006). Regional development in the knowledge-based economy: The construction of advantage. The journal of technology Transfer, 31(1), 5-15.

Cortese, T. T. P., Coutinho, S. V., Vasconcellos, M. D. P., & Buckeridge, M. S. (2019). Tecnologias e sustentabilidade nas cidades. Estudos Avançados, 33(97), 137-150.

Costa, H. S. M. (2000) Desenvolvimento urbano sustentável: uma contradição de termos?. Revista brasileira de estudos urbanos e regionais, (2), 55-71.

Creswell, J. W. (2010) Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. (3rd Ed.). Artmed. Porto Alegre.

Dhingra, M., & Chattopadhyay, S. (2016). Advancing smartness of traditional settlements-case analysis of Indian and Arab old cities. International Journal of Sustainable Built Environment, 5(2), 549-563.

Dvir, R., & Pasher, E. (2004). Innovation engines for knowledge cities: an innovation ecology perspective. Journal of knowledge management, 8(5), 16-27.

Edvardsson, I. R., Yigitcanlar, T., & Pancholi, S. (2016). Knowledge city research and practice under the microscope: a review of empirical findings. Knowledge Management Research & Practice, 14(4), 537-564.

Ergazakis, K., Metaxiotis, K., & Psarras, J. (2004). Towards knowledge cities: conceptual analysis and success stories. Journal of knowledge management, 8(5), 5-15.

Etzkowitz, H., & Zhou, C. (2017). Hélice Tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo. Estudos avançados, 31(90), 23-48.

Fachinelli, A. C., Carrillo, F. J., & D'Arisbo, A. (2014). Capital system, creative economy and knowledge city transformation: Insights from Bento Gonçalves, Brazil. Expert Systems with Applications, 41(12), 5614–5624.

Fachinelli, A. C., D’Arrigo, F. P., & Giacomello, C. P. (2015). Open data for sustainability performance assessment in Brazilian cities. Australian Journal of Basic and Applied Sciences, 9(20), 32-38.

Fachinelli, A. C., D'Arrigo, F. P., & Breunig, K. J. (2018). The value context in knowledge-based development: revealing the context factors in the development of Southern Brazils Vale dos Vinhedos region. Knowledge Management Research & Practice, 16(1), 32-41.

Florida, R. (2002). The economic geography of talent. Annals of the Association of American geographers, 92(4), 743-755.

Harzing, A. W., & Alakangas, S. (2016). Google Scholar, Scopus and the Web of Science: a longitudinal and cross-disciplinary comparison. Scientometrics, 106(2), 787-804.

Ivaldi, E., Penco, L., Isola, G., & Musso, E. (2020). Smart Sustainable Cities and the Urban Knowledge-Based Economy: A NUTS3 Level Analysis. Social Indicators Research, 150(1), 45–72.

Knight, R. (1995). Knowledge-based development: Policy and planning implications for cities. Urban Studies, 32(2), 225–260.

Leite, C., Awad, J. C. M. (2012). Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Bookman. Porto Alegre.

Lönnqvist, A., Käpylä, J., Salonius, H., & Yigitcanlar, T. (2014). Knowledge that matters: Identifying regional knowledge assets of the Tampere region. European Planning Studies, 22(10), 2011-2029.

Maiello, A., Battaglia, M., Daddi, T., & Frey, M. (2011). Urban sustainability and knowledge: Theoretical heterogeneity and the need of a transdisciplinary framework. A tale of four towns. Futures, 43(10), 1164-1174.

Mongeon, P., & Paul-Hus, A. (2016). The journal coverage of Web of Science and Scopus: a comparative analysis. Scientometrics, 106(1), 213-228.

Nam, T., & Pardo, T. A. (2011). Conceptualizing smart city with dimensions of technology, people, and institutions. In Proceedings of the 12th annual international digital government research conference: digital government innovation in challenging times (pp. 282-291). Association for Computing Machinery. https://doi.org/10.1145/2037556.2037602

Neirotti, P., De Marco, A., Cagliano, A. C., Mangano, G., & Scorrano, F. (2014). Current trends in Smart City initiatives: Some stylised facts. Cities, 38, 25-36.

Phillis, Y. A., Kouikoglou, V. S., & Verdugo, C. (2017). Urban sustainability assessment and ranking of cities. Computers, Environment and Urban Systems, 64, 254-265.

Sabatini-Marques, J., Yigitcanlar, T., Schreiner, T., Wittmann, T., Sotto, D., & Inkinen, T. (2020). Strategizing Smart, Sustainable, and Knowledge-Based Development of Cities: Insights from Florianópolis, Brazil. Sustainability, 12(21), 8859.

Spinosa, L. M., Krama, M. R., & Hardt, C. (2018). Desenvolvimento urbano baseado em conhecimento e ecossistemas de inovação urbanos: uma análise em quatro cidades brasileiras. Eure (Santiago), 44(131), 193-214.

Trindade, E. P., Hinnig, M. P. F., da Costa, E. M., Sabatini-Marques, J., Bastos, R. C., & Yigitcanlar, T. (2017). Sustainable development of smart cities: A systematic review of the literature. Journal of Open Innovation: Technology, Market, and Complexity, 3(3), 11.

Vojnovic, I. (2014). Urban sustainability: Research, politics, policy and practice. Cities, 41, S30–S44.

Yigitcanlar, T. (2009). Planning for knowledge-based urban development: global perspectives. Journal of Knowledge Management, 13(5), 228-242.

Yigitcanlar, T. (2011). Position paper: Redefining knowledge-based urban development. International Journal of Knowledge-Based Development, 2(4), 340–356.

Yigitcanlar, T. (2014a). Innovating urban policymaking and planning mechanisms to deliver knowledge-based agendas: a methodological approach. International Journal of Knowledge-Based Development, 5(3), 253-270.

Yigitcanlar, T. (2014b). Position paper: Benchmarking the performance of global and emerging knowledge cities. Expert Systems with Applications, 41(12), 5549–5559.

Yigitcanlar, T. (2016). Technology and the city: systems, applications and implications. Routledge. New York.

Yigitcanlar, T., & Kamruzzaman, M. (2015). Planning, Development and Management of Sustainable Cities: A Commentary from the Guest Editors. Sustainability, 7(11), 14677–14688.

Yigitcanlar, T., & Kamruzzaman, M. (2018). Does smart city policy lead to sustainability of cities?. Land Use Policy, 73, 49-58.

Yigitcanlar, T., & Lönnqvist, A. (2013). Benchmarking knowledge-based urban development performance: Results from the international comparison of Helsinki. Cities, 31, 357-369.

Yigitcanlar, T., Edvardsson, I. R., Johannesson, H., Kamruzzaman, M., Ioppolo, G., & Pancholi, S. (2017). Knowledge-based development dynamics in less favoured regions: insights from Australian and Icelandic university towns. European Planning Studies, 25(12), 2272-2292.

Yigitcanlar, T., Kamruzzaman, M., Foth, M., Sabatini-Marques, J., da Costa, E., & Ioppolo, G. (2019). Can cities become smart without being sustainable? A systematic review of the literature. Sustainable cities and society, 45, 348-365.

Yigitcanlar, T., Lönnqvist, A., & Salonius, H. (2014). Analysis of a city-region from the knowledge perspective: Tampere, Finland. VINE, 44(3), 445-466.

Yigitcanlar, T., O'Connor, K., & Westerman, C. (2008). The making of knowledge cities: Melbourne's knowledge-based urban development experience. Cities, 25(2), 63-72.

Yigitcanlar, T., Sabatini-Marques, J., Lorenzi, C., Bernardinetti, N., Schreiner, T., Fachinelli, A., & Wittmann, T. (2018). Towards smart Florianópolis: What does it take to transform a tourist island into an innovation capital?. Energies, 11(12), 3265.

Yigitcanlar, T., Velibeyoglu, K., & Martinez-Fernandez, C. (2008). Rising knowledge cities: the role of urban knowledge precincts. Journal of knowledge management, 12(5), 8-20.

Publicado

21.12.2020

Como Citar

Michelam, L. D., Cortese, T. T. P., Yigitcanlar, T., & Vils, L. (2020). O desenvolvimento urbano baseado no conhecimento como estratégia para promoção de cidades inteligentes e sustentáveis. Revista De Gestão Ambiental E Sustentabilidade, 9(1), e18740. https://doi.org/10.5585/geas.v9i1.18740

Edição

Seção

Artigos