Entre celas: o encarceramento como sintoma de uma sociedade patológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/prismaj.v20n1.17069

Palavras-chave:

patologia social, sintoma, criminalidade, condomínio, estabelecimento prisional

Resumo

As desigualdades sociais e o crescente aumento da criminalidade sinalizam uma catástrofe social que necessita ser enfrentada pelo Estado. Nessa perspectiva, o presente artigo objetiva discutir a criminalidade enquanto patologia social impulsionada pelas desigualdades, bem como a adequação e eficácia do tratamento realizado a partir do aprisionamento, na lógica dos condomínios e dos encarceramentos. A partir do método hipotético-dedutivo, o estudo propõe um olhar de três dimensões: primeiro, traça um panorama sobre as patologias do social; segundo, examina se a desigualdade social pode ser considerada uma patologia do social produtora da criminalidade; e, por fim, faz uma analogia entre estabelecimentos prisionais e condomínios privados, pensando no equívoco da segregação como proposta de cura das doenças de nosso tempo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Osmar Veronese, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Santo Ângelo/RS

Doutor em Modernización de las Instituciones y Nuevas Perspectivas en Derechos Fundamentales, pela Universidad de Valladolid/Espanha, Mestre em Sociedade e Estado em Perspectiva de Integração, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor de Direito Constitucional da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI (Graduação e Doutorado/Mestrado), Santo Ângelo/RS. Coordena o projeto de pesquisa “Estado, Constituição, Diferença: olhares críticos sobre a diversidade no constitucionalismo”, é líder do Grupo de Pesquisa “Direitos de Minorias, Movimentos Sociais e Políticas Públicas”, com registro no CNPQ, vinculado à linha de pesquisa Direito e Multiculturalismo, do Mestrado/Doutorado em Direito da URI/Santo Ângelo/RS. Procurador da República – Ministério Público Federal.

Daiane Specht Lemos da Silva, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Santo Ângelo/RS

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Direito – Universidade Regional Integrada do Alto-Uruguai e das Missões, Santo Ângelo/RS. Bolsista integral PROSUC-CAPES. Pós-graduanda em Direito Penal Processual Penal, Faculdades Integradas Machado de Assis. Bacharela em Direito da Faculdades Integradas Machado de Assis. Integrante Grupo de Pesquisa (CNPQ) "Direitos de Minorias, Movimentos Sociais e Políticas Públicas", vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado e Doutorado da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), campus Santo Ângelo/RS.

Referências

ARAUJO, Izaura. Emile Durkheim. Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/emile-durkheim/. Acesso em: 08 dez. 2019.

BAUMAN, Sygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. Edição eletrônica: julho 2011.

BOURDIEU, Pierre. O poder Simbólico. Lisboa: Difel, 1989.

CAMPELLO, Filipe. Crítica e Patologia social: ambivalências da relação entre psicanálise e teoria social. p. 3 – 27. Dissertatio: 2017.

MATTA, Roberto da. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

DUNKER, Christian Ingo Lenz. Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma patologia do Brasil entre muros. 1. ed. São Paulo: Boi e tempo, 2015.

DURKHEIM, Emile. As regras do método sociológico. Tradução Paulo Neves. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. São Paulo: Editora Ulissia, 2015.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

FREUD, Sigmund. O mal-estar na cultura. Tradução Renato Zwick. Porto Alegre/RS: L&PM, 2010.

LEVANTAMENTO NACIONAL DE INFORMAÇÕES PENITENCIÁRIAS. Departamento Penitenciário Nacional Ministério da Justiça e Segurança Pública. 2017. Disponibilizado em: http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen. Acesso em: 04 dez. 2019.

MANZI, Ronaldo. Um sintoma de patologia do social: a homofobia. Revista educação, V.12. n. 1, 2017.

SAFARIE, Vladimir; DA SILVA JR, Nelson; DUNKER, Christian. Patologias do Social: Arqueologia do sofrimento psíquico. 1. ed. Belo Horizonte: autentica editora, 2018.

SILVA, Filipe Carreira da. Confiança e Medo na Cidade. Anál. Social, Lisboa, n. 183, p.647-651, abr. 2007.

SIMIM, Thiago Aguiar. Invisibilidade social a partir do filme “O som ao redor”: uma análise honnethiana das patologias sociais no Brasil. Ciências Sociais, São Leopoldo, jan./abr. de 2015, p. 52-60.

SOUZA, Jesse. Ralé Brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2009.

SOUZA, Jesse. Subcidadania Brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro. Rio de Janeiro: LeYa, 2018.

VERONESE, Luciane Gheller; VERONESE, Osmar. Infância e cidadania na ressignificação do espaço público. Anais do VI Congresso Brasileiro de Processo Coletivo e Cidadania da Universidade de Ribeirão Preto, n. 6, p. 627-646, out/2018. Disponível em: http://revistas.unaerp.br/cbpcc/article/view/1245/1055. Acesso em: 14 abr. 2020.

VERONESE, Luciane Gheller; VERONESE, Osmar. Saúde Mental no Brasil: impasses e horizontes de uma Política Pública. Direitos Culturais, Santo Ângelo, v. 12, p. 75-90, jan./abr. 2017.

Downloads

Publicado

15.06.2021

Como Citar

VERONESE, Osmar; DA SILVA, Daiane Specht Lemos. Entre celas: o encarceramento como sintoma de uma sociedade patológica. Prisma Juridico, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 81–99, 2021. DOI: 10.5585/prismaj.v20n1.17069. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/prisma/article/view/17069. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos