Como os usuários dos serviços públicos vêem as instituições públicas? Desenvolvimento e validação da escala de personalidade de marca pública

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/remark.v21i3.21231

Palavras-chave:

Personalidade de marca, Gestão pública, Eficiência, Escala

Resumo

Objetivo: Desenvolver a Escala de Personalidade de Marca Pública (EPMP), apresentando evidências de validade e confiabilidade de um instrumento científico de mensuração de personalidade de marca pública.

Método: Realizou-se um estudo qualitativo com 142 usuários de serviços públicos da Capital do Brasil (Brasília-DF) para identificar os atributos vinculados às marcas públicas, gerando uma versão piloto da escala, que foi submetida à análise de juízes e de conteúdo, e um pré-teste. A versão final foi aplicada em uma survey com 548 usuários. Análise fatorial exploratória e a análise fatorial confirmatória foram utilizadas para a análise dos dados.

Originalidade/Relevância: Apresentou-se um modelo de mensuração inédito para operacionalizar e avaliar a personalidade da marca no contexto do setor público, de forma a permitir que seja utilizada como ferramenta de diagnóstico para os gestores públicos construírem uma relação mais transparente e eficaz com os usuários dos serviços públicos.

Resultados: A EPMP possui 15 traços de personalidade de marcas públicas agrupados em três dimensões - Eficiência, Relevância e Credibilidade. Todos os itens alcançaram excelentes índices psicométricos. A escala possui evidências de validade exploratória, confirmatória, interna, de construto (convergente, divergente e nomológica) e de conteúdo, e confiabilidade, gerando um instrumento científico confiável para mensurar a personalidade de uma marca pública.

Contribuições teórico-metodológicas: Apresentou-se dimensões da personalidade de marca atribuídas às marcas de instituições públicas, contribuindo para a pesquisa em branding e marketing no setor público, abrindo oportunidades para estudos relacionais de marketing e organizações públicas. O uso de estatísticas robustas contribui para a credibilidade do uso da escala.

Biografia do Autor

Daniel Carvalho, Universidade de Brasília – UnB

Doutorado em Administração

Gisela Demo, University of California – UCLA

Pós-Doutorado em Management & Organizations

Fernanda Scussel, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Doutorado em Administração

Lana Montezano, Universidade de Brasília – UnB

Doutorado em Administração

Bianca Amazonas, Universidade de Brasília – UnB

Bacharel em Administração

Referências

Aaker, J L. (1997). Dimensions of brand personality. Journal of Marketing Research, 34(3), 347–356.

Abellán-López, M. A., Dias, T., F., & Nebot, C. P. (2020). As trajetórias modernizadoras da Administração Pública: Brasil e Espanha. Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais, 5(3), 247-268. https://doi.org/10.22478/ufpb.2525-5584.2020v5n3.54673

Bankins, S., & Waterhouse, J. (2019). Organizational identity, image, and reputation: Examining the influence on perceptions of employer attractiveness in public sector organizations. International Journal of Public Administration, 42(3), 218-229. https://doi.org/10.1080/01900692.2018.1423572

Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. (E. 70, Ed.) (1°).

Brakus, J. J., Schmitt, B. H., & Zarantonello, L. (2009). Brand Experience: What Is It? How Is It Measured? Does It Affect Loyalty? Journal of Marketing, 73(3), 52–68. https://doi.org/10.1509/jmkg.73.3.052

Bresser-Pereira, L. C. (2017). Reforma gerencial e legitimação do estado social. RAP: Revista Brasileira de Administração Pública, 51(1), 147-156. https://doi.org/10.1590/0034-7612166376

Brito, C. (2010). Uma abordagem relacional. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, 9(1e), 49–63. https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbpg/article/view/78831

Buurma, H. (2001). Public policy marketing: marketing exchange in the public sector. European Journal of Marketing, 35(11/12), 1287-1302. https://doi.org/10.1108/EUM0000000006483

Byrne, B. M. (2016). Structural Equation Modeling With AMOS: Basic Concepts, Applications, and Programming, Third Edition (Third). New York: Routledge.

Carvalho, D. I., Demo, G., & Scussel, F. B. C. (2019). What is next for brand personality? A systematic review and research agenda proposition. XLIII Encontro Da ANPAD - EnANPAD, (October), 1–17.

Carvalho, D., Demo, G., Medeiros, J., & Scussel, F. (2021). Citizen Relationship Management (CiRM): the past, present, and future of an emerging concept. Cadernos EBAPE. BR, 19, 32-44. https://doi.org/10.1590/1679-395120200057

Cavalcante, P. L. (2019). Trends in Public Administration after Hegemony of the New Public Management: a literature review. Revista do Serviço Público, 70(2), 195-218. https://doi.org/10.21874/rsp.v70i2.3212

Chin, W. W. (1998). The partial least squares approach to structural equation modeling. Modern Methods for Business Research, (January 1998), 295-336.

Chiusoli, C. L., & Rezende, D. A. (2019). Desafio da Gestão Pública: Estudo de Caso de uma

Cidade Paranaense. Revista de Administração da Unimep, 17(2), 187-209.

Choi, Y. G., Ok, C. M., & Hyun, S. S. (2017). Relationships between brand experiences, personality traits, prestige, relationship quality, and loyalty: An empirical analysis of coffeehouse brands. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 29(4), 1185-1202. https://doi.org/10.1108/IJCHM-11-2014-0601

Cochran, W. F. (2007). The estimation of sample size. Sampling Techniques, 3, 72–90.

Cohen, J. (1992). A power primer. Psychological Bulletin, 112, 155–159.

Comrey, A. L., & Lee, H. B. (2013). A First Course in Factor Analysis (2nd ed.). New York: Psychology Press.

Criado, J. I., Dias, T. F., Sano, H., Rojas-Martin, F., Silvan, A., & Isidro-Filho, A. (2020). Public innovation and livind labs in action: a compartive analysis in post-new public management contexts. International Journal of Public Administration, 1-14. https://doi.org/10.1080/01900692.2020.1729181

Demo, G., Montezano, L., Scussel, F., Amazonas, B., Carvalho, D. I. (2021). Personalidade de marcas públicas e satisfação dos cidadãos no “Na Hora DF”. VIII Encontro Brasileiro de Administração Pública, 1-16.

Demo, G., & Pessôa, R. (2015). CRM na administração pública: desenvolvimento e validação de uma Escala de Relacionamento com o Cidadão (ERCi). Revista de Administração Pública, 49(3), 677–697. https://doi.org/10.1590/0034-7612131226

Demo, G., Silva, T. L. D., Watanabe, E., & Scussel, F. B. C. (2019). Credibility, audacity and joy: Brand personalities that connect users to social media. Brazilian Administration Review, 15(4), 1-20. https://doi.org/10.1590/1807-7692bar2018180088

Field, A. (2020). Descobrindo a estatística usando o SPSS (5a ed). Porto Alegre: Penso.

Gromark, J., & Melin, F. (2013). From market orientation to brand orientation in the public sector. Journal of marketing management, 29(9-10), 1099-1123. https://doi.org/10.1080/0267257X.2013.812134

Hair, J., Babin, B., Anderson, R., & Black, W. (2018). Multivariate Data Analysis. Neuromarketing in India: Understanding the Indian Consumer (8a ed.). Cengage, UK: Pearson.

Hair, J., Hult, T., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2014). Primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM). Thousand Oaks, CA: SAGE Publications.

Hayton, J. C; Allen, D. G; Scarpello, V. (2004). Factor retention decisions in exploratory factor analysis: a tutorial on parallel analysis. Organizational Research Methods, 7(2),191-205. https://doi.org/10.1177/1094428104263675

Kallinikos, J. (2006). The institution of bureaucracy: administration, pluralism, democracy. Economy and Society, 35(4), 611-627. https://doi.org/10.1080/03085140600960872

Keller, K. L., & Lehmann, D. R. (2006). Brands and branding: Research findings and future priorities. Marketing Science, 25(6), 740-759. http://dx.doi.org/10.1287/mksc.1050.0153

Kerlinger, F. N., & Lee, H. B. (2008). Foundations of behavioral research. Independence, KY: Thomson Wadsworth.

Kim, D. H., & Sung, Y. (2013). Gucci versus Old Navy: Interplay of brand personality and regulatory focus in advertising persuasion. Psychology & Marketing, 30(12), 1076-1087. https://doi.org/10.1002/mar.20668

Kline, R. B. (2015). Principles and Practice of Structural Equation Modeling. Methodology in the social sciences.

Kluvers, R., & Pillay, S. (2009). Participation in the budgetary process in local government. Australian Journal of Public Administration, 68(2), 220–230. https://doi.org/10.1111/j.1467-8500.2009.00636.x

Kotler, P., & Lee, N. R. (2007). Marketing in the public sector: The final frontier. Public Manager, 36(1), 12.

Laing, A. (2003). Marketing in the public sector: Towards a typology of public services. Marketing Theory, 3(4), 427-445. https://doi.org/10.1177/1470593103042005

Laros, J. A., & Puente-Palacios, K. E. (2004). Validação cruzada de uma escala de clima organizacional. Estudos de Psicologia (Natal), 9(1), 113-119. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000100013

Leijerholt, U., Biedenbach, G., & Hultén, P. (2019). Branding in the public sector: A systematic literature review and directions for future research. Journal of Brand Management, 26(2), 126-140. DOI:10.1057/s41262-018-0116-2

Malhotra, N. K. (2012). Pesquisa de Marketing (6o). Porto Alegre: Bookman.

Marchetti, R. Z., & Muniz, K. M. (2005). Dimensões da personalidade de marca: análise da adequação da escala de Aaker (1997) ao contexto brasileiro. XXIX ENANPAD, (2005), 1–16.

Marôco, J. (2018). Análise Estatística com o SPSS Statistics. (7th ed.). Pêro Pinheiro, Portugal: ReportNumber.

Medeiros, J., & Demo, G. (2021). Attributes of a Relationship Management Model for the Public Sector (CiRS Exec). BBR. Brazilian Business Review, 18(1), 101-117. https://doi.org/10.15728/bbr.2021.18.1.6

Meirelles, H. L. (2019). Direito Administrativo Brasileiro. Psikologi Perkembangan, 224 p.

Muniz, K. M., & Marchetti, R. Z. (2012). Brand personality dimensions in the Brazilian context. BAR - Brazilian Administration Review, 9(2), 168–188. https://doi.org/10.1590/S1807-76922012000200004

Naresh, G. (2012). Do brand personalities make a difference to consumers?. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 37, 31-37. DOI:10.1016/j.sbspro.2012.03.272

Nunnally, J., & Bernstein, I. H. (1994). Psychometric Theory. American Educational Research Journal, 774.

Pasquali, L. (2012). Análise fatorial para pesquisadores. (L. de P. em A. e M. (LabPAM), Ed.). Brasília, DF: Universidade de Brasília.

Peñaloza, V., Denegri, M., Quezado, I., Sousa, E. C., Parra, V. A. B., & Gerhard, F. (2016). Brand personality in psychology courses: A study in cities in Brazil, Peru and Chile. Estudios Gerenciales, 32(140), 239–249. https://doi.org/10.1016/j.estger.2016.07.002

Ponte, V. (2015). CiRM: CRM no Setor Público. In Marketing de Relacionamento e Comportamento do Consumidor (pp. 137–174). São Paulo: Grupo Gen.

Reichheld, F. F. (2011). The ultimate question: Driving good profits and true growth. Harvard Business Press.

Ressel, L. B., Beck, C. L. C., Gualda, D. M. R., Hoffmann, I. C., Silva, R. M. da, & Sehnem, G. D. (2008). O uso do grupo focal em pesquisa qualitativa. Texto & Contexto - Enfermagem, 17(4), 779–786. https://doi.org/10.1590/S0104-07072008000400021

Ribeiro, M., & Oliveira, E. R. (2013). Comunicação e Marketing no setor público: uma prática que permite o fortalecimento da cidadania e a modernização da gestão pública. Gestão Pública: Práticas e Desafios, 4(1), 170-191

Santos, A. R., Pessôa, F. G., & Rodrigues, A. P. G. (2019). A imagem corporativa e seus reflexos: um estudo de imagem da Polícia Militar de Santa Catarina na Perspectiva de Moradores da Grande Florianópolis. Teoria e Prática em Administração, 9(1), 63-76. DOI: https://doi.org/10.21714/2238-104X2019v9i1-39583

Scussel, F. B. C., & Demo, G. (2016). Personalidade de marca: itinerários da produção nacional e agenda de pesquisa. REMark - Revista Brasileira de Marketing, 15(3), 340-354. DOI:10.5585/remark.v15i3.3174. DOI: https://doi.org/10.5585/remark.v15i3.3174

Scussel, F., & Demo, G. (2019). The relational aspects of luxury consumption in Brazil: the development of a Luxury Customer Relationship Perception Scale and the analysis of brand personality influence on relationship perception on luxury fashion brands. Brazilian Business Review, 16, 174-190. https://doi.org/10.15728/bbr.2019.16.2.5

Shigaki, H. B., Pereira, J. R., e Sousa, C. V., & Lara, J. E. (2019). Between Social Welfare and Public Power: an analysis of social marketing strategies for blood donation. REMark - Revista Brasileira de Marketing, 18(1), 73-85. https://doi.org/10.5585/remark.v18i1.3842

Silva, C., & Crisóstomo, V. (2019). Gestão fiscal , eficiência da gestão pública e desenvolvimento socioeconômico dos municípios cearenses. Revista de Administracao Publica, 53(4), 791–801. https://doi.org/10.1590/0034-761220180234

Silva, E. C. (2015). Marketing Público: Uma plataforma de “trocas” no setor público. REA-Revista Eletrônica de Administração, 14(1), 20-42.

Souza, C. M., Ardigo, J. P., & Santos, A. R. (2021). A produção nacional e internacional sobre imagem corporativa no setor público. Gestão & Sociedade, 14(43), 4466-4496.

Stevens, V., Klijn, E. H., & Warsen, R. (2020). Branding as a Public Governance Strategy: A Q Methodological Analysis of How Companies React to Place Branding Strategies, Public Administration Review, 1-11. https://doi.org/10.1111/puar.13263

Struecker, D. R., & Hoffmann, M. G. (2017). Participação social nos serviços públicos: caracterização do estado da arte por meio da bibliometria e da revisão sistemática. REGE - Revista de Gestão, 24(4), 371–380. http://dx.doi.org/10.1016/j.rege.2017.03.008

Tabachnick, B. G., & Fidell, L. S. (2019). Using Multivariate Statistics. Contemporary Psychology: A Journal of Reviews (7th ed.). Boston: Person.

Ursachi, G., Horodnic, I. A., & Zait, A. (2015). How Reliable are Measurement Scales? External Factors with Indirect Influence on Reliability Estimators. Procedia Economics and Finance, 20(15), 679–686. https://doi.org/10.1016/S2212-5671(15)00123-9

Zhang, J., Chen, W., Petrovsky, N., & Walker, R. M. (2021). The Expectancy-Disconfirmation Model and Citizen Satisfaction with Public Services: a meta-analysis and an agenda for best practice. Public Administration Review, 1-13. https://doi.org/10.1111/puar.13368

Wæraas, A. (2008). Can public sector organizations be coherent corporate brands?. Marketing Ttheory, 8(2), 205-221. https://doi.org/10.1177/1470593108093325

Downloads

Publicado

31.05.2022

Como Citar

Carvalho, D., Demo, G., Scussel, F., Montezano, L., & Amazonas, B. (2022). Como os usuários dos serviços públicos vêem as instituições públicas? Desenvolvimento e validação da escala de personalidade de marca pública. ReMark - Revista Brasileira De Marketing, 21(3), 673–729. https://doi.org/10.5585/remark.v21i3.21231

Edição

Seção

Artigos