Qualidade do sono e resposta cardiovascular ao estresse físico/mental de policiais militares com/sem estresse

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/24.2025.27249

Palavras-chave:

Polissonografia, Sistema Nervoso Autônomo, Polícia, Pressão Arterial, Variabilidade da Frequência Cardíaca

Resumo

Introdução: Policiais frequentemente enfrentam alto estresse e estão sujeitos a riscos cardiovasculares como hipertensão, sobrepeso, e dislipidemia. Identificar a relação entre o estresse e marcadores cardiovasculares precoces pode ajudar a detectar pessoas em risco. Objetivo: Comparar a função autonômica e qualidade do sono entre policiais com e sem estresse. Métodos: Vinte e três policiais (39±7 anos; 28.8±4.2 kg/m²) foram divididos em dois grupos: com e sem estresse, definido pelo Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp. Medidas consistiram em padrões de sono (polissonografia) e modulação autonômica (pressão arterial [PA], variabilidade da frequência cardíaca) durante o repouso, e em resposta ao estresse físico (teste de handgrip), e mental (teste de Stroop). O teste de Mann-Whitney U comparou policiais com e sem estresse. Resultados: Policiais com estresse apresentaram maior frequência cardíaca durante o sono (63±9 bpm vs. 55±12 bpm, p=0.031), quantidade de ronco (530±225 vs. 158±247; p=0.003), e PA diastólica de pico (116±20 mmHg vs. 95±21 mmHg; p=0.046) durante o teste de handgrip comparado aos policiais sem estresse. Conclusão: Policiais com estresse apresentam pior qualidade do sono e função autonômica comparado a policiais sem estresse.

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Biografia do Autor

Reginaldo Ceolin do Nascimento, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Fisioterapeuta e licenciado em Educação Física. Possui especialização em Condicionamento Físico aplicado à Prevenção e Reabilitação Cardiológica pela Faculdade de Medicina da USP e formação avançada em Acupuntura pelo Beijing Traditional Medicine Training Center (WFAS). Atua nas áreas de reabilitação, acupuntura e educação física adaptada

Gustavo Oliveira da Silva, Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Curso de Educação Física, Recife, Pernambuco, Brasil / Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, São Paulo, São Paulo, Brasil

Tutor do curso de Educação Física da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e pós-doutorando em Ciências da Reabilitação pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Doutor e mestre na mesma área pela UNINOVE, com estágio sanduíche na University of Western Australia (UWA), tem experiência em pesquisa sobre exercício físico na saúde e na doença

Lucas Fortes-Queiroz, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Graduado em Enfermagem (2014 - 2017) pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Especialista em Urgência/Emergência e Docência para ensino técnico e superior em enfermagem, UNINOVE (2018 - 2019). Mestre (2019-2021) pelo programa de pós graduação em medicina (Área: Fisiopatologia das Doenças Crônicas Não Transmissíveis) pela UNINOVE, com ênfase nos seguintes temas: Modulação simpato-vagal, Estresse mental, Apneia Obstrutiva do Sono e Doença Cardiovascular. Integrante do Grupo de Pesquisa em Intervenções Clínicas e Doenças Cardiovasculares (GEPICARDIO). Experiência na área de pesquisa epidemiológica voltado as Doenças Cardiovasculares e seus fatores de risco em população vulnerável em situação de rua. Atualmente docente na Faculdade de Embu das Artes - FAEM, nas disciplinas de Pronto Socorro, Saúde do Adulto, Semiologia e Semiotecnica. Experiência na área assistencial e docência, atuando principalmente nas seguintes áreas: pronto socorro, unidade de terapia intensiva, enfermagem clínica-médica e anatomofisiopatologia humana.

Delso Honório da Silva Júnior, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Mestrando no programa de pós graduação em medicina pela Universidade Nove de Julho. Membro do grupo GEPICARDIO (Grupo de Estudos e Pesquisa em Intervenções Clínicas nas Doenças Cardiovasculares). Especialização em Fisiologia do Exercício e Prescrição do treinamento pela Faculdade Metropolitana Unidas FMU (2021). Aluno pesquisador voluntário do projeto de iniciação cientifica (PVIC- CNPQ) realizado em 2018 na Universidade de Mogi das Cruzes. Graduado em Bacharel em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes (2019).

Fernanda Cristina Ferreira de Camargo, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Fisioterapeuta com Título de Notório Saber em Fisioterapia do Sono pela Associação Brasileira do Sono (ABS) e ASSOBRAFIR. Mestre em Medicina pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo InCor-HCFMUSP, atua nas áreas de reabilitação cardiorrespiratória e sono, com destaque para distúrbios respiratórios do sono e promoção da saúde do sono

José Roberto de DeMoura, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Possui graduação de BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA pela ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA (2015); Mestrado em Medicina com atuação em Fisiopatologia das Doenças Crônicas não transmissíveis pela Universidade Nove de Julho (2018); Especialização em Fisiologia pelo centro Universitário Internacional (Uninter) 2019); Doutorando em Medicia na Universidade Nove de Julho; Tem experiência em Treinamento Físico Militar e Defesa Pessoal Policial.

Ivani Credidio Trombetta, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Graduada (1979) e Mestre (1990) em Educação Física pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). Doutora em Ciências (Área: Fisiopatologia Experimental) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP, 2002). Com Pós-doutorado (Postdoctoral Fellowship) pela Mayo Clinic College of Medicine, Rochester, MN, EUA (outubro/2008 a outubro/2009), com bolsa FAPESP. Professora de Educação Física e Pesquisadora da Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor HC-FMUSP) de 1982 a 2016, onde foi orientadora do Programa de Pós-Graduação "strictu sensu" da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2005 a 2019) - Programas: Fisiopatologia Experimental, Cardiologia e Ciências Médicas. Professora e Colaboradora do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP. Tem experiência em Reabilitação Cardiovascular, atuando principalmente nos seguintes temas: Fisiologia, Fisiologia do Exercício, Obesidade, Síndrome Metabólica e Apneia Obstrutiva do Sono.

Marilia de Almeida Correia, Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Programa de Pós-Graduação em Medicina, São Paulo, São Paulo, Brasil

Professora e pesquisadora dos Programas de Pós-Graduação em Medicina e em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Integra o grupo de pesquisa GEPICARDIO e atua nas áreas de fisiologia do exercício e doenças cardiovasculares, com ênfase em atividade física e doenças crônicas

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Publicado

04.11.2025

Como Citar

1.
Nascimento RC do, Silva GO da, Fortes-Queiroz L, Silva Júnior DH da, Camargo FCF de, DeMoura JR de, et al. Qualidade do sono e resposta cardiovascular ao estresse físico/mental de policiais militares com/sem estresse. Cons. Saúde [Internet]. 4º de novembro de 2025 [citado 14º de novembro de 2025];24(1):e27249. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/saude/article/view/27249

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