Condicionantes ergonômicos na organização do trabalho docente: uma revisão sistemática da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/exactaep.2021.18252

Palavras-chave:

Organização do trabalho, Profissionais de educação, Professores, Ergonomia.

Resumo

Cotidianamente os professores realizam diversas atividades extraclasse, pois o tempo é insuficiente em sua jornada formal de trabalho para realização de todas as responsabilidades prescritas, ocorrendo invasão de sua vida privada. O objetivo deste artigo consiste em identificar por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura os principais condicionantes ergonômicos impostos aos professores da rede de ensino no que se refere à organização do trabalho. Por meio da revisão sistemática, foi possível identificar que a falta de autonomia e variedade de atividades são os principais desafios existentes na organização do trabalho. O trabalho extraclasse impacta na vida familiar e pessoal dos docentes. Também foi possível identificar os motivos dos docentes ficarem doentes pelo exercício do seu trabalho que estão relacionados, principalmente, à atenção ao público e excesso de responsabilidades. Esses motivos causam especialmente estresse. Foi possível detectar o principal desafio emergente pelo teletrabalho docente que é a intensificação do trabalho. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ingrid Losekan, Universidade Federal de Pelotas

Graduanda em Engenharia de Produção. Participou como bolsista (2018) no Laboratório de Segurança e Ergonomia (LABSERG) da Universidade Federal de Pelotas.

Luis Antonio dos Santos Franz, Universidade Federal de Pelotas

Atualmente cursa especialização em Engenharia de Doutor em co-tutela em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil) e pela Unversidade do Minho (Portugal) (2009). Professor na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Aline Soares Pereira, Universidade Federal de Pelotas

Possui graduação em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2004), mestrado em Engenharia de Produção, com ênfase em Qualidade e Produtividade, pela Universidade Federal de Santa Maria (2006) e doutorado em Agronomia pelo Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar da Universidade Federal de Pelotas (2019), ênfase na área de pesquisa de Engenharia Rural. Tem aperfeiçoamento em Formação Pedagógica para curso profissionalizante pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2007) e formação em Eletromecânica pelo IFSul Pelotas (1995). Atuou como Mecânica de Produção na Philip Morris Brasil (1996-2000), como técnica de laboratório de ensaios na Universidade de Santa Cruz do Sul (2000-2004). Foi professora do departamento de Engenharias na Universidade de Santa Cruz do Sul (2006-2008). Especialista de Qualidade na GSI Brasil (2008). Lecionou na Universidade Federal do Pampa (2008-2012). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Pelotas, coordenadora do Núcleo de Estudos Aplicados em Indústria 4.0 (NEAI). Têm experiência nas seguintes áreas: Sistemas Produtivos, Gestão da Qualidade, Gestão de Serviços e Engenharia do Produto.

Larissa Medianeira Bolzan, Universidade Federal de Pelotas

Professora Adjunta do Curso Superior de Engenharia de Produção, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atua no Grupo de Trabalho Metodologias Ativas de Ensino, da UFPel, que integra a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa. Pós-doutora em Administração, com pesquisas sobre Escalabilidade de Inovações Sociais, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Doutora em Administração, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pesquisas sobre os Processos de Ensino, Aprendizagem e Avaliação no Ensino Superior. Realizou Estágio Doutoral no Instituto de Educação, da Universidade de Lisboa (ULisboa), com estudos sobre Pedagogia Universitária e Avaliação Formativa no Ensino Superior. Mestre e Bacharel em Administração, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com pesquisas sobre Tecnologias de Informação e Sociedade. Tem como interesses de pesquisas: Metodologias Ativas de Ensino para Engenharias, Metodologias de Cocriação com vistas a promover Inovação Social e a utilização de Tecnologia de Informação pela Sociedade.

Referências

Akhmetova, D. Z. (2014) Inclusive Approach to the Psycho-Pedagogical Assistance of Distance Learning. International Education Studies, 7(11), 136. https://doi.org/10.5539/ies.v7n11p136

Alves, W. F. (2018) A invisibilidade do trabalho real: o trabalho docente e as contribuições da Ergonomia da atividade. Anais da Reunião Nacional da ANPEd, Florianópolis, Brasil, 37. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-24782018230089

Assunção, A. Á., & Oliveira, D. A. (2009) Work intensification and teachers' health. Educação & Sociedade, 30(107), 349-372. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302009000200003

Araújo, T. M., & Carvalho, F. M. (2009) Condições de trabalho docente e saúde na Bahia: estudos epidemiológicos. Educação & Sociedade, 30(107), 427-449. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302009000200007

Barbosa, A., Cunha, R. C. O. B., & Martins, V. (2018) Estado do conhecimento sobre jornada de trabalho docente no ensino fundamental e médio. Periódio Horizones, 36(2), 1-27. https://doi.org/10.24933/horizontes.v37i0.5782

Bayir, S., & Keser, H. (2009) Information and Communication Technologies Coordinator Teachers’ Evaluations of Computer Working Environments in Terms of Ergonomics. Social and Behavior Sciences, 1(1), 335-341. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2009.01.416

Carvalho, M. V. B. (2011) Prazer e sofrimento no trabalho de professores do ensino fundamental e médio: estudo de caso em uma escola estadual da cidade de Curvelo-MG. Dissertação de Mestrado Programa de Pós-graduação em Administração, Centro Universitário Unihorizontes, Belo Horizonte, Brasil.

Cruz, R. M., Lemos, J. C., Welter, M. M., & Guisso, L. (2010) Saúde docente, condições e carga de trabalho. Revista Electrónica de Investigación y Docência (REID), 4, 147-160. Disponível: http://www.ujaen.es/revista/reid/revista/n4/REID4art8.pdf

Demirel, H., & Erdamar, G, K. (2009) Examining the relationship between job satisfaction and family ties of Turkish primary school teachers. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 1(1), 2211-2217. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2009.01.389

Duarte, V. V., & Massuda, E. M. (2019) Competências pedagógicas e saúde dos docentes em educação à distância. Anais do XI Encontro Internacional de Produção Científica, Maringá, Brasil, 11.

Silva, C., Zamboni, A., Hernandes, E., Thomazzo, A. D., Belgamo, A., & Fabbri, S. (2010) StArt (State of the Art through Systematic Review). (Versão 2.3.4.2) [Software]. UFSCar, SP, BR: LAPES. Disponível: http://lapes.dc.ufscar.br/tools/start_tool

Faria, G. S. S. (2010) Organização do trabalho do professor: jornada, contrato e conflitos trabalho-família. Tese (Doutorado em Ciências Exatas e da Terra), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil.

Faria, G. S. S., & Rachid, A. (2015) Jornada de trabalho dos professores da rede pública de ensino. Rev. FAE, 18(2), 162-177.

Fernandes, M. J. S., & Barbosa, A. (2014) O trabalho docente na rede pública do estado de São Paulo: apontamentos iniciais para a discussão da jornada de trabalho. Práxis Educacional, 10(17), 117-142.

Gama, M. E. R. (2015) Organização e desenvolvimento do trabalho docente: aspectos condicionantes das atividades dos professores em situações de trabalho escolar. Anais da Reunião Nacional da ANPed, Florianópolis, Brasil, 37.

Glyph & Cog. (2008) Software Mendeley. (Versão 1.19.4) [Software]. Disponível: https://www.mendeley.com/download-desktop-new/

IEA - INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION. (2000) The Discipline of Ergonomics. Disponível: https://iea.cc/.

Jacomini, M. A., Da Cruz, R. E., & De Castro, E. C. (2020) Jornada de trabalho docente na rede pública de educação básica: Parâmetros para discussão. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, 28(32). https://doi.org/10.14507/epaa.28.4862

Jacomini, M. A., Gil, J., & Castro, E. C. de. (2018) Jornada de trabalho docente e o cumprimento da Lei do Piso nas capitais. RBPAE, 34(2), 437-459. https://doi.org/10.21573/vol34n22018.86367

Konrath, M. L. P., Tarouco, L. M. R., & Behar, P. A. (2009) Competências: desafios para alunos, tutores e professores da EaD. Revista Renote – Novas Tecnologias na Educação, 1(1), 1-10. https://doi.org/10.22456/1679-1916.13912

Liberati A., Altman, D. G., Tetzlaff, J., Mulrow, C., Gøtzsche, P. C., Ioannidis, J. P. A., Clarke, M., Devereaux, P. J., Kleijnen, J., & Moher, D. (2009) The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: Explanation and elaboration. PLoS Med 6: e1000100.

Mandernach, B. J., Hudson, S., & Wise, S. (2013) Where has the time gone? Facultyactivities and time commitments in the online classroom. Journal of Educators Online, 10(2), 1-15. https://doi.org/10.1136/bmj.b2700

Microsoft. (1987) Microsoft Excel. (Versão: 16.0) [Software]. Disponível: https://www.microsoft.com/pt-br

Moura, H. M., Bemvenuti, R. H., & Franz, L. A. S. (2020) Produção brasileira em Ergonomia no cenário internacional. Revista Prâksis – Dossiê: Trabalho, Saúde e Inclusão Social, 1(17), 31-56. https://doi.org/10.25112/rpr.v1i0.2042

Nunes, C. M. F. Tempo de trabalho extra- classe. (2010) DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. UFMG, Faculdade de Educação, Belo Horizonte, Brasil.

Oliveira, D. A., Gonçalves, G. B. B., Melo, S. D., Fardin, V., & Mill, D. (2002) Transformações na organização do processo de trabalho docente e suas consequências para os professores. Revista Trabalho & Educação, 11, 51-65.

Oliveira, R. K. de, & Nogueira, M. O. (2019) Pais professores homens e o acompanhamento da vida escolar dos filhos. Cad. Pesqui., 49(174), 182-203. https://doi.org/10.1590/198053146641

Ribeiro, M. D. (2011) Prazer e sofrimento no trabalho: estudo de caso com docentes de uma escola de ensino fundamental pública do estado de Minas Gerais. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Administração, Centro Universitário Unihorizontes, Belo Horizonte, Brasil.

Ribeiro, J. M. C. (2014) A jornada de trabalho dos professores da escola pública em contexto de políticas de valorização docente e qualidade da educação. Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, Brasil.

Silvestre, B. M, & Amaral, S. C. F. (2019) Precários no trabalho e no lazer: um estudo sobre os professores da rede estadual paulista. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, Campinas, Brasil.

Silva, C. M. T., & Azevedo, N. S. N. (2005) O significado das tecnologias de informação para educadores. Revista Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 13(46), 39-54. https://doi.org/10.1590/S0104-40362005000100003

Sagrillo, D. R. (2015) O tempo de trabalho e o tempo "livre" dos professores municipais de Santa Maria/RS. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Brasil.

Sousa, D., Barros, C. (2017) Ser Professor no contexto atual de trabalho: riscos psicossociais e consequências para a saúde e bem-estar. International Journal on Working Conditions, 14, 17-32.

Souza, F. V. P. (2018) Adoecimento mental e o trabalho do professor. Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 21(2), 103-117. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v21i2p103-117

Silva, M., & Claro, T. (2007) Docência online e a pedagogia da transmissão. Boletim Técnico do Senac: a revista da educação profissional, 33(2), 81-89.

Sampaio, R. F., & Mancini, M. C. (2007) Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Bras Fisioter, 11(1), 83-89. https://doi.org/10.1590/S1413-35552007000100013

Seno, W. P. (2007) Capacitação docente para a educação a distância sob a óptica de competências: um modelo de referências. Tese apresentada a Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos, Brasil.

Thiele, M. E. B., & Alhlert, A. (2007) Condições de trabalho docente: um olhar na perspectiva do acolhimento. Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), Unioeste, Paraná, Brasil. Disponível: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/857-4.pdf

Yildiz, M., & Selim, Y. (2015) A qualitative study on transferring the experience of using technology from formal education to distance education. Turkish Online Journal of Distance Education-TOJD, 16, 125–134. https://doi.org/10.17718/tojde.93452

Zibetti, M. L. T., & Pereira, S. R. (2010) Women and teachers: repercussions of double duty on life conditions and on teaching work. Educação em Revista, 2, 259-276. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40602010000500016

Downloads

Publicado

30.06.2022

Como Citar

Losekan, I., Franz, L. A. dos S., Pereira, A. S., & Bolzan, L. M. (2022). Condicionantes ergonômicos na organização do trabalho docente: uma revisão sistemática da literatura. Exacta, 20(3), 747–762. https://doi.org/10.5585/exactaep.2021.18252

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)