Gestão de projetos culturais: A criatividade plural como prática de gestão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/2025.27438

Palavras-chave:

criatividade plural, gestão de projetos culturais, perspectiva da prática, gerenciamento de projetos, projetos

Resumo

Este artigo busca entender como a criatividade plural constitui a prática de gestão de projetos culturais. A pesquisa foi baseada em uma etnografia multissituada e digital, desenvolvida em um processo indutivo e reflexivo, ocorrido ao longo de três fases. As fontes de informação são documentos, observações e entrevistas etnográficas. A abordagem de análise de narrativas dialógicas foi utilizada e gerou o processo de teorização estruturado em categorias explicativas. Os resultados explicam como a criatividade plural constitui a prática da gestão de projetos culturais em três processos: criação, captação de recursos e promoção em projetos culturais. Esses processos são baseados na prática da gestão de relacionalidade que acontece por meio da gestão de conexões criativas, traduções criativas e limitações criativas nos projetos culturais. A pesquisa contribui para os estudos em gestão de projetos da economia criativa, explicando e teorizando como a criatividade plural é uma prática de gestão fundamental para projetos deste setor. As contribuições propostas fornecem diretrizes para o desenvolvimento de estratégias que promovam a criatividade plural, por meio da gestão relacional, proporcionando um ambiente colaborativo em projetos culturais.

CROSSMARK_Color_horizontal.svg

Biografia do Autor

Rafaela Gonçalves Freitas, Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP/UEA)

Professora de Gestão no Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP/UEA) e Faculdade de Tecnologia SENAC. Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia. Seus principais temas de pesquisa são gestão de projetos, gestão da criatividade, criatividade nas organizações e indústrias criativas. 

Eduardo Paes Barreto Davel, Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, EA/UFBA, Salvador, BA, Brasil

Professor na Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia. Pesquisador no CIAGS - Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social (UFBA) e no NPGA - Núcleo de Pós-graduação em Administração (UFBA). Pós-doutorado em Administração pela Nova School of Business and Economics da Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Ph.D. em Administração pela École des Hautes Études commerciales de Montreal (Canadá). Pesquisador visitante na Graduate Faculty of Political and Social Science da New School for Social Research (New York, EUA). Coordenador do coletivo de pesquisa OCA - Organizações, Cultura e Arte (CNPq). Editor-chefe da O&S - Revista Organizações & Sociedade. Editor associado da RAE - Revista de Administração de Empresas e da RIGS - Revista Interdisciplinar de Gestão Social. Pesquisa e publica sobre empreendedorismo cultural, educação em Administração, métodos qualitativos de pesquisa, aprendizagem, criatividade, cultura, arte e estética nas organizações.

Referências

Bakker, R. M., DeFillippi, R. J., Schwab, A., & Sydow, J. (2016). Temporary organizing: Promises, processes, problems. Organization Studies, 37(12), 1703-1719. https://doi.org/10.1177/0170840616655982

Bérubé, J. & Gauthier, J.-B. (2023) Managing projects in creative industries: a compromise between artistic and project management values. Creative Industries Journal, 16(1), 76-95. https://doi.org/10.1080/17510694.2021.1979278

Blomquist, T., Hällgren, M., Nilsson, A., & Söderholm, A. (2010). Project‐as‐practice: In search of project management research that matters. Project Management Journal, 41(1), 5-16. https://doi.org/10.1002/pmj.20141

Cattani, G., Ferriani, S., & Colucci, M. (2015). Creativity in Social Networks. In Jones C., Lorenzen M., Sapsed J. (Eds.), The Oxford Handbook of Creative Industries. (pp. 75-95). Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199603510.013.008

Costa, G. S. D & Nejeliski, D. M. (2018). Definição de requisitos não funcionais em projetos da economia criativa. Diálogo com a Economia Criativa, 3(9), 10-21. https://doi.org/10.22398/2525-2828.3910-21

Cwikla, M., & Jalocha, B. (2015). Unspread wings: Why cultural projects don’t provide refreshing ideas for project management although they could? International Journal of Managing Projects in Business, 8(4), 626-648. https://doi.org/10.1108/IJMPB-11-2014-0078

DeFillippi, R. (2015). Managing project-based organization in creative industries. In Jones C., Lorenzen M., Sapsed J. (Eds.), The Oxford handbook of creative industries. (pp. 268-283). Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199603510.013.024

Freitas, R. G., & Davel, E. (2022). Criatividade plural: Panorama, desafios e perspectiva para a produção acadêmica em Administração. Contextus – Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 20(18), 253-265. https://doi.org/10.19094/contextus.2022.78301

Gherardi, S. (2019). How to conduct a practice-based study: Problems and methods. Cham: Edward Elgar Publishing. https://doi.org/10.4337/9781788973564

Gilson, L. L. (2013). Creativity in teams: Processes and outcomes in creative industries. In Jones C., Lorenzen M., Sapsed J. (Eds.), The Oxford Handbook of Creative Industries. (pp. 50-74). Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199603510.013.009

Glăveanu, V. P. (2015). Creativity as a sociocultural act. The Journal of Creative Behavior, 49(3), 165-180. https://doi.org/10.1002/jocb.94

Hällgren, M., & Söderholm, A. (2011). Projects-as-practice: new approach, new insights. In Morris, P., Pinto, J., & Soderlund, J. The Oxford Handbook of Project Management. (pp. 500–518). Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199563142.003.0022

Holzmann, V., & Mazzini, L. (2020). Applying project management to creative industries: The relationship between leadership style and project success. Journal of Organizational Culture, Communications and Conflict, 24(1), 1-17.

Kenny, A. (2014). Collaborative creativity within a jazz ensemble as a musical and social practice. Thinking Skills and Creativity, 13, 1-8. https://doi.org/10.1016/j.tsc.2014.02.002

Knardal, P. S., & Pettersen, I. J. (2015). Creativity and management control–the diversity of festival budgets. International Journal of Managing Projects in Business, 8(4), 679-695. https://doi.org/10.1108/IJMPB-11-2014-0082

Marcella, M., & Rowley, S. (2015). An exploration of the extent to which project management tools and techniques can be applied across creative industries through a study of their application in the fashion industry in the North East of Scotland. International Journal of Project Management, 33(4), 735–746. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2014.12.002

Marcus, G. E. (1995). Ethnography in/of the world system: The emergence of multi-sited ethnography. Annual Review of Anthropology, 24(1), 95-117. https://doi.org/10.1146/annurev.an.24.100195.000523

Pink, S., Horst, H. A., Postill, J., Hjorth, L., Lewis, T., & Tacchi, J. (2016). Digital Ethnography: Principles and practice. Los Angeles: Sage.

Pratt, A. (2015). Creative industries and development: Culture in development, or the cultures of development? In Jones C., Lorenzen M., Sapsed J. (Eds.), The Oxford Handbook of Creative Industries. (pp. 502-514). Oxford: Oxford University Press.

Prior, L. (2003). Using Documents in Social Research. London: Sage. https://doi.org/10.4135/9780857020222

Riessman, C. K. (2008). Narrative Methods for the Human Sciences. London: Sage.

Sedita, S. R. (2013). Interpersonal and inter-organizational networks in the performing arts: the case of project-based organizations in the live music industry. In Belussi, F. & Sedita, S. (Eds.), Managing Situated Creativity in Cultural Industries (pp. 36-54). London: Routledge. https://doi.org/10.1080/13662710802373833

Simon, L. (2006). Managing creative projects: An empirical synthesis of activities. International Journal of Project Management, 24(2), 116–126. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2005.09.002

Wenger, E. C., & Snyder, W. M. (2000). Communities of practice: The organizational frontier. Harvard Business Review, 78(1), 139-146. http://dx.doi.org/10.1093/oso/9780199291793.003.0017

Downloads

Publicado

2025-03-19

Como Citar

Freitas, R. G., & Davel, E. P. B. (2025). Gestão de projetos culturais: A criatividade plural como prática de gestão. Revista De Gestão E Projetos, 16(1), 41–64. https://doi.org/10.5585/2025.27438

Edição

Seção

Artigos
Crossref
0
Scopus
0
Visualizações
  • Resumo 45
  • pdf 30