Analisando Projetos através das Práticas: Um Ensaio Teórico

Autores

  • Ralf Luis de Moura Universidade Federal do Espirito Santo - UFES
  • Bruna Demoner Diniz UFES

DOI:

https://doi.org/10.5585/gep.v7i2.347

Palavras-chave:

Gerenciamento de Projetos. Teorias de Schatzki. Teorias da Prática. Organizações Temporárias.

Resumo

Organizações utilizam projetos como forma de implementar mudanças e de gerar novos produtos e/ou serviços. Estudos sobre projetos são tradicionalmente sistemáticos e focam em processos, metodologias e ferramentas que se preocupam em aspectos técnicos do que nos aspectos práticos, muitas vezes negligenciando totalmente os atores envolvidos nas atividades cotidianas. As teorias da prática preocupam-se em como as práticas são forjadas em um contexto individual e social. Este ensaio teórico explora essa lacuna e faz um recorte das práticas em projetos apresentando uma análise sob a lente das teorias da prática de como estas se formam em projetos e como são perpetuadas através de uma das mais importantes e recentes teorias sociais: as teorias de Theodore Schatzki. Conclui-se que projetos, por serem temporários, são fontes ricas de práticas inovadoras, porém apresentam formas complexas de organizar e perpetuar suas práticas cotidianas.

Biografia do Autor

Ralf Luis de Moura, Universidade Federal do Espirito Santo - UFES

Possui graduação em Ciência da Computação , pós-graduação em Desenvolvimento de Sistemas em Java (UFES) e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atualmente é doutorando em Administração na UFES, gerente de projetos de tecnologia na Vale S.A. e professor dos cursos superiores de Engenharia Elétrica, de Computação e de Controle e Automação, Sistemas de Informação e Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas, Redes de Computadores e Jogos Digitais nas Faculdades Integradas Espirito Santenses. Tem mais de 20 anos de experiência nas áreas de Eletrônica, Automação, Computação e Administração, atuando nas seguintes áreas: Eletrônica Industrial, Instrumentação e Automação, Redes de Computadores, Redes Industriais, Desenvolvimento de Softwares, Infraestrutura de TI, Computação em Nuvem, Governança de TI e Gerenciamento de Projetos. Possui várias certificações nas áreas técnicas e de gestão.

Bruna Demoner Diniz, UFES

Possui Graduação em Comunicação Social - Jornalismo (2006) e Especialização em Qualidade e Certificações (2010) e Gerenciamento de Projetos (2013). Atualmente é Analista Administrativo na Lyon Engenharia e Avaliadora do Prêmio Qualidade Espírito Santo (PQES). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Setores Específicos.

Referências

Ahrens, T., & Chapman, C. S. (2007). Management Accounting as Practice. Accounting, Organizations and Society. (Vol. 32, nº 1, pp. 5-31).

Acaldipani, R., & Tureta, C. (2009). Teoria Ator-Rede e Análise Organizacional: Contribuições e Possibilidades de Pesquisa no Brasil. O&S – Salvador. (Vol. 16, nº 51, pp. 647-664).

Alexander, P., & Silvis, E. (2014). Actor-network theory in information systems research. Information Research. (Vol. 19 no. 2, June).

Andrade, A. J. (2004). Actor-network theory (ANT): uma tradução para compreender o relacional e o estrutural nas redes interorganizacionais? Cadernos EBAPE.BR, 2(2), 01–14.

AUSTRALIAN ISTITUTE OF PROJECT MANAGEMENT, [APM], (2015).What is PM. Recuperado em 12 julho, 2015, de https://www.apm.org.uk/WhatIsPM.

Blomquist, T., Hällgren, M., Nilson, A., & Söderholm, A. (2010). Project-as-practice: In search of project management research that matters. Project Management Journal.

Bouer, R., & Carvalho, M. (2005). Metodologia singular de gestão de projetos: condição suficiente para a maturidade em gestão de projetos? Produção, 15(3), 347–361.

Cambré, B., & Jong, J. (2013). What Do Project Managers Actually Do? Exploring Micro-Practices of Managing Temporary Organizational Forms. American Journal of Industrial and Business Management, 03(03), 266–278.

Cicmil, S., & Hodgson, D. (2006). New possibilities for project management theory: A critical engagement. Project Management Journal, 37(3), 111–122.

Cleland, D. I. and Kerzner, H. (1985). A Project Management Dictionary of Terms. Van Nostrand Reinhold. New York.

Engewall, M. (2003). No project is an island: linking projects to history and context. Research Policy 32 (5), 789-808.

Gherardi, Silvia, Niccolini, Davide (2000). The Organizacional Learning of Safety in Communities of Practice. Journal of Management Inquiry, v.9, pp.7-18.

Heeks, R., & Stanforth, C. (2007). Understanding e-Government project trajectories from an actor-network perspective. European Journal of Information Systems, (Vol. 16, pp. 165-177).

Lindner, F., & Wald, A. (2011). Success factors of knowledge management in temporary organizations. International Journal of Project Management, 29(7), 877–888.

Lundin, R. A., & Söderholm, A. (1995). A theory of the temporary organization. Scandinavian Journal of Management, 11(4), 437–455

Mähring, M.; Holmström, J.; Keil, M. & Montealegre, R. (2004) Trojan actor‐networks and swift translation: Bringing actor‐network theory to IT project escalation studies. Information. Technology & People, 17 (2), 210-238.

Marques, L. J. Jr., & Plonski, G. A. (2011). Gestão de projetos em empresas no Brasil: abordagem “tamanho único”? Gestão & Produção, 18(1), 1–12.

Maximiano, A. C. A. Introdução a administração. 3ª ed., São Paulo, Editora Atlas, 1992.

Packendorff, J. (1995). Inquiring into the temporary organization: New directions for project management research. Scandinavian Journal of Management, 11(4), 319–333.

Nicolini, D. (2013). Practice Theory, Work, & Organization: an introduction. Oxford: Oxford University Press.

Peci, Alketa. (2003). Estrutura e Ação nas Organizações: Algumas Perspectivas Sociológicas. RAE, v43, n.1, pp.24-35.

Pinto, Jefrey K., Slevin, Dennis, P. (1988). Critical Success Factors in Effective Project Implementation. Sloam Management Review, pp. 33-41.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE [PMI], (2013). A guide to the project management body of knowledge (PMBOK guide). Newtown Square, Pa: Project Management Institute.

Santos, L. L. S. (2014). O trem não pode parar: reformando uma oficina de locomotivas. Tese (Doutorado em Administração) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo.

Santos, L. L. D. S., & Silveira, R. A. Da. (2015). Por Uma Epistemologia Das Práticas Organizacionais: a Contribuição De Theodore Schatzki. Organizações & Sociedade, 22(72), 79–98.

Scarbrough, N.H., Swan, J., Laurent, S. Bresnen, M., Edelman, L., & Sue, N. (2004). Project-Based Learning and the Role of Learning Boundaries. Organization Studies 2004; 25; 1579.

Schatzki, T. R.; Knorr-Cetina, K. & Savigny, E. (2001a). Introduction: Practice Theory. The Practice Turn in Contemporary. London/NewYork: Routledge.

Schatzki, T. R.; Knorr-Cetina, K. & Savigny, E. (2001b). Practice Mind-ed Orders. The Practice Turn in Contemporary. London/NewYork: Routledge.

Schatzki, T. R. (2002). The site of the social: a philosophical account of the constitution of social life and change. Pennsylvania: Pennsylvania State University.

Schatzki, T. R. (2003). A New Societist Social Ontology. Philosophy of the Social Sciences.

Schatzki, T. R. (2005). The Sites of Organizations. Organization Studies.

Schatzki, T. R. (2006). On organizations as they happen. Organization Studies, 1863-1873.

Skálen, P., & Hackley, C. (2011) Marketing-As-Practice: Introduction to the Special Issue. Scandinavian Journal of Management, In: Scandinavian Journal of Management. (Vol. 27, nº 2, pp. 189-196).

Silveira, Rafael Alcadipani da. (2005). Michel Foucault: poder e análise das organizações. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV. 168 p.

Söderlund, J. (2004). Building theories of project management: Past research, questions for the future. International Journal of Project Management, 22(3), 183–191.

Stanforth, C. (2006). Using Actor-Network Theory to Implementation in Developing Countries. Information Technologies and International Development, 3(3), 35–60.

Toledo, J. C. De, Silva, S. L. Da, Mendes, G. H. S., & Jugend, D. (2008). Fatores críticos de sucesso no gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produto em empresas de base tecnológica de pequeno e médio porte. Gestão & Produção, 15(1), 117–134.

Thomas, J. (2012). Re-situating expert project managers: praxis within multiple logics of practice. International Journal of Managing Projects in Business, 5(3), 377–399.

Turner, J. R., Anbari, F., & Bredillet, C. (2013). Perspectives on research in project management: the nine schools. Global Business Perspectives, 1(1), 3–28.

Turner, J. R., & Müller, R. (2003). On the nature of the project as a temporary organization. International Journal of Project Management, 21(1), 1–8.

Whitaker, S. (2014). The benefits of Tailoring – Making a Project Management Methodology Fit. White Paper. Project Management Institute, Inc.

Whittington, R. (2006). Completing the Practice Turn in Strategy Research. Organization Studies, 27(5), 613–634.

Downloads

Publicado

2016-08-30

Como Citar

Moura, R. L. de, & Diniz, B. D. (2016). Analisando Projetos através das Práticas: Um Ensaio Teórico. Revista De Gestão E Projetos, 7(2), 34–41. https://doi.org/10.5585/gep.v7i2.347

Edição

Seção

Artigos