Análise da incorporação de ferramentas para o apoio matricial em um programa de residência multiprofissional em saúde.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/rgss.v9i3.16970

Palavras-chave:

Estratégia Saúde da Família, Apoio matricial, Internato e residência, Práticas interdisciplinares

Resumo

A metodologia do apoio matricial tem apresentado evidências de sua contribuição positiva na resolutividade da Atenção Básica e os programas de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) vão de encontro a essa proposta ao capacitar profissionais para atuarem de maneira interdisciplinar na gestão na saúde. Objetivo: Buscou-se analisar a incorporação das ferramentas para o apoio matricial em um programa de RMS. Método: Pesquisa de abordagem qualitativa, de natureza descritiva, com delineamento de estudo caso único. Incluiu revisão bibliográfica integrativa no tema ferramentas para o apoio matricial e utilizou técnica de observação participante para coleta de dados do caso, os quais foram analisados buscando sentido entre a teoria e os fenômenos concretos, barreiras e facilitadores. Resultados: Foram identificadas oito ferramentas para o apoio matricial reconhecidas na literatura, as quais foram todas incorporadas nas atividades interdisciplinares do programa de RMS observado. As principais barreiras e facilitadores para a efetiva incorporação das ferramentas na rotina de trabalho estavam relacionadas à carga horária disponível, infraestrutura, perfil da equipe e presença de preceptoria ativa. Foram observados maiores desafios para consecução do apoio matricial na Unidade Básica de Saúde quando comparado as atividades realizadas dentro da instituição coordenadora do programa. Conclusão: Considera-se que aplicar o apoio matricial de acordo com sua proposta tem sido um desafio, contudo, a qualificação profissional por meio dos programas de RMS com ênfase na Estratégia Saúde da Família é uma iniciativa intersetorial que tem potencial para promover a implementação do apoio matricial como metodologia de trabalho na Atenção Básica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daiane Sousa Melo, Universidade de São Paulo

Departamento de Ciências da Saúde

Mariane Helen de Oliveira, Universidade de São Paulo - USP

Departamento de Nutrição em Saúde Pública

Referências

Arruda, G. M. M. S., Barreto, I. C. H. C., Ribeiro, K. G., & Frota, A. C. (2017). O desenvolvimento da colaboração interprofissional em diferentes contextos de residência multiprofissional em Saúde da Família. Interface (Botucatu), 22(1), 1309-1323.

Barroz, J. O., Gonçalves, R. M. A., Kaltner, R. P., & Lancman, S. (2015). Estratégia do apoio matricial: a experiência de duas equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da cidade de São Paulo, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 20(9), 2847-2856.

Bispo Júnior, J. P., & Moreira, D. C. (2017). Educação permanente e apoio matricial: formação, vivências e práticas dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e das equipes apoiadas. Cadernos de Saúde Pública, 32(9), 1-13.

Campos, G. W. S., & Domitti, A. C. (2007). Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cadernos de Saúde Pública, 23(2), 399-407.

Campos, G. W. S. (1999). Equipes de referência e apoio especializado matricial: um ensaio sobre a reorganização do trabalho em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 4(2), 393-403.

Castro, C. P., & Campos G. W. S. (2016). Apoio Matricial como articulador das relações interprofissionais entre serviços especializados e atenção. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 26(2), 455-481.

Castro, C. P., Oliveira M. M., & Campos G. W. S. (2016) Apoio Matricial no SUS Campinas: análise da consolidação de uma prática interprofissional na rede de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 21(5), 1625-1636.

Chiaverini, D. H., (Organizadora), et al.(2011). Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado em 02 agosto, 2019, de https://www.researchgate.net/publication/216754088_Guia_Pratico_de_Matriciamento_em_Saude_Mental.

Costa, M. F. L., Turci M. A., & Macinko J. (2013). Estratégia Saúde da Família em comparação a outras fontes de atenção: indicadores de uso e qualidade dos serviços de saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 29(7), 1370-1380.

Deslauriers, J. P., & Kérisit, M. (2012). O delineamento de pesquisa qualitativa. In: Poupart. J. et al. (Org.). A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos (pp. 127-153). Petrópolis: Vozes.

Domingos, C. M., Nunes, E. F. P. A., & Carvalho, B. G. (2015) Potencialidades da Residência Multiprofissional em Saúde da Família: o olhar do trabalhador de saúde. Interface (Botucatu), 19(55), 1221-1232.

Farinelli, M. R., Martins, R. A. S, & Ribeiro, P. M. A. (2016). Professional qualifications and health promotion: training in the Residency Program in Health. European Journal of Public Health, 26(1), 428-429.

Malta, D. C., Santos, M. A. S., Stopa, S. R., Vieira, J. E. B., Melo, E. A., & Reis, A. A. C. (2016). A Cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Ciência & Saúde Coletiva, 21(2), 327-338.

Melo, E. A., Miranda L, Silva A. M., & Limeira R. M. N. (2018). Dez anos dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf): problematizando alguns desafios. Saúde Debate, 42(1), 328-340.

Ministério da Saúde. (2009a). Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Recuperado em 08 agosto, 2019, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdf

Ministério da Saúde. (2004). HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial. Recuperado em 02 agosto, 2019, de http://www.heab.fmrp.usp.br/App_Data/Conteudo/Arquivos/Humaniza%C3%A7%C3%A3o/Equipe%20de%20Referencia%20e%20Apoio%20Matricial.pdf

Ministério da Saúde. (2014). Núcleo de Apoio à Saúde da Família: Ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano. Recuperado em 08 agosto, 2019, de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/nucleo_apoio_saude_familia_cab39.pdf

Ministério da Saúde. (2009b). Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada. Recuperado em 02 agosto, 2019, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_compartilhada.pdf

Ministério da Saúde. (2006). Residência multiprofissional em saúde: experiências, avanços e desafios. Recuperado em 05 agosto, 2019, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/residencia_multiprofissional.pdf.

Nascimento, L. C., Dantas, I. R. de O., Andrade, R. D., & Mello, D. F. de. (2014). Genogram and ecomap: brazilian nursing contributions. Texto & contexto - enfermagem, 23(1), 211-220.

Neto, O. C. (1994). O trabalho de campo como descoberta e criação. In Deslandes, S. F., Neto, O. C., Gomes, R., & Minayo, M. C. S. Pesquisa Social . Teoria, Método e Criatividade (pp. 51-66). Petrópolis: Vozes.

Nordi, A. B. A., & Aciole, G.G. (2017). Apoio matricial: uma experiência da residência multiprofissional em saúde. Trabalho educação e saúde, 15(2), 485-500.

Oliveira, D. G., Frias, P. G., Vanderlei, L. C. M., Vidal, S. A., Novaes, M. A., & Souza, W. V. (2015). Análise da implantação do Programa Telessaúde Brasil em Pernambuco, Brasil: estudo de casos. Cadernos de Saúde Pública, 31(11), 2379-2389.

Oliveira, M. M. C., & Campos G. W. S. (2017). Formação para o Apoio Matricial: percepção dos profissionais sobre processos de formação. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27(2), 187-206.

Portaria nº 2.436, de 09 de setembro de 2017 (2017). Dispõe sobre a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Resolução CNRMS nº 2, de 13 de abril de 2012 (2012). Dispõe sobre as Diretrizes Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em Profissional de Saúde. Diário Oficial da União. Brasília, DF: Ministério da Educação.

Resolução CNS 510, de 7 de abril de 2016 (2016) Dispõe sobre a Ética na Pesquisa na área de Ciências Humanas e Sociais. Diário Oficial da União. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Santos, R. A. B. G., Uchôa-Figueiredo, L. R., & Lima, L. C. (2017). Apoio matricial e ações na atenção primária: experiência de profissionais de ESF e Nasf. Saúde Debate, 41(114), 694-706.

Vieira-Meyer, A., Pinheiro, T. X. A., Uchoa, S. A. C., Machado, M. F. A. S., Sampaio, A. T. L., Coelho, A.A., Sousa, C. S. M., & Rocha, P. M. (2016). External evaluation of the Brazilian Primary Health Care Program. Are improvements being observed? European Journal of Public Health, 26(1), 264.

Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos (2a ed., D. Grassi, Trad.). Porto Alegre: Bookman. (Obra original publicada em 1984).

Downloads

Publicado

2020-10-22

Como Citar

Sousa Melo, D., de Oliveira, M. H., & Perseguino, M. G. (2020). Análise da incorporação de ferramentas para o apoio matricial em um programa de residência multiprofissional em saúde. Revista De Gestão Em Sistemas De Saúde, 9(3), 535–553. https://doi.org/10.5585/rgss.v9i3.16970

Edição

Seção

Artigos