Direito fundamental à saúde mental e suicídio: reflexões multidisciplinares para a institucionalização de uma clínica de psicologia jurídica na Universidade Federal de Rondônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/13.2024.26836

Palavras-chave:

suicídio, saúde mental, direitos humanos, prevenção, clínica de psicologia jurídica

Resumo

O presente artigo examina o fenômeno do suicídio sob uma perspectiva multidisciplinar, incorporando aspectos da saúde mental, direitos humanos e filosofia, com o objetivo de analisar suas complexidades, identificar fatores de risco e estratégias de prevenção, bem como refletir sobre o papel da institucionalização de uma Clínica de Psicologia Jurídica na Universidade Federal de Rondônia como promotora do direito fundamental à saúde mental. A metodologia adotada inclui uma revisão integrativa da literatura e uma análise qualitativa, fundamentando-se em abordagens interdisciplinares que integram perspectivas éticas e jurídicas. Os resultados destacam a importância de uma abordagem holística e baseada em direitos, reconhecendo o suicídio como um fenômeno complexo, influenciado por fatores sociais, culturais, econômicos e psicológicos. Ressalta-se a necessidade de políticas públicas inclusivas, que promovam a saúde mental como um direito humano fundamental, eliminem o estigma e a discriminação relacionados às doenças mentais e incentivem o investimento em pesquisa interdisciplinar e práticas extensionistas, como as clínicas universitárias. Conclui-se que a institucionalização de Clínicas de Psicologia Jurídica, como a da UNIR de Cacoal, representa uma iniciativa significativa para fortalecer o acesso à saúde mental, contribuindo para a proteção da dignidade humana e a redução das taxas de suicídio, beneficiando tanto a comunidade acadêmica quanto a sociedade em geral. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Douglas Aparecido Bueno, Universidade Federal de Rondônia / Cacoal, RO - Brasil

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade católica de São Paulo. Professor do Programa de Mestrado em Filosofia e do Departamento de Direito da Universidade Federal de Rondônia.

Dra. Carolina de Albuquerque, Universidade Federal de Rondônia / Cacoal, RO - Brasil

Doutora em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2021) e Doutora em Ciências (Ambiente e Sociedade) pelo PPGI em Ecologia Aplicada (Esalq/CENA) da Universidade de São Paulo - USP (2017), Mestre em Direito pela Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep (2006), Especialista em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCCamp (2004) e Bacharel em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes - UMC (2002). Líder do Grupo de Pesquisa DIFUSA - Direitos Fundamentais e Sociedade na Amazônia Brasileira (Depto de Direito de Cacoal/Unir).

Referências

AVANCI, J. et. al.. Comportamento suicida e autolesão na infância e adolescência: conversando com profissionais sobre formas de prevenção. Rio de Janeiro: Faperj, 2023.

BAUMAN, Z. L’amour liquide: de la fragilité des liens entre les hommes. Le Rouergue-Chambon, 2004.

BEAUTRAIS, A. et. al. Prevalence and comorbidity of mental disorders in persons making serious suicide attempts: a case-control study. Am J Psychiatry. 1996; 153:1009-14.

BRASIL. Lei 10.216, de 6 de abril de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 abr. 2001. Seção 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_ 2001/l10216.htm#:~:text=LEI%20No%2010.216%2C%20DE,modelo%20assistencial%20em%20sa%C3%BAde%20mental. Acesso em 01 de maio de 2024.

CAMUS, A.. O mito de Sísifo. Tradução de Ari Roitman e Paulina Watch. Rio de Janeiro: Record, 2006.

CASTEL, R. La montée des incertitudes. Paris: Seuil. 2009.

CIORAN, E. M. Breviário de decomposição. Tradução de José Tomaz Brum. Rio de Janeiro Rocco, 1989.

CIORAN, E. M. De l’inconvénient d’être né. Oeuvres, Bibliothèque de la Pléiade, Gallimard, 2011.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP N.º 010/2005. Código de Ética Profissional. 2005.

CRESWELL, J. W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. Porto Alegre: Penso, 2014.

DALLARI, S. G. A construção do direito à saúde no Brasil. Revista de Direito Sanitário, n. 3, pp. 9-34, 2009

EHRENBERG, A. La fatigue d’être soi, dépression et société. Paris: Jacob. 1999.

HOLDEREGGER, A. Il suicídio: Risultanze delle scienze umane e problematica ética. Cittadella: Assisi. 1979.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Atlas da violência: suicídio. V. 2.7 Brasília, DF: Ipea. 2024.

KIERKEGAARD, S. A. O conceito de angústia. Traduzido por Álvaro Luiz de Montenegro Valls. 3° ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

KIERKEGAARD, S. A. O desespero humano (Doença até a morte). Os pensadores. Tradução: Adolfo Casais Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

KOVÁCS, M. J. Comportamentos autodestrutivos e o suicídio. São Paulo: Casa do Psicólogo, p. 171-194, 1992.

NETTO, N. B. Suicídio: uma questão de saúde pública e um desafio para a psicologia clínica: Parte I. In: CFP. Conselho Federal de Psicologia. O suicídio e os desafios para a psicologia. Brasília: CFP, 2013.

RICŒUR, P. Soi-même comme un autre. Paris: Seuil, 1996.

SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo)., v. 8, n. 1, p. 102-106, jan. 2010. https://doi.org/10.1590/S1679-45082010RW1134

Publicado

2024-12-30

Como Citar

BUENO, Douglas Aparecido; ALBUQUERQUE, Carolina de. Direito fundamental à saúde mental e suicídio: reflexões multidisciplinares para a institucionalização de uma clínica de psicologia jurídica na Universidade Federal de Rondônia. Revista Thesis Juris, [S. l.], v. 13, n. 2, p. 277–297, 2024. DOI: 10.5585/13.2024.26836. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/thesisjuris/article/view/26836. Acesso em: 5 fev. 2025.

Edição

Secção

Artigos
Views
  • Resumo 40
  • pdf (Português (Brasil)) 30