Análise da Possibilidade de Insucesso de Projetos de Novos Empreendimentos: Um Estudo com Dados Da Kauffman Firm Survey
DOI:
https://doi.org/10.5585/gep.v3i1.86Palavras-chave:
Estratégia, Planejamento, Novos Empreendimentos, Empreendedorismo, Fundação Kauffman, Regressão Logística.Resumo
Este estudo tem por objetivo identificar, entre alguns fatores considerados, aqueles que estão mais fortemente relacionados com o insucesso de novos empreendimentos. Para tanto, partiu-se dos seguintes objetivos intermediários: a) identificar razões do encerramento das operações de novos empreendimentos com menos de dois anos; b) identificar, entre os fatores estudados, aqueles que melhor explicam as diferenças entre os dois grupos: empresas que encerraram operações e aquelas que não encerraram operações; c) estruturar procedimentos classificatórios para discriminar empresas com maior risco de encerrar operações das empresas com menor risco. Para a consecução dos objetivos do trabalho, utilizou-se a base de dados oriunda de pesquisa survey desenvolvida pela Fundação Kauffman com 4.926 empresas americanas fundadas em 2004. Desse total, foram selecionadas 93 empresas que tiveram suas atividades encerradas até o momento da segunda rodada da pesquisa, realizada em 2005, e outras 1.804 que permaneceram em atividade. Para este estudo, foi utilizado o método de regressão logística, como ferramenta de análise e elaboração de um modelo discriminatório. Os resultados apontam para o fato de que, apesar de considerar fatores relacionados com as características dos proprietários e com as características da empresa, os fatores selecionados não são suficientes para explicar as diferenças entre os dois grupos de empresas que encerraram suas operações e de empresas que não encerraram suas operações após o primeiro ano de funcionamento. Uma contribuição adjacente deste estudo é o incentivo para exploração de abordagens quantitativas, assentadas em base de dados bastante consistentes, na discussão dos fatores condicionantes dos insucessos de iniciativas empreendedoras.
DOI:10.5585/gep.v3i1.86
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