Criação de valor em operadoras de planos de saúde: uma análise considerando a regulação da agência de saúde suplementar (ANS)
DOI:
https://doi.org/10.5585/rgss.v10i2.17905Palavras-chave:
Provedores de saúde privados (OPS), Agência de Saúde Suplementar (ANS), Criação de valor, RegulaçãoResumo
Este artigo apresenta os resultados de um estudo que teve como objetivo analisar as variáveis que influenciaram a criação de valor nas operadoras de planos de saúde (OPS) brasileiras, sob perspectiva da regulação da Agência de Saúde Suplementar (ANS), no período de 2010 a 2016. A amostra empregada foi composta por OPS médico-hospitalares cujos dados estavam disponíveis publicamente no site da ANS. A análise dos dados empregou as seguintes técnicas: análise de conteúdo, estatística descritiva e análise de regressão com dados em painel. Com relação às decisões de investimento, com foco na criação de valor, constatou-se que as OPS usualmente criaram mais valor do que destruíram (exceto no caso das organizações da modalidade Filantropia). Pode-se concluir que as regras da ANS afetaram as diferentes modalidades de operadoras de várias formas, no que diz respeito à criação de valor. Quase todas as variáveis regulatórias foram significantes em diferentes contextos e variaram dependendo da modalidade de OPS. Isso demonstra a relevância de se considerar as especificidades de cada uma delas nas análises. A discussão apresentada pode subsidiar decisões de reguladores e gestores das organizações, devido à constatação de que a regulação da ANS sobre as OPS influencia na criação ou destruição de valor nas mesmas. Pode-se dizer que a regulação pode desenvolver um oligopólio neste setor e/ou criar oportunidades de criação de valor para as organizações.
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