A teoria dos stakeholders no Brasil: produção acadêmica no período de 2014 a 2019
DOI:
https://doi.org/10.5585/riae.v19i4.17345Palavras-chave:
Teoria dos stakeholders, Produção acadêmica, Periódicos científicos brasileiros.Resumo
Objetivo: Analisar o perfil da produção recente sobre Teoria dos Stakeholders nos periódicos nacionais.
Método: Revisão de literatura, na qual foram selecionados 271 artigos publicados, entre 2014 e 2019, em 92 periódicos do estrato superior do Qualis/CAPES em Administração e áreas afins.
Originalidade/Relevância: O conhecimento acerca do referido perfil auxilia os pesquisadores a visualizarem aspectos metodológicos e conceituais a partir dos quais o tema está sendo discutido, contribuindo para a definição de uma agenda de pesquisa.
Resultados: A RBGN, a RAUFSM e a RIAE são os periódicos de referência. A maioria dos estudos adota uma abordagem teórico-empírica e possui natureza qualitativa, sendo a pesquisa documental e a entrevista os instrumentos de coleta de dados mais utilizados. A análise de conteúdo foi a técnica de análise de dados mais aplicada. A definição de Stakeholder de Freeman e o modelo de análise de Mitchell, Agle e Wood são os mais empregados. A pesquisa sobre o tema é crescentemente colaborativa, bem como foi possível constatar a validação das Leis de Bradford e Zipf, mas não a de Lotka. Portanto, é possível identificar um grupo de periódicos mais devotos ao tema e os termos que apresentam maior frequência nos artigos pesquisados. Entretanto, não foi possível comprovar que uma larga proporção da literatura foi produzida por um pequeno número de autores.
Contribuições teóricas/metodológicas: Foram identificadas lacunas na literatura e tendências, como o diálogo entre a Teoria de Stakeholder e a geração de valor, que foram objeto da agenda de pesquisa sugerida.
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