Ciência, tecnologia e inovação: a importância dos sistemas estaduais em uma estratégia nacional para o setor no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5585/cpg.v20n1.19423Palavras-chave:
agenda 2030, nações unidas, fundações, pesquisa, inovaçãoResumo
Este artigo analisa aspectos institucionais da trajetória das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) no Brasil. A abordagem está estruturada a partir dos desafios colocados pela Agenda 2030 das Nações Unidas, especialmente em seu objetivo 9, que trata da necessidade de construção de infraestruturas resilientes, buscando promover a industrialização inclusiva e sustentável, além de fomentar a inovação. A pesquisa procura identificar possíveis caminhos para o fortalecimento institucional desse sistema. Trata-se de uma pesquisa exploratória que se apoiou em metodologia triangular, por meio da articulação entre literatura, revisão de documentos oficiais e geração de dados, além da experiência prática vivenciada pelo autor. A Agenda 2030 das Nações Unidas é uma carta de intenções firmada em ambiente multilateral, expressando consenso sobre um cenário ideal, sem análise dos entraves inerentes aos desafios reais nos planos doméstico e global. Isto não anula sua importância como uma visão de futuro capaz de orientar ações por parte dos atores políticos e sociais. Neste ensaio, ela é entendida como uma oportunidade de se buscar uma reflexão estratégica em uma área decisiva para o futuro ou não futuro do país. O exame se concentra nas tendências centrais das mudanças societárias em curso, apontadas pela literatura. A partir dessa descrição, procura refletir sobre as respostas dadas pelo país nos últimos anos, discutindo, também, percepções sobre o que poderá ocorrer no futuro próximo, extraídas de um diálogo com atores-chave do setor das FAPs em nível subnacional.Downloads
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