Benefícios da abordagem ágil para Aprendizagem Baseada em Projetos (ABPJ)

Josué Vitor de Medeiros Júnior; Rosaneide Maria Garcia da Silva; Bruno Campelo Medeiros

doi:10.5585/gep.v15i2.25676

Autores

Josué Vitor de Medeiros Júnior Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN https://orcid.org/0000-0002-0361-9744
Rosaneide Maria Garcia da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN https://orcid.org/0000-0002-9885-2644
Bruno Campelo Medeiros Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN https://orcid.org/0000-0003-4054-4224

DOI:

https://doi.org/10.5585/gep.v15i2.25676

Palavras-chave:

Abordagem ágil, Aprendizagem Baseada em Projetos, Educação Superior

Resumo

O presente artigo busca identificar os benefícios da adoção da abordagem ágil para a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABPj), a partir da perspectiva dos alunos de turmas de mestrado profissional e acadêmico de uma Instituição do Ensino Superior. Para tanto, foi adotada a pesquisa-ação como estratégia metodológica, nas seguintes fases: a) exploratória; b) pesquisa aprofundada; c) ação e avaliação de práticas ágeis vivenciadas em duas disciplinas; d) análise das categorias conceituais relacionadas aos Valores Ágeis e a ABPj. As ações revelaram, precipuamente, os seguintes resultados: i) as características da ABPj nas ocasiões em que os alunos exercitam a autonomia, trabalham cooperativamente, recebem feedbacks e constroem um artefato final se alinham aos valores ágeis relacionados a interações entre as pessoas, orientação às mudanças, colaboração com “clientes” e entrega contínua de produtos funcionais; ii) a pesquisa contribuiu no sentido de expandir a perspectiva das práticas adotadas no contexto da ABPj para considerar uma abordagem própria da área de gestão de projetos; iii) os resultados sugerem ainda que a combinação entre estas duas abordagens pode ser uma estratégia promissora para melhorar a qualidade do ensino e promover uma aprendizagem mais efetiva, inclusive em gestão de projetos.

Biografia do Autor

Josué Vitor de Medeiros Júnior, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Graduado em Ciências da Computação (1999), mestre em Administração (2004) e doutor em Administração (2014) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Responsável pela criação e consolidação da Secretaria de Gestão de Projetos/UFRN, entre 2016 e 2019, unidade cujo propósito é apoiar/gerenciar projetos de melhoria institucional e práticas de gestão de processos na UFRN. Atualmente, professor efetivo da UFRN (desde 2009) e Pró-reitor de Planejamento da UFRN. É Vice-Coordenador do grupo de pesquisa registrado no CNPQ: Estudos Organizacionais em Gestão de Projetos. Professor colaborador do programas de pós-graduação PPGA/UFRN (disciplina Gestão de Projetos) e professor efetivo do PPGPI/UFRN. Experiência profissional e interesse de pesquisa e ensino nas áreas de Gestão de Projetos, Abordagem Lean, Estratégia Organizacional e Dinâmica de Sistemas.

Rosaneide Maria Garcia da Silva , Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Doutoranda em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2021-2025); mestra em Gestão de Processos Institucionais pela UFRN (2017); especialista em Gestão Dinâmica de Projetos pela UFRN (2021); especialista em Tecnologia da Gestão Pública e Responsabilidade Fiscal pela Escola Aberta do Brasil - ESAB (2014); e Bacharel em Administração pela Universidade Potiguar - UnP (2010). Tem experiência nas áreas de Administração Pública e Privada, especificamente em vendas de serviços; gestão do relacionamento com o cliente; gestão de processos enxutos; gestão de projetos (como gerente de projetos), com uso de ferramentas de abordagem ágil e inovação; e planejamento estratégico. Atuou como Chefe da Divisão de Central de Serviços e Diretora Adjunta na Diretoria de Projetos Acadêmicos, da Pró-Reitoria de Planejamento da UFRN. Atualmente trabalha na Diretoria de Projetos do Instituto Metróple Digital, especificamente no planejamento e implementação dos processos da Unidade Embrapii/IMD e desenvolve pesquisas nas áreas de sucesso em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e desempenho acadêmico de discentes cotistas. Possui interesse nas áreas de gestão de processos, gestão de projetos, planejamento, inovação e metodologias ativas no ensino da administração.

Bruno Campelo Medeiros, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN

Possui Graduação em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005), Mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2009) e Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017). Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Tem experiência na área de Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão de Projetos, Tecnologia da Informação e Estratégia Empresarial.

Referências

Adelakun, O., Garcia, R., Tabaka, T., & Ismail, R. (2017). Hybrid Project Management: Agile with Discipline. CONF-IRM 2017 Proceedings. 14. Disponível em: http://aisel.aisnet.org/confirm2017/14

Alahyari, H., Svensson, R. B., & Gorschek, T. (2017). A study of value in agile software development organizations. Journal of Systems and Software, 125, 271-288. https://doi.org/10.1016/j.jss.2016.12.007

Almeida, P. G., & Shigue, C. Y. (2021). Aprendizagem baseada em projetos: contribuições para o ensino de ciências na educação básica. Appris Editora.

Anderson, D. J. (2011). Kanban: mudança evolucionária de sucesso para seu negócio de tecnologia. Blue Hole Press.

Aquino, R. P. N., & Moreira, J. R. (2018). Metodologias ativas de aprendizagem: os reflexos no processo de retenção e evasão dos alunos da educação superior privada. Outras Palavras, 15(2). https://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao5/article/view/1195

Artyukhov, A. E., Volk, I. I., & Vasylieva, T. A. (2022). Agile methodology in higher education quality assurance system for SDGs 4, 8 and 9 achievement: national experience. CTE Workshop Proceedings, 9, 81-94. https://doi.org/10.55056/cte.105

Azevedo, Y. G. P., Araújo, A. O., & Medeiros, V. C. (2017). Conhecimentos, habilidades e atitudes desenvolvidas pelos discentes de Contabilidade através da Aprendizagem Baseada em Projetos. Contabilidade, Gestão e Governança, 20 (1), p. 153-174. https://doi.org/10.51341/1984-3925_2017v20n1a9

Bender, W. N. (2015). Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Penso Editora.

Chun, A. H. W. (2004). The agile teaching/learning methodology and its e-learning platform. In Advances in Web-Based Learning–ICWL 2004: Third International Conference, Beijing, China, August 8-11, 2004. Proceedings 3 (pp. 11-18). Springer Berlin Heidelberg. https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-540-27859-7_2

Conforto, E. C., Amaral, D. C., da Silva, S. L., Di Felippo, A., & Kamikawachi, D. S. L. (2016). The agility construct on project management theory. International Journal of Project Management, 34(4), 660-674. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2016.01.007

Costa, J. F., Bezerra, D. D. M. C., Medeiros, J. V., & de Sousa Neto, M. V. (2022). Um estudo sobre os princípios norteadores do ciclo de vida de gerenciamento de projetos. Revista de Gestão e Projetos, 13(1), 171-188. https://doi.org/10.5585/gep.v13i1.21136

Creswell, J. W. (2010). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed.

Dewi, D. A., & Muniandy, M. (2014). The agility of agile methodology for teaching and learning activities. In 2014 8th. Malaysian Software Engineering Conference (MySEC) (pp. 255-259). IEEE. https://ieeexplore.ieee.org/document/6986024

Dita, P. P. S., Murtono, Utomo, S., & Sekar, D. A. (2021). Implementation of problem based learning on Interactive Learning Media. Journal of Technology and Humanities, 2(2), 24-30. https://doi.org/10.53797/jthkkss.v2i2.4.2021

Fernandes, S., Dinis-Carvalho, J., & Ferreira-Oliveira, A. T. (2021). Improving the performance of student teams in project-based learning with scrum. Education Sciences, 11(8), 444. https://doi.org/10.3390/educsci11080444

Flick, U. (2009). Qualidade na pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Atmed.

Guo, P., Saab, N., Post, L. S., & Admiraal, W. (2020). A review of project-based learning in higher education: Student outcomes and measures. International Journal of Educational Research, 102. https://doi.org/10.1016/j.ijer.2020.101586

Gustavsson, T. (2016). Benefits of agile project management in a non-software development context: A literature review. In Fifth International Scientific Conference on Project Management in the Baltic Countries, April 14-15, 2016, Riga, University of Latvia (pp. 114-124). Latvijas Universitate. https://www.diva-portal.org/smash/record.jsf?pid=diva2%3A1266099&dswid=5667

Kokotsaki, D., Menzies, V., & Wiggins, A. (2016). Project-based learning: a review of the literature. Improving Schools. 19(3). pp.267-277. https://doi.org/10.1177/1365480216659733

Laanti, M., Salo, O., & Abrahamsson, P. (2011). Agile methods rapidly replacing traditional methods at Nokia: A survey of opinions on agile transformation. Information and Software Technology, 53(3), 276-290. https://doi.org/10.1016/j.infsof.2010.11.010

Laval, J., Fleury, A., Karami, A. B., Lebis, A., Lozenguez, G., Pinot, R., & Vermeulen, M. (2021). Toward an innovative educational method to train students to agile approaches in higher education: The alpes. Education Sciences, 11(6), 267. https://doi.org/10.3390/educsci11060267

Lima, J. S., & Veronez, F. S. (2023). Evasão no ensino superior: um estudo de caso de um centro universitário. Brazilian Journal of Development, 9(7), 22558-22573. https://doi.org/10.34117/bjdv9n7-096

Manifesto Ágil. (2001). Disponível em: https://agilemanifesto.org/iso/ptbr/manifesto.html

Masood, Z., Hoda, R., & Blincoe, K. (2018). Adapting agile practices in university contexts. Journal of Systems and Software, 144, 501-510. https://doi.org/10.1016/j.jss.2018.07.011

Massari, V. L. (2014). Gerenciamento ágil de projetos: uma visão preparatória para a certificação ágil do PMI (PMI-ACP). Rio de Janeiro: Brasport.

Medeiros, B. C., da Silva Araújo, V. F., Almeida, M. K., & Oliveira, S. (2018). Life Cycle Canvas (LCC): Um modelo visual para a gestão do ciclo de vida do projeto. Revista de Gestão e Projetos, 9(1), 87-101. https://doi.org/10.5585/gep.v9i1.628

Nagai, R. A., & Sbragia, R. (2023). As origens da metodologia ágil: de onde saímos e onde estamos? Uma revisão sistemática da literatura. Revista de Gestão e Projetos, 14(1), 11–41. https://doi.org/10.5585/gep.v14i1.23723

Neumann, M., & Baumann, L. (2021). Agile methods in higher education: Adapting and using eduscrum with real world projects. In 2021 IEEE Frontiers in Education Conference (FIE) (pp. 1-8). IEEE. https://doi.org/10.48550/arXiv.2106.12166

Nogueira, I., Guerrero-Roldán, A-E., & Masó, R. (2018). Collaborative agile learning in online environments: strategies for improving team regulation and project management. Computers and Education, 116, 110-129. https://doi.org/10.1016/j.compedu.2017.09.008

Notari, M., Baumgartner, A., & Herzog, W. (2014). Social skills as predictors of communication, performance and quality of collaboration in project‐based learning. Journal of Computer Assisted Learning, 30(2), 132-147. https://doi.org/10.1111/jcal.12026

Oliveira, S. L. D., Siqueira, A. F., & Romão, E. C. (2020). Aprendizagem Baseada em Projetos no Ensino Médio: estudo comparativo entre métodos de ensino. Bolema: Boletim de Educação Matemática, 34, p. 764-785. https://doi.org/10.1590/1980-4415v34n67a20

Rubin, K. S. (2012). Essential Scrum: A practical guide to the most popular Agile process. Addison-Wesley.

Russo, R. de F. S. G., Silva, L. F., & Larieira, C. L. C. (2021). Do manifesto ágil à agilidade organizacional. Revista de Gestão e Projetos (GeP), 12(1), 1-10. https://doi.org/10.5585/gep.v12i1.19333

Sakulviriyakitkul, P., Sintanakul, K., & Srisomphan, J. (2020). The design of a learning process for promoting teamwork using project-based learning and the concept of agile software development. International Journal of Emerging Technologies in Learning (IJET), 15(3), 207-222. https://doi.org/10.3991/ijet.v15i03.10480

Saltz, J, & Heckman, R. (2020). Exploring which agile principles students internalize When using a kanban process methodology. Journal of Information Systems Education, 31 (1), 51-60. https://aisel.aisnet.org/jise/vol31/iss1/4/

Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, M. P. B. (2013). Metodologia de pesquisa (5a ed.) Porto Alegre: Penso.

Santos, A. C. M. Z. (2020). Contribuições da Aprendizagem Baseada em Projetos: Análise da Utilização do Método em Disciplina do Curso de Administração. Revista Thema, 17 (1), p. 124-134. https://doi.org/10.15536/thema.V17.2020.124-134.1493

Schön, E. M., Buchem, I., Sostak, S., & Rauschenberger, M. (2022). Shift Toward Value-Based Learning: Applying Agile Approaches in Higher Education. In International Conference on Web Information Systems and Technologies (pp. 24-41). Cham: Springer Nature Switzerland. https://doi.org/10.5220/0011537100003318

Schwaber, K., Laganza, G., & D'Silva, D. (2007). The Truth about Agile Processes: Frank Answers to Frequently Asked Questions, Forrester Report. https://www.forrester.com/report/the-truth-about-agile-processes/RES41836

Schwaber, K., Sutherland, J. (2017). Guia do Scrum–Um guia definitivo para o Scrum: As regras do jogo. 2013. http://www.scrumguides.org/docs/scrumguide/v1/Scrum-Guide-Portuguese-BR. pdf

Schwaber, Ken; Sutherland, Jeff. (2013). Um guia definitivo para o Scrum: As regras do jogo. Disponível em https://www.scrumguides.org/docs/scrumguide/v1/Scrum-Guide-Portuguese-BR.pdf

Seman, L. O., Hausmann, R., & Bezerra, E. A. (2018). On the students´perceptions of the knowledge formation when submitted to a project-based learning environment using web applications. Computers and Education, 117, 16-30. https://doi.org/10.1016/j.compedu.2017.10.001

Shaposhnikova, O., & Kirvas, V. (2020). Application of the agile methodology in the practice of project-based learning in the training of IT specialists. Information Processing Systems, 4 (163), 94-100. https://doi.org/10.30748/soi.2020.163.10

Silva, D. O., Castro, J. B., & Sales, G. L. (2018). Aprendizagem baseada em projetos: contribuições das tecnologias digitais. Revista de Educação, Ciência e Tecnologia, 7 (1), p. 1-19. https://doi.org/10.35819/tear.v7.n1.a2763

Silva, T. D. & Leal, E. A. (2021). Aprendizagem baseada em Projetos na Pós-Graduação em Ciências Contábeis. Revista Catarinense da Ciência Contábil, 20, p. 1-19. https://doi.org/10.16930/2237-766220213175

Thiollent, M. (2009). 2 ed. Pesquisa-ação nas organizações. São Paulo: Editora Atlas.

Todorović, M., Toljaga-Nikolić, D., & Bjelica, D. (2018). People-oriented principles and values of agile project management. European Project Management Journal, 8(2), 3-8. https://doi.org/10.18485/epmj.2018.8.2.1

Toledo, D. P (2022). Aprendizagem baseada em projetos: planejamento e aplicação. Freitas Bastos Editora.

Vergara, S. C. (2011). Projetos e relatórios de pesquisa em administração (13ª ed.). São Paulo: Editora Atlas.

Viola, H. H. G., & Braglia, I. A. (2021). LEMMEX: uma abordagem ágil para consultorias em service design. Modapalavra E-periódico, 14(31), 93–115., jan./mar. 2021. https://doi.org/10.5965/1982615x14312021222