Os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as organizações: um olhar para o futuro

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DOI:

https://doi.org/10.5585/riae.v19i4.18987

Abstract

O ano de 2020 começou como qualquer outro. Todos nós tínhamos ideias, projetos e objetivos a cumprir que foram afetados pela pandemia, desencadeada como resultado do COVID-19, e pelas consequentes crises econômicas, políticas e sociais produzidas em todo o mundo.

Na área de negócios, a maioria das empresas teve que deixar de lado seus planos estratégicos de 2020 para se adaptar à crise com estratégias emergentes. Os governos, seguindo estratégias bastante variadas, procuraram dar respostas à sua população e aos seus próprios problemas econômicos. No setor da educação, as estratégias de ensino e aprendizagem também tiveram que ser adaptadas e as escolas e universidades enfrentaram o desafio de implementar planos 100% virtuais. Atualmente, os pesquisadores em gestão estratégica enfrentam o desafio de desenvolver estudos objetivos diante das estratégias emergentes e de curto prazo desenvolvidas nessas áreas.

Uma publicação recente de Cadernos de Regionalismo ODR (2020), abordou como a pandemia foi tratada por comunidades internacionais ao redor do mundo, como a União Europeia e o Mercosul, entre outras, e como o regionalismo poderia ou não contribuir para o enfrentamento da pandemia. Nesse estudo, as regiões foram divididas em: casos cooperativos, casos semi-cooperativos e casos não cooperativos. Os resultados mostram que onde não houve articulação, os números de mortes e infecções em decorrência da pandemia foram maiores, como por exemplo, nos países membros do Mercosul, uma vez que não foram formados grupos especializados de forma articulada sanitariamente para enfrentar a pandemia como a questão central.

Na academia, devemos tentar contribuir analisando quais foram os efeitos e desafios da pandemia Covid-19 nas organizações, bem como as boas práticas para o futuro. Portanto, neste editorial, pretendemos abordar as mudanças pelas quais passam as instituições mundiais diante da crise instalada nos últimos meses, observando as interconexões econômicas internacionais. Sem a pretensão de esgotar o assunto, este editorial analisa os efeitos da pandemia no mundo e os desafios das organizações frente à crise. 

 Efeitos da pandemia no mundo 

Estamos finalizando o de 2020 com muitas suposições e expectativas, e poucas certezas sobre a dimensão do que realmente foi a crise gerada pela pandemia de Covid-19 para as organizações e para a economia mundial. As consequências provocadas pela pandemia e pelo isolamento social, nunca vividos pela população mundial deste século, trouxe mudanças que perpassaram as fronteiras nacionais. Estima-se que a pandemia do Covid-19 afetou a economia global em U$ 90 trilhões, sendo considerada a pior crise dos últimos 100 anos (Jackson, Weiss, Schwarzenberg, & Nelson, 2020). A América Latina foi a região mais duramente atingida. Após alguns anos de crescimento econômico reduzido, as nações americanas se viram na iminência de aplicar procedimentos radicais de isolamento social, que impactaram na oferta de bens e serviços, em especial no setor de turismo. As pressões das instituições nacionais variaram de intensidade, desde muito rígidas no Peru a brandas no Uruguai, apresentando inclusive diferenças entre estados, como no caso do Brasil (Banco Mundial, 2020).

Os efeitos da crise foram sentidos rapidamente em vários países, isso porque no curto prazo, o setor de consumo é o que mais contribui para o crescimento econômico. As consequências da parada total ou parcial das atividades produtivas, gerou impactos que refletirão no longo prazo, sendo que para alguns países a crise econômica será mais profunda e duradoura do que para outros. Segundo o Abhijit Surya, analista do Economist Group (2020), Chile e Uruguai devem se recuperar mais rapidamente do que os demais países da América Latina, que provavelmente levarão até 2024 para reequilibrar sua economia. Segundo o Banco Mundial, há previsão de queda no Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina de 7,9%, ao passo que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), calcula redução de 6% no PIB global e queda de 7,6% no caso de uma segunda onda de pandemia até o final de 2020 (OCDE, 2020).

Em alguns países, os governos asseguraram uma proporção da receita salarial para funcionários forçados a se licenciar ou ampliaram seus sistemas de previdência para assistir trabalhadores recém-dispensados ou proprietários de pequenos negócios (Cowling, Brown, & Rocha, 2020). Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estímulo fiscal foi de US$ 982 bilhões, sendo 45 bilhões de dólares em países de baixa renda e 937 bilhões em países de renda média baixa. Embora de importância fundamental, essas ações não podem compensar a falta de geração de receitas para empresas e pessoas. Os governos possuem capacidade de assistencialismo e financiamento limitadas, impossibilitando a completa cobertura e assistência da força de trabalho e do empreendedorismo nacional. Inúmeros pequenos negócios foram afetados e milhões de pessoas perderam seus empregos (OIT, 2020).

Somada à crise sanitária, seguiu-se em alguns países uma crise política, que trouxe ainda mais insegurança às pessoas e instabilidade ao sistema comercial e financeiro, impactando negativamente nas bolsas de valores, paralisando sistemas de produção, gerando colapso no consumo e grave crise econômica (OCDE, 2020). Em decorrência do novo cenário, muitas mudanças foram impostas sobre as organizações, as mais impactantes foram: interrupção dos negócios, prejuízos às instituições antigas e tradicionais, impactos sobre as cadeias de suprimentos nacionais e internacionais, danos ao capital tecnológico e inovativo, comprometimento de networks e fluxos de conhecimento (Zahra, 2020).

Esse evento de grande impacto negativo trouxe à tona os problemas econômicos, políticos, sociais e gerenciais de organizações e nações, colocando à prova a capacidade de solvência das instituições. Na pesquisa de Cowling, Brown e Rocha (2020) no Reino Unido, verificou-se que 8,6% das empresas enfrentaram a crise sem reservas financeiras e somente 39% economizaram recursos para uma crise, nos últimos 5 anos, indicando que 61% pode ficar sem caixa. Constatou-se ainda que as microempresas, a categoria de negócio dominante em economias desenvolvidas ou subdesenvolvidas, eram as que tinham maior probabilidade de estar representadas na classificação de risco imediato e de médio prazo. O risco imediato está relacionado à falta de liquidez, enquanto o risco médio significa ausência de indícios de acumulação de reservas de caixa. Esses problemas ainda podem ser agravados pela falta de ativos físicos e tangíveis a serem usados como garantia para a tomada de empréstimos (Coco, 2000).

O impacto do vírus pode ter repercussões potenciais nos mercados financeiros, com maior redução da confiança e redução do crédito. Esses impactos afetam empresas grandes e pequenas, no entanto, o efeito sobre as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) é mais severo. Pesquisas do Federal Reserve Bank de New York nos Estados Unidos sugerem que 50% das pequenas empresas estão operando com menos de 15 dias de reserva de caixa e que mesmo as MPEs saudáveis, têm reservas de caixa de menos de dois meses. Em todos os países da OCDE, as MPEs representam a grande maioria das empresas, e dos empregos, no entanto, nas regiões e setores que mais sentiram os impactos da crise, a prevalência de MPEs é ainda maior (OCDE, 2020).

Considerando os acontecimentos em curso decorrentes da crise sanitária, que desencadeou em disputas comerciais, a cadeia de abastecimento global dá sinais de que poderá sofrer mudanças no que se refere à realocação da China para outros países como Índia, Vietnã, Camboja, países Africanos e internalização das cadeias produtivas pela Europa, Estados Unidos, Japão e Oriente Médio. Se essas hipóteses se confirmarem, certamente os padrões de internacionalização dos empreendimentos sofrerão alterações, como a localização dos negócios, os parceiros comerciais, a rede colaborativa, as cadeias de fornecimento e de valor e as formas de obtenção dos recursos. A decisão de investir em território próprio ou de países vizinhos pode dar início ao processo de desglobalização (Zahra, 2020).

Apesar da crescente tendência de retorno das empresas aos países de origem, e busca pela regionalização, com a conquista de mercados mais próximos e mais estáveis, alguns países em desenvolvimento, como o Brasil, por exemplo, movem grandes esforços para a entrada na OCDE (Brasil, 2020), além de capitanear o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia e o acordo da Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), que congrega a Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Se as parcerias se firmarem, com grandes chances de se concretizar pelo apoio da presidência do Conselho da União Europeia, os países do Mercosul tendem a iniciar uma política de internacionalização para qualificação de suas empresas, para exportação direta ou indireta para outros países. O Brasil também vai sediar um dos quatro escritórios da Organização Mundial do Turismo (OMT) no mundo, fator que deve contribuir para desenvolver o turismo na América Latina (Agência Brasil, 2020).

Considerando que países de economias importantes, tais como Europa, Japão, Oriente Médio, Índia, estão incentivando empresas a relocalizar seus investimentos, alterando a geografia econômica das cadeias globais, surgem oportunidades para economias de países emergentes. Logo, há urgência na atração, promoção e retenção de investimento para exportação (Gasser, 2020). Até porque, o maior acordo comercial do mundo, a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), foi celebrado recentemente (novembro de 2020) em Hanói, entre dez membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático, além de China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia e prevê a eliminação das tarifas de importação pelos próximos 20 anos. Essas nações somam quase um terço da população mundial e 29% do PIB mundial (Smith, 2020). Assim, o caminho da regionalização das cadeias, a partir do fortalecimento de blocos econômicos entre países e avanço de acordos comerciais em cadeias regionais, aumenta as oportunidades de exportação para pequenos e médios empresários, que formam a grande massa de sustentação empresarial dos países menos desenvolvidos.

 Os desafios das organizações frente à crise 

Em um curtíssimo espaço de tempo as organizações precisaram criar métodos e ferramentas para se adequar ao novo contexto. Muitas empresas passaram a realizar seus atendimentos de maneira remota. Aderir ao home office foi a maneira de cumprir os protocolos de segurança e de proteção da saúde coletiva. Ocorre que muitas organizações enfrentaram dificuldades pelo fato de seus funcionários não serem familiarizados com tecnologias, ou porque muitas empresas não possuem viabilidade para promover o trabalho remoto. O lockdown adotado repentinamente em grande parte dos países deixou as organizações sem um plano de contingências para a continuidade do atendimento. A pandemia também criou um grande ruído devido às barreiras de comunicação, que por falta de adequação e clareza não conseguiram instruir adequadamente os funcionários (Joshi, Bhaskar, & Gupta, 2020).

Nunca as pessoas tiveram que exercitar a resiliência e gerar novas competências de modo tão acelerado, ao ter que atender demandas adicionais de tempo para educar e cuidar dos filhos, ao mesmo tempo em que passaram a exercer o trabalho de forma remota. Outros trabalhadores de setores considerados essenciais, tais como saúde e assistência social, segurança e alguns do atacado e do varejo foram instados a continuar trabalhando no período do isolamento social, estes passaram por outro tipo de desafio, como a sensação de insegurança diante da ameaça que se apresentava. As experiências das pessoas que adotaram o teletrabalho e as novas tecnologias que se tornaram de uso comum podem fornecer o ponto de inflexão para mudanças na forma como trabalhamos (Blundell, Costa Dias, Joyce, & Xu, 2020). É certo que novos hábitos tomarão o lugar dos costumes antigos   e as velhas práticas darão lugar a procedimentos modernos, conectados às ferramentas digitais e novas soluções tecnológicas.

No setor privado em geral, as pessoas responderam mais rápido aos estímulos, todavia a pandemia exigiu de todas as instituições, incluindo as do setor público, respostas imediatas, relegando a segundo plano a ordem e o status quo vigentes até então (Pilkington & Kumar, 2020). Essas transformações também foram responsáveis por externalidades positivas, como por exemplo, a adoção de plataformas digitais de gerenciamento informacionais em substituição ao uso de documentos financeiros físicos. Essas inovações geraram relações comerciais mais eficientes e seguras (Alabdullah, Ahmed, & Nor, 2020). Da mesma forma, as empresas passaram a usar plataformas de treinamento para seus colaboradores, que obtiveram ganhos ao poder manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, trabalhar em horários flexíveis e economizar em deslocamentos. As empresas, por outro lado, ganham com a redução dos custos e aumento de produtividade dos funcionários (Joshi, Bhaskar, & Gupta, 2020).

Na pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) com 6.080 MPE brasileiras, verificou-se que várias delas efetivaram mudanças em seus processos de funcionamento, realizando entregas ou atendimento on-line (41,9%), adequando a estrutura para atendimento em tempo reduzido (41,2%), ou por home office (15,3%), com rodízio de funcionários (21,6%), ou no sistema drive thru (5,9%) (SEBRAE, 2020). Considerando o universo de 17,2 milhões de MPEs, 5,3 milhões delas mudaram seu modo de trabalho no período da pandemia, e essas mudanças podem se tornar permanentes a partir das novas necessidades emergentes. Apesar de 522,7 mil empresas terem encerrado suas atividades no Brasil (IBGE, 2020a), para 37,9% dos empresários pesquisados pelo IBGE (2020b), o impacto da pandemia foi avaliado como pequeno ou pouco significativo, e 28,6% perceberam efeitos positivos da pandemia em seus negócios.

Quanto às respostas das empresas às pressões ambientais, a análise aponta que algumas empresas estavam mais bem preparadas para mitigar o impacto da crise. Essas empresas diversificaram as cadeias de abastecimento, reduziram os riscos relacionadas à oferta com a obtenção de insumos de várias fontes, construíram relacionamentos fortes com fornecedores, com vistas à redução de dependência de um só fornecedor, além de formar estoques como proteção contra a interrupção de fornecimento da cadeia. Na mesma linha, desenvolveram agilidade em suas redes de produção e distribuição para rapidamente reconfigurar e manter o fornecimento para a demanda global, e investiram no planejamento da cadeia de suprimentos e soluções de controle para prever e responder aos problemas da cadeia de abastecimento (Deloitte, 2020).

Por outro lado, há empresas que dependem de um fornecedor único de produtos essenciais, que em alguns casos pode protegê-los do choque, mas em outros pode torná-los vulneráveis, especialmente se esses fornecedores estiverem localizados em área de infecção (OCDE, 2020). Essas empresas não têm a visão suficiente em toda a rede de fornecimento estendida para ver seus riscos, não têm os sistemas para entender o status de seu inventário, para projetar rupturas de estoque de materiais diretos e otimizar a produção, ou para projetar falta de estoque de produtos acabados para otimizar a alocação do cliente, e não têm redes de logística flexíveis para garantir o fluxo de mercadorias de forma lucrativa (Deloitte, 2020).

Embora muitas empresas tenham dificuldades para melhorar seus processos, várias delas dependem de investimento e ambiente externo favorável ao empreendedorismo. Empresas situadas em países em desenvolvimento precisam do aporte de seus governos para corrigir falhas estruturais, regulatórias, tributárias, de fomento e incentivos econômico-financeiros, que permitam a atividade empresarial tanto em território nacional quanto internacional. Para que as MPEs possam exportar, o apoio para a digitalização e internacionalização é fundamental, uma vez que todas as economias desenvolvidas digitalizaram completamente suas operações. O fortalecimento do e-commerce e marketing digital pode ser o primeiro passo para a internacionalização dessas empresas (Gasser, 2020; Thorstensen, 2020).

Mas o percurso para a conquista de mercados externos requer estratégias consistentes. A construção da imagem da empresa e do produto associados à qualidade e conformidade geram a credibilidade necessária para adentrar em mercados antes mais resistentes a novos entrantes. Com a mudança dos mercados globais, países grandes compradores estão mais abertos e receptivos. Todavia, uma série de requisitos são necessários, tais como: a) preços atrativos (para tanto é necessário haver redução de tarifas), b) ajustes às barreiras técnicas e sanitárias (adequação às normas), c) Políticas de sustentabilidade (selos verdes), d) convergência regulatória (unificação das acreditações para aceitação nos países compradores mais exigentes). Por fim, é preciso criar uma cultura exportadora, onde exista a cooperação entre empresas, governo e sociedade, de modo a promover e desenvolver o ecossistema de internacionalização e exportação.

Com a mudança de dinâmica dos mercados globais, surge a oportunidade para novos países adentrarem nas cadeias produtivas e comerciais mundiais. Todavia é preciso observar as cadeias de valor priorizadas em cada mercado. Grandes compradores como a União Europeia valorizam certificações como a ISO, economia circular (verde) e a digitalização das operações. Países asiáticos adotaram a digitalização total e apesar de terem formado o maior bloco comercial do mundo, que abarcará 40% de todas as relações comerciais entre aqueles países e agregados, ainda resta oportunidades para empresas de países em desenvolvimento estabelecerem negociações com esses países (Thorstensen, 2020).

Enfim, aos poucos vamos percebendo as reações do mercado e até certo otimismo com o futuro por parte das organizações que resistiram à crise (Nery, 2020). Embora os reflexos ainda sejam sentidos por muitas delas, as últimas pesquisas da OCDE (2020) mostram melhoria na confiança dos empreendedores do mundo todo. Nesse novo cenário, o que deve prevalecer é a busca pela informação e assimilação das mudanças econômicas, políticas, sociais, ambientais, técnicas e tecnológicas, combinadas com esforços para as respostas rápidas e adequações organizacionais emergentes.

 Conclusões 

O ano de 2020 se desenvolveu não apenas com uma praga na saúde, mas também com incertezas e preocupações que obscureceram as possibilidades de planejamento e execução de estratégias de longo prazo em muitas empresas, governos, organizações educacionais e centros de pesquisa. Assim, deixa-nos com a sensação de ter enfrentado uma situação difícil e inesperada, da qual, ainda hoje, o seu impacto futuro a nível económico, político e social não pode ser estimado com certeza. No entanto, tivemos que aprender, muitas vezes pela força, e a resiliência apareceu como uma habilidade inestimável para indivíduos e organizações.

A falta de certeza com a qual imaginamos o ano de 2021 continuará a adaptação e as estratégias de resposta rápida em todas as áreas de nossas vidas. As empresas terão que continuar surfando nas crises econômicas das diferentes regiões do mundo, tentando descontinuar áreas e mercados não lucrativos para promover outros economicamente atrativos. Dependendo das políticas públicas a serem priorizadas, os governos as acompanharão ou confrontarão na tentativa de manter sua estabilidade política, econômica e social em níveis aceitáveis. Nos países ibero-americanos, onde a proximidade e a sociabilidade com outras pessoas é um aspecto importante da vida pessoal e social, o impacto do home office, o distanciamento social e a solidão serão percebidos a curto ou médio prazo.

A Revista Ibero-americana de Estratégia (RIAE), com o número especial dedicado à crise pandêmica, chamada que será divulgada no próximo ano, espera contribuir ao proporcionar um melhor entendimento de como, em que condições e em que medida a crise influenciou e continuará a influenciar as organizações. Dessa forma, a equipe editorial espera poder acompanhar nossos leitores das áreas empresarial e acadêmica para contribuir com novas ideias e discussões frente aos desafios futuros que surgirão no campo estratégico.

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Author Biographies

Danieli Artuzi Pes Backes, Universidade Federal de Mato Grosso

Editora associada RIAE

María Isabel Arias, Universidad Nacional del Sur

Editora associada RIAE

José Eduardo Storopoli, Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Nove de Julho - UNINOVE/PPG

Doutor em Administração pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Especialista em estratégia empresarial pela UNINOVE. Professor da UNINOVE. Membro pesquisador do grupo de pesquisa Gestão Estratégica de Projetos Educacionais. Representante principal da UNINOVE na rede de afiliados da Harvard Business School Microeconomics of Competitiveness. Pesquisa nos seguintes temas: Estratégia em Instituições de Ensino; Gestão de Instituições de Ensino; Capacidades Dinâmicas em Instituições de Ensino; Transferência de Tecnologia e Conhecimento entre Universidades e Empresas; Avaliação dos Impactos das instituições de ensino sobre a sociedade. Gestor de Inovação e Educação a Distância da UNINOVE.

Heidy Rodriguez Ramos, Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Nove de Julho - UNINOVE/PPG

Doutorado em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA/USP; Mestrado em Sociedade, Economia e Estado pelo Programa de Pós-graduação em Integração da América Latina - PROLAM/USP.

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Published

23.12.2020

How to Cite

Backes, D. A. P., Arias, M. I., Storopoli, J. E., & Ramos, H. R. (2020). Os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as organizações: um olhar para o futuro. Revista Ibero-Americana De Estratégia, 19(4), 1–10. https://doi.org/10.5585/riae.v19i4.18987

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Editorial