Alinhamento pessoa-organização (P-O fit) e engajamento
DOI:
https://doi.org/10.5585/riae.v19i1.15899Palavras-chave:
Alinhamento pessoa-organização, Person-organization fit (P-O fit), Valores pessoais e organizacionais, Engajamento.Resumo
Objetivo do estudo: O objetivo deste trabalho é analisar o alinhamento pessoa-organização (Person-Organization fit ou P-O fit) e sua influência no engajamento de colaboradores.
Metodologia/abordagem: Foi realizada uma pesquisa descritiva, analítica e hipotética-dedutiva através de um estudo de caso em uma empresa multinacional do segmento industrial. A pesquisa teve como base os conceitos de P-O fit de Chatman (1989), Valores Pessoais de Schwartz (1994) e Organizacionais de Oliveira e Tamayo (2004), assim como Engajamento no Trabalho de Kahn (1990). A estratégia de investigação adotada foi a de múltiplos métodos, contribuindo de forma mais efetiva para corroborar hipóteses e constructos. Para a análise quantitativa, 132 colaboradores responderam um questionário que combinava questões:(a) do Portrait Values Questionnaire PVQ-21 de Schwartz (2001) validada no Brasil por Almeida e Sobral (2009), (b) do Inventário de Perfis de Valores Organizacionais (IPVO) de Oliveira e Tamayo (2009) e (c) da Escala de Engajamento de Trabalho (EEGT) de Siqueira (2014). Para a pesquisa qualitativa foram analisados documentos internos da organização, realizadas 15 entrevistas semi-estruturadas com colaboradores e levantados dados de observação participativa em programas de treinamento.
Principais resultados: Os respondentes declararam que dão maior importância aos valores pessoais de Benevolência, Hedonismo e Conformidade, e observam os valores organizacionais de Prestígio, Domínio e Realização. Os resultados quantitativos e qualitativos indicaram que não existe um alinhamento pessoa-organização e que o nível de engajamento dos colaboradores é médio. Este resultado pode ter sido influenciado pelo momento do ciclo de vida da organização caracterizado por mudanças estruturais, estratégicas e culturais.
Relevância: A literatura é escassa quando buscamos estudos que relacionam o engajamento com o alinhamento pessoa-organização. Este estudo traz a junção destes conceitos ao analisar o alinhamento pessoa-organização e sua influência no engajamento de colaboradores.
Downloads
Referências
Albrecht, S. L. (2012) “The influence of job, team and organizational level resources on employee well-being, engagement, commitment and extra-role performance”. International Journal of Manpower, 33(7), 840-853.
Almeida, F. J. R.; SOBRAL, F. J. B. A. (2009) O Sistema de Valores Humanos de Administradores Brasileiros: Adaptação da Escala PVQ para o estudo de Valores no Brasil. RAM – Revista de Administração Mackenzie, 10(3), 101-126.
Baumruk, R. (2004) The missing link: the role of employee engagement in business success. Workspan, 47, 48-52.
Biswas, S.; Bhatnagar, J. (2013) Mediator Analysis of Employee Engagement: Role of Perceived Organizational Support, P-O Fit, Organizational Commitment and Job Satisfaction. Vikalpa: The Journal for Decision Makers, 38(1), 27-40.
Božac, M. G.; Sušanj, Z.; Agušaj, B. (2017) Attitudinal and Behavioral Outcomes of P-O Fit and Work Engagement in Hotel Staff. Organizational Cultures: An International Journal, 17(1).
Bretz, R. D. & Judge, J. A. (1994) “Job search behavior of employed managers”. Personnel Psychology, 7, 275-301.
Chatman, J. A. (1989) Improving interactional organizational research: a model of person-organization fit. Academy of Management Review, 14, 333-49.
Chatman, J. A. (1991) Matching people and organizations: selection and socialization in public accounting firms. Administrative Science Quarterly, 36 (3), 459-484.
Cooman, R. D.; Gieter, S; Pepermans, R.; Hermans, S.; Du Bois, C.; Caers, R.; Jegers, M. (2009) M. Person–organization fit: Testing socialization and attraction–selection–attrition hypotheses. Journal of Vocational Behavior, 74, 102–107.
Fleury, M. T. (1989) “Cultura Organizacional – os modismos, as pesquisas e as intervenções: uma discussão metodológica.” Revista de Administração da USP, 24(1), 3-9.
Gruman, J. A.; Saks, A. M. (2011) Performance management and employee engagement. Human Resource Management Review, 21, 123–136.
Hamid, S. N. A.; Yahya, K.K. (2011) Relationship between Person-Job Fit and Person-Organization Fit on Employees’ Work Engagement: A Study among Engineers in Semiconductor Companies in Malaysia. In Annual Conference on Innovations in Business and Management London, 6, 1-30.
Hoffman, B. J. & Woehr, D. J. (2006) A quantitative review of the relationship between person-organization fit and behavioral outcomes. Journal of Vocational Behavior, 68, 389-399.
Kahn, W. A. (1990) Psychological conditions of personal engagement and disengagement at work. The Academy of Management Journal, 33(4), 692-724.
Kristof-Brown, A. L. (1996) Person-organization fit: an integrative review of its conceptualizations, measurement, and implications. Personnel Psychology, 49, 1-48.
Kristof-Brown, A. L.: Zimmerman, R. D.; Johnson, E. C. (2005) Consequences of Individuals’ fit at work: a meta-analysis of person-job, person-organization, person-group, and person-supervisor fit. Journal of Personnel Psychology, 58, 281-342.
Loehr, J. (2005) Become fully engaged. Leadership Excellence, 22(2), 14.
Maslach, C.; Leiter, M. (1997) The Truth about Burnout. New York: Jossey-Bass.
May, D. R.; Gilson, R. L.; Harter, L. M. (2004) The psychological conditions of meaningfulness, safety, availability, and the engagement of the human spirit at work. Journal of Occupational and Organizational Psychology, 77, 11–37
Memon, M. A.; Salleh, R.; Baharom, M. R.; Harun, H. (2014) Person-organization Fit and Turnover Intention: The Mediating Role of Employee Engagement. Global Business & Management Research, 6(3), 205-209.
Nadler, D. A.; Tushman, M. L. (1980) A Model for Diagnosing Organizational Behavior. Organizational Dynamics, 9, 35-50.
Oliveira, A. F.; Tamayo, A. (2004) Inventário de Perfis de Valores Organizacionais. Revista de Administração, 39(2), 129-140.
O’reilly, C. A.; Caldwell, D. F.; Chatman, J. A. (1991) People and Organizational Culture: a profile comparison approach to assessing person-organization fit. Academy of Management Journal, 34(3), 487-516.
Piasentin, K. A.; Chapman, D. S. (2006) Subjective person-organization fit: bridging the gap between conceptualization and measurement. Journal of Vocational Behavior, 69(2), 202-221.
Porto, J. B.; Tamayo, A. (2009) Escala de Valores Relativos ao Trabalho – EVT. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 19(2), 145-152.
Rich, B. L. (2006) Job engagement: Construct validation and relationships with job satisfaction, job involvement, and intrinsic motivation. (Doctoral dissertation) University of Florida, Florida, United States.
Rich, B. L.; Lepine, J. A.; Crawford, E. R. (2010) Job engagement: Antecedents and effects on job performance. Academy of Management Journal, 53(3), 617–635.
Rokeach, M. (1973) The nature of human values. New York: The Free Press.
Saks, A. M. (2006) Antecedents and consequences of employee engagement. Journal of Managerial Psychology, 21(7), 600 – 619.
Schein, E. H. (2009) Cultura Organizacional e Liderança. São Paulo: Atlas.
Schaufeli, W. B.; Salanova, M.; Gonzalez-Roma; Bakker, A. B. (2002) The measurement of engagement and burnout: a confirmative analytic approach. Journal of Happiness Studies, 3, 71-92.
Schwartz, S. H. (1999) A Theory of Cultural Values and Some Implications for Work. Applied Psychology: an international review, 48(1), 23-47.
Schwartz, S. H. (1994) Are There Universal Aspects in the Structure and Contents of Human Values? Journal of Social Issues, 50(4), 19-45.
Schwartz, S. H.; Melech, G; Lehmann, A. Burgess, S.; Harris, M.; Owens. (2001) Extending the cross-cultural validity of the theory of basic human values with a different method of measurement. Journal of Cross-Cultural Psychology, 32(5), 519-542.
Schwartz, S. H.; Bilsky, W. (1987) Toward a universal psychological structure of human values. Journal of Personality and Social Psychology, 53(3), 550–562.
Schneider, B. (2001) “Fits about fit”. Applied Psychology: An International Review, 50 (1), 141- 152.
Siqueira, M. M. M. (2014) Novas Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed.
Tamayo, A. Contribuições ao Estudo dos Valores Pessoais, Laborais e Organizacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23, 17-24, 2004.
Tamayo, A.; Mendes, A. M.; Paz, M. G. T. (2000) Inventário de Valores Organizacionais. Estudos de Psicologia, 5(2), 289-315.
Tamayo, A.; Porto, J. B. (2009) Validação do Questionário de Perfis de Valores (QPV) no Brasil. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(3), 369-376.
Ünal, Z. M.; Turgut, T. (2015) The Buzzword: Employee Engagement. Does Person-Organization Fit Contribute to Employee Engagement? Iranian Journal of Management Studies, 8(2), 157-179.
Verquer, M. L.; Beehr, T.A. & Wagner, S. (2003) “A meta-analysis of relations between person–organization fit and work attitudes”. Journal of Vocational Behavior, 63, 473–489.
Wildermuth, C. M. S. (2013) A Path to Passion: Connecting Personality, Psychological Conditions, and Emotional Engagement. Journal of Psychological Issues in Organizational Culture, 3(4), 18–45
Wildermuth, C. M. S.; Paulken, D. (2008) A perfect match: decoding employee engagement – Part I: engaging cultures and leaders. Industrial and Commercial Training, 40(3), 122- 128.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do texto na da revista;
O(s) autor(es) garantem que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
A revista não se responsabiliza pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution - 4.0 (CC BY-NC-SA 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html
Os autores podem usar o ORCID como meio de identificação. Um identificador ORCID é exclusivo para um indivíduo e atua como um identificador digital persistente para garantir que os autores (particularmente aqueles com nomes relativamente comuns) possam ser distinguidos e seu trabalho adequadamente atribuído.