O padrão estético tido como o “ideal” e as violências de gênero e raça a partir da expectativa da beleza feminina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/2025.25114

Palavras-chave:

beleza, padrão estético, racismo, violência de gênero

Resumo

O presente estudo objetiva analisar criticamente o padrão de beleza eleito cultural e historicamente como o ideal para os corpos femininos e seus reflexos na saúde das mulheres. O problema norte da investigação é: em que medida a medicalização da estética se constitui como uma violência silenciosa de gênero? Parte-se da hipótese de que, a partir do momento em que as mulheres promoveram rupturas na estrutura de poder patriarcal da sociedade, povoando o mercado de trabalho e ainda assim responsáveis pelo trabalho “invisível’ afeto ao lar, a estratégia empregada para a manutenção do status quo foi a imposição do “mito da beleza”, consistente na obrigação de corresponder ao padrão estético tido como ideal. As mulheres negras, nesse escopo, experimentam essa violência em maior intensidade, haja vista a intersecção da raça que potencializa o mito da beleza. O método empregado é o hipotético-dedutivo e a técnica de pesquisa bibliográfica.

Downloads

Biografia do Autor

Micheli Pilau de Oliveira, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), Ijuí, RS, Brasil

Pós-graduação strictu sensu (mestrado). Mestra em Direitos Humanos e advogada

Nathalia das Neves Teixeira, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), Ijuí, RS, Brasil

Pós-graduação strictu sensu (mestrado). Mestra em Direitos Humanos e advogada

Joice Graciele Nielsson, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), Ijuí, RS, Brasil

Pós-doutorado em Direito. Doutora em Direito Público pela UNISINOS com estágio pós-doutoral em Direito pela Università degli Studi "G. d'Annunzio" - Chieti (Itália). Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da UNIJUÍ.

Referências

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. 2 ed. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 2009.

BERTH, Joice. Empoderamento. São Paulo: Sueli Carneiro; Polén, 2019.

BIROLI, Flávia. Autonomia, dominação e opressão. In: Feminismo e política: uma introdução. Luis Felipe Miguel e Flávia Biroli (orgs). [livro eletrônico]. São Paulo: Boitempo, 2014.

BOM DIA, OBVIOUS: episódio #176. [Locução de]: Hariana Menke. Entrevistada: Marcela Ceribelli. [S.l.]: Obvious Agency, 06 fev.2023. Podcast. Disponível em: https://open.spofity.com/episode/76nxwt9x9rwgxmnacmih9i. Acesso em: 06 fev.2023.

BORSOI, Bruna Fernandez Guimarães. Beleza plástica: a fetichização do corpo feminino como mercadoria no espaço heteronormativo. Geografia em Atos (Online), [S. l.], v. 1, n. 16, p. 61–75, 2020. DOI: 10.35416/geoatos.v1i16.7287. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view/7287. Acesso em: 23 ago. 2022.

BRASI. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. PJe: 0010891-06.2018.5.03.0143 (ROT); Disponibilização: 09/08/2019; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator(a)/Redator(a) Antonio Carlos R.Filho). Disponível em: https://pje-consulta.trt3.jus.br/consultaprocessual/detalhe-processo/0010891-06.2018.5.03.0143/2#853f315. Acesso em: 09 jun. 2024.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: Ashoka Empreendedores Sociais e Takano Cidadania. Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano, 2003.

DEL PRIORE, Mary. Sobreviventes e guerreiras: uma breve história das mulheres no Brasil [livro eletrônico]. São Paulo: Planeta, 2020.

ECO, Humberto. (org.). História da beleza. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2004.

ECO, Humberto. (org.). História da feiura. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2007.

FEDERICI, Silvia. Mulheres e a caça às bruxas. Tradução de Heci Regina Cadiani. São Paulo: Boitempo, 2019.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 41. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2013.

GOMES, Nilma Lino. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação, n. 21, p. 42, set./dez., 2002. https://doi.org/10.1590/S1413-24782002000300004

GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: o corpo e cabelo como símbolos de identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

HAN, Byung-Chul. Psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Minas Gerais: Editora Âyiné, 2020.

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015.

HOLLANDA, Heloísa Buarque. (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.

KAUR, Rupi. Meu corpo minha casa. Traduação de Ana Guadalupe. São Paulo: Planeta, 2020.

NIELSSON, Joice. Direitos reprodutivos e esterilização de mulheres: a Lei do Planejamento Familiar 25 anos depois. Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2022.

RIBEIRO, Djamila. Cartas para minha avó. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero patriarcado violência. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo, 2015.

SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. História da beleza no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.

SEGATO, Rita Laura. La escritura em el cuerpo de las mujeres asesinadas en Ciudad Juárez. Buenos Aires: Tinta Limón, 2013.

SEGATO, Rita. Manifiesto en cuatro temas. 2018. Disponível em: https://ctjournal.org/index.php/criticaltimes/article/view/30. Acesso em: 15 maio 2023.

VERGÈS, Françoise. Uma teoria feminista da violência. Trad. Raquel Camargo. São Paulo: Ubu Editora, 2021.

WOLF, Naomi. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Tradução Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018. [recurso digital].

ZANELLO, Valeska. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. [livro eletrônico]. Curitiba: Appris, 2018.

Downloads

Publicado

26.02.2025

Como Citar

OLIVEIRA, Micheli Pilau de; TEIXEIRA, Nathalia das Neves; NIELSSON, Joice Graciele. O padrão estético tido como o “ideal” e as violências de gênero e raça a partir da expectativa da beleza feminina. Prisma Juridico, [S. l.], v. 24, p. e25114, 2025. DOI: 10.5585/2025.25114. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/prisma/article/view/25114. Acesso em: 23 maio. 2025.

Edição

Seção

Artigos
Visualizações
  • Resumo 221
  • pdf 248