Violência e as produções de “verdades”: (des)encontros discursivos entre as mídias hegemônicas e juventudes do loteamento Kephas (RS)
DOI:
https://doi.org/10.5585/cpg.v22n1.22983Parole chiave:
análise do discurso, juventudes, mídia, estigmasAbstract
Este artigo é oriundo de um recorte de pesquisa em desenvolvimento, no âmbito do mestrado. Utiliza as contribuições teórico-metodológicas de Foucault (2008) para analisar os (des)encontros entre as notícias sobre a violência no Loteamento Kephas – Novo Hamburgo (RS) – e as narrativas de nove jovens moradores do território. Busca compreender se as “verdades” produzidas pelo dispositivo midiático contribuem para a produção de estigmas sobre o Loteamento, ao passo que se propõe a escutar as narrativas de jovens produzidos ali. Conclui-se que os discursos jornalísticos contribuem para a produção de estigmas, pois das 76 reportagens sobre o território, veiculadas entre 2017 e 2021, 40 tratavam da temática da violência. Destacam-se as rondas policiais e a apreensão de entorpecentes. Por outro lado, os jovens entrevistados observam a redução da violência ao longo dos anos e denunciam que a mídia coloca em emergência apenas uma das histórias possíveis de ser contada sobre o Kephas.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ADICHIE, C. N. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2004.
BENELLI, S. J. Goffman e Foucault: semelhanças e diferenças. In: BENELLI, S. J. A lógica da internação: instituições totais e disciplinares (des)educativas. São Paulo: Editora da UNESP, 2014. p. 85-89.
CARDOSO FILHO, C. A. A subjetividade, o fora e a cidade: repensando o sujeito, o espaço e a materialidade. Fractal: Revista de Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p. 242-251, ago. 2016. Disponível em: https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5131/4984. Acesso em: 09 set. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1458
FERREIRA NETO, J. L. A analítica da subjetivação em Michel Foucault. Revista Polis e Psique, v. 7, n. 3, p. 7-25, 2017. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/index.php/PolisePsique/article/view/76339/pdf. Acesso em: 10 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/2238-152X.76339
FOUCAULT, M. A história da loucura na idade clássica. Tradução de José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Perspectiva, 1978. 551 p.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1996.
FOUCAULT, M. O nascimento da biopolítica. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
GOFFMAN, E. A representação do eu na vida cotidiana. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1987.
MIRANDA, H. C. Foucault e Goffman: em torno das instituições e poderes. Sapere Aude, v. 8, n. 16, p. 381-394, 21 dez. 2017.
MORIN, E. Ciência com consciência. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
NEDER, V. O estigma "de menor" na imprensa escrita. Cenários da Comunicação, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 161-167, 2008. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/remark/article/view/11726/5377. Acesso em: 03 mar. 2022.
OLIVEIRA, C. A vertigem da descontinuidade: sobre os usos da história na arqueologia de Michel Foucault. História, Ciência, Saúde, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 169-181, 2008. Disponí-vel em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/nrdPb9SGQrwRZ7KTfKLjMKh/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702008000100010
PEREIRA, P. P. G. Violência e tecnologias de gênero: tempo e espaço nos jornais. Revista Es-tudos Feministas, v. 17, n. 2, p. 485-505, ago. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/nwqzTp9pMJ7tgC5CzbxxJGx/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2009000200011
PIVETA, R. T. A.; CARVALHAES, F. F. A juventude das periferias como alvo da violência: uma análise sobre enunciados difundidos pela sociedade brasileira. Revista Psicologia Política, São Paulo, v. 17, n. 39, p. 277-292, ago. 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2017000200007&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 09 set. 2022.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo, RS: Universidade Feevale, 2013.
SILVA, F. R. N.; FREITAS, G. J. Toda periferia é um centro. Revista Desenvolvimento Social, Montes Claros, MG, v. 26, n. 1, p. 144-168, 15 set. 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/3266/3195. Acesso em: 09 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n1p144-168
SIMIONI, R. L. Arquivo, história e memória: possibilidades de diálogo entre Luhmann e Fou-cault. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 97, p. 173-190, abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ln/a/dCjTfQ3FCL5tDGXb9TW8NPn/?lang=pt#. Acesso em: 09 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-6445173-190/97
TAKEITI, B. A.; VICENTIN, M. C. G. Juventudes periféricas e subjetivações: narrativas de (re)existência juvenil em territórios culturais. Fractal: Revista de Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, v. 31, p. 256-264, 04 set. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fractal/a/zdCRzXcBsFhkQvkDrbLTp3s/?lang=pt. Acesso em: 06 mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29028
VEYNE, P. Foucault: seu pensamento, sua pessoa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2023 Os autores
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Condividi allo stesso modo 4.0 Internazionale.
