O museu de ciências como espaço de provocação dos sentidos
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n53.16792Palavras-chave:
Educação estética, Museu de ciências, Espaços propositores, Objetos propositores.Resumo
Esta pesquisa teve, como tema, a educação estética e, como objetivo, discutir como o museu de ciências pode ser também espaço de provocação dos sentidos, de educação estética. Museus de arte são indiscutivelmente lugares de educação estética e os museus de ciências geralmente são relacionados a espaços de conhecimento, com foco no inteligível e não no sensível. Esta pesquisa qualitativa ocorreu no Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Piçarras, Santa Catarina, Brasil, e os instrumentos de coleta de dados foram diários de campo dos pesquisadores, fotos e entrevista com o curador do museu. A análise da entrevista e do diário pautou-se na análise de conteúdo de Franco (2008) e a das imagens segundo os conceitos de punctum e studium, de Barthes (2010). O aporte teórico de sustentação contou com Bachelard (2000), Franklin (2019), Heidegger (2015) e Martins (2012, 2014), entre outros. Como resultados, foi possível evidenciar que: o museu oceanográfico possui espaços esteticamente planejados, cuja organização, iluminação e exploração de sonoridades afetam o sujeito, provocando-o à experiência. Identificou-se, também, que as escolhas efetuadas pela curadoria foram intencionais para sensibilizar o público e que elas possibilitaram que espaços e objetos fossem propositores de experiências porque ampliam o potencial estético do museu. No entanto, como a experiência é um movimento individual, nem todos podem por ele ser afetados.Downloads
Referências
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