O protagonismo do anonimato e o “silenciamento” dos atores principais
o caso da base nacional comum curricular
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n68.24374Palavras-chave:
estado, reforma curricular, base nacional comum curricular, aparelhos privados de hegemoniaResumo
O objetivo do texto é apresentar uma análise sobre o papel do Estado na proposição das políticas curriculares, a participação de aparelhos privados de hegemonia e a atuação da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e do Conselho Nacional de Secretários de Educação no processo de elaboração e implementação da Base Nacional Comum Curricular. Para tanto, questionamos: quais são os aparelhos privados de hegemonia que protagonizaram o referido processo e qual é o papel das associações e entidades representativas do empresariado? Consideramos, para a elaboração da análise, conceitos “gramscianos” como consenso social, Estado ampliado e aparelho privado de hegemonia. Abordamos, ainda, a forma com que alguns intelectuais apresentam resistência a esse projeto hegemônico. O texto foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica e documental de abordagem qualitativa. A bibliografia examinada baseia-se em autores que são referências no assunto, visto que as principais fontes analisadas foram documentos e sites de instituições vinculadas aos governos municipais e estaduais e ao empresariado brasileiro. Como resultado desta pesquisa, identificamos a elaboração de um consenso sobre a necessidade de uma base comum e o seu contraponto a partir das entidades representantes dos trabalhadores.
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