O movimento escola sem partido em questão: narrativas docentes
DOI :
https://doi.org/10.5585/eccos.n60.15784Mots-clés :
doutrinação, ideologia, movimento escola sem partido, narrativas docentesRésumé
O Movimento Escola sem Partido é um tema que se tornou objeto de nossa pesquisa nos anos de 2018, quando ganhou grande repercussão na área da educação, seja por aqueles que defendiam a proposta ou por aqueles que a rejeitavam. Neste texto, apresentamos reflexões a partir de uma pesquisa realizada naquele ano, cujo objetivo era de conhecer a trajetória de professores da educação básica e o modo como lidavam com as questões trazidas por este Movimento. Para tanto, foram realizadas entrevistas narrativas com cinco professores. Nestas, os professores falaram sobre sua trajetória profissional, bem como analisaram o Movimento Escola sem Partido. O estudo objetivava ainda compreender a trajetória deste Movimento e seus argumentos. A determinação do Movimento Escola sem Partido de que “o professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções”, levanta indagações sobre como lidar com a diversidade de convicções e concepções que podem coexistir em uma sala de aula. Na medida em que a pesquisa ouviu os professores, personagens diretamente implicados nessa proposta, reunimos dados que contribuíram para ampliar os modos de compreensão deste movimento, do ponto de vista dos professores. A partir dos estudos de Paulo Freire, problematizamos os sentidos de neutralidade e o sentido de educação moral implícitos na proposta, bem como analisamos os riscos do fanatismo e do sectarismo que este movimento pode comportar.
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