A teoria do agir comunicativo e a formação médica: análise crítica das competências curriculares e da relação médico-paciente
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n47.8757Palavras-chave:
Formação Médica. Pesquisa Qualitativa. Políticas curriculares. Relação Médico-Paciente. Teoria do Agir Comunicativo.Resumo
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho teórico, com base na Teoria do Agir Comunicativo, de Habermas. As categorias analisadas são: linguagem (construção coletiva de identidade), ação comunicativa (razão comunicativa), trabalho, interação e poder (ação instrumental), mundo do sistema e mundo da vida. As políticas de formação desses profissionais (mundo do sistema), oriundas de um modelo desagregado do contexto social e cultural (mundo objetivo) e voltadas ao mercado do trabalho, distanciam-se do mundo subjetivo habermasiano. Destoam, também, da formação omnilateral necessária para a transformação e a inserção social no contexto de uma modernidade tardia. As políticas instituídas reproduzem o modelo neoliberal quando não agregam a possibilidade de inclusão do outro e não estabelecem a possibilidade do diálogo como processo de (re) construção das relações humanas, em especial da relação médico-paciente e do trabalho em equipe multiprofissional.
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