O brincar nas políticas educativas e na formação de profissionais para a educação de infância – Portugal (1997-2017)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n50.14109

Palavras-chave:

Brincar, Educação de Infância, Lógicas e Sentidos Atribuídos pelas Estudantes, Políticas Educativas, Relatórios da PES

Resumo

No atual panorama socioeducativo identifica-se uma controvérsia na Educação de Infância em que a escalada da sua ‘escolificação’ vem sendo confrontada com a sua desconstrução e a defesa de uma pedagogia da infância na qual o brincar, como direito das crianças e expressão cultural infantil, é assumido como (com)texto informal de aprendizagens holísticas, essenciais à sua formação pessoal, social e cultural. Entrecruzando contributos dos Estudos da Infância e das Ciências da Educação, analisam-se políticas para a Educação de Infância (1997-2017) e relatórios da Prática de Ensino Supervisionada dos mestrados profissionalizantes para a docência com crianças até 6 anos, em instituições de ensino superior públicas e privadas de Portugal (2014-2017), visando, no primeiro caso, i) identificar a presença do brincar nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar (1997, 2016), e suas conceções; no segundo caso, i) mapear os relatórios dedicados ao brincar em contextos de creche e jardim de infância; ii) analisar e problematizar as conceções do brincar que são privilegiadas e, por consequência, as de criança, educação e educador/a, nas lógicas e sentidos atribuídos pelas estudantes por relação com a sua prática pedagógica. Advogando a educação de infância como promotora da cidadania das crianças, reivindica-se o brincar como direito de participação delas e como base empírica imprescindível para fundamentar práticas pedagógicas contra-hegemónicas mais equitativas e justas. 

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Biografia do Autor

Catarina Tomás, Instituto Politécnico de Lisboa CICS.NOVA.FCSH NOVA, Portugal

Professora Adjunta da Escola Superior de Educação de Lisboa, Portugal.

Investigadora do CICS.NOVA.FCSH NOVA, Portugal

 

Doutorada em Estduos da Criança - Sociologia da Infância

Manuela Ferreira, Universidade do Porto, Portugal

2002 – Doutoramento em Educação – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal
1995 – Mestrado em Ciências da Educação – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal
1991 – Licenciatura em Ciências da Educação – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal

 

Categoria

Professora Associada

 

Instituição

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal

 

Grupo de investigação no CIIE

KIDE – Conhecimento, Inovação

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Publicado

30.09.2019

Como Citar

TOMÁS, Catarina; FERREIRA, Manuela. O brincar nas políticas educativas e na formação de profissionais para a educação de infância – Portugal (1997-2017). EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 50, p. e14109, 2019. DOI: 10.5585/eccos.n50.14109. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/14109. Acesso em: 14 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê 50 - Educação Infantil e suas Infâncias