As ações afirmativas e o acesso dos quilombolas à educação superior
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n58.17335Palavras-chave:
universidade, ações afirmativas, quilombolas, estudo de casoResumo
As políticas de ações afirmativas no Brasil nas últimas décadas estão exercendo função primordial como recurso facilitador da democratização do acesso à Educação Superior, principalmente para a inclusão de grupos étnicos sub-representados. Nesse contexto, o presente estudo tem por objetivo analisar o acesso à conclusão e à evasão, bem como os cursos e as áreas de maior interesse dos estudantes remanescentes de quilombos na Universidade Federal da Bahia (UFBA) que ingressaram por meio de cotas raciais, para identificar os resultados da adoção das ações afirmativas específicas para esse público nessa instituição. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quali-quantitativa, de tipo documental. Para tanto, foram analisados os dados de acesso e permanência aos cursos de graduação a partir da implementação das cotas raciais para os remanescentes de quilombo ingressos de 2005 até o semestre 2019.1. Os resultados apontaram que o número de acesso à Universidade por parte desse público aumentou nos últimos anos, que as preferências são para as carreiras das áreas de saúde e humanas, com mais matriculados nos cursos de Farmácia, Enfermagem, Medicina e Letras e que o número de evasão é baixo, em comparação com uma taxa de conclusão exitosa. A maior taxa de ocupação das vagas em cursos que formam profissionais em carreiras historicamente ocupadas pelas elites denota que as ações afirmativas estão gerando significativas transformações sociais, que pode levar à reparação histórica, ao reconhecimento e à valorização política, cultural e de identidade dos quilombolas.
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