A consciência da incerteza: os desafios de uma política de “Terra-Pátria

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n57.20271

Palavras-chave:

consciência, crise ambiental, sociedade global, outra economia, educação criativa.

Resumo

A tese central apresentada neste artigo não só permanece inquestionavelmente relevante, mas agora está sendo apresentada com ainda maior acuidade, dados os complexos eventos que estamos testemunhando: por que nosso futuro permanece imprevisível? Podemos prever alguma coisa nesta imprevisibilidade? Complexidade e incerteza estão no horizonte. Nossa consciência, portanto, está atrasada em relação aos eventos. Existe uma “crise”– no sentido médico de Hipócrates. Após os primeiros sintomas, torna-se claro que a sociedade global está doente – e a crise pode ser propícia à adoção de novos métodos. Mas há também o risco da tentação de egoísmos e soluções que transformam comunidades e espaços políticos em si mesmos. A crise da era ecológica é uma crise de nossa relação com a biosfera, e se não tomarmos consciência dos efeitos desta situação, corremos o risco de nos encaminharmos progressivamente para o suicídio coletivo. De que crise estamos falando? Da natureza, de nossa relação com a natureza e/ou com o meio ambiente, ou simplesmente de uma crise ecológica? “O que chamamos de crise ecológica [ou ambiental] é a consciência repentina de mais e mais incertezas” (LATOUR, 2010, p.14).

 

 

Downloads

Biografia do Autor

Alfredo Pena-Vega, Institut Interdisciplinaire d’Anthropologie du Contemporain-IIAC – Centro Edgar Morin, EHESS/CNRS.

Professor-pesquisador,
Institut Interdisciplinaire d’Anthropologie du Contemporain-IIAC –
Centro Edgar Morin, EHESS/CNRS, Paris.
Diretor cientifico do programa internacional Global Youth Climate Pact

Referências

ANDERS, G. Hiroshima est partout. Paris: Éditions du Seuil, 2008. 519 p.

AUDIER, S.La cité écologique. Pour une éco-république. Paris: La Découverte, 2020. 747 p.

BALLANTYNE, N. The significance of unpossessed evidence. The Philosophical Quarterly, Oxford, v. 65, n. 260, p. 315-335, 2015.

CAILLÉ, A. Eléments d’une politique convivialiste. Lormont: Le Bord de l’Eau, 2016. 210 p.

COCCIA, E. La terre peut se débarrer de nous avec la plus petite de ses créatures. Le Monde, Paris, 4 abr. 2020.

DAVOS. World Economic Forum. Davos, 2021. Disponível em: https://www.weforum.org. Acessoem: 13 maio 2021.

DUPUY, J.P. La catastrophe ou la vie. Pensées par temps de pandémie. Paris: Éditions du Seuil, 2021. 261 p.

GORZ, A. Ecologica. Paris: Galilée, 2008.

GOUDIE, S. A. Humain Impact on the Natural Environment. Pass, Present and Future. Oxford: Wiley Blackwell, 2019. 457 p.

GUATTARI, F.Qu’est-ce que l’Ecosophie?Paris: Editions Lignes poches, 2013. 586 p.

KLENERT, D.; FUNKE, F.; MATTAUCH, L.; O’CALLAGHAN, B. Five Lessons fromCOVID 19 for Advancing Climate Change Mitigation. Environmental and Resource Economics, n. 76, p. 751-778, 2020.

LATOUR, B. Remettre les non-humanis au cœur de la politique (entretien).Revue critique d’écologie politique, n. 34, 13 mars. 2010.

MATURANA, Humberto. Entrevista com Humberto Maturana: “La Epidemia nos da una oportunidad de ser efectivamente humanos”.[Entrevista cedida a] Macarena Pizarro.CNN Chile, 1 may 2020. Disponível em: https://www.cnnchile.com/lodijeronencnn/entrevista-con-humberto-maturana-la-pandemia-nos-da-una-oportunidad-de-ser-efectivamente-humanos_20200501/. Acesso em: 13 maio 2021.

MCKIBBEN, B.Humanicide ou la fin d’un règne. Quand l’avenir de l’homme a-t-il basculé? Paris: Massot éditions, 2020. 325 p.

MEADOWS, D.; MEADOWS, D.; RANDERS, J. Les limites à la croissance. The 30- Year Update. Paris: Edition Rue de l’Échiquier, 2004. 394 p.

MORIN, E. Connaissance, ignorance, mystère. Paris: Fayard, 2017. 175 p.

MORIN, E. Changeons de voie. Les leçons du coronavirus. Paris: Denoël, 2020. 160 p.

MORIN, A. Le paradigme perdu: la nature humaine.Paris: Éditions duSeuil, 1979. (coll. Points Essais, n. 109). 240 p.

MORIN, E.; KERN B.Terre-Patrie. Paris: Éditions du Seuil, 1993. 217 p.

MORIN, E.; NAIR, S. Une politique de civilisation. Paris: Arléa, 1997. 250 p.

ORD, T. The Precipice. Existential Riskan the Future of Humanity. Londres: Bloomsbury Publishing, 2020. 468 p.

PASSET, R. Eloge du mondialisme par un “anti” présumé. Paris, Fayard, 2001. 167 p.

PECCEI, A. Agenda for the End of the century. In: CONFERENCE BOGOTA. Development in a World of Peace. Bogota: Club of Rome, 1983.

PENA-VEGA, A. Dialoguer avec les incertitudes. Quand le doute est une chose sûre et les connaissaces. Gazeta de antropologia, Jaén, España, v. 33, n. 2, 2018. Disponível em: http://www.gazeta-antropologia.es/?p=5010. Acesso em: 19 ago. 2020.

PENA-VEGA, A. Tchernobyl, Catastrophe écologique, Tragédie humaine. Mémoire et Récit. Médis, Nova-Aquitânia: Editions Atlantique, 2016.

PENA-VEGA, A.;GRAPPE, M. Rêves de femmes de Tchernobyl. Revue Communication, Le Seuil, n. 103, 2021.

SETTELE, S.; CORTNIE, S. Lives or Livelihoods? Perceived Tradeoffs and Policy Demand. April 25, 2021. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3589891. Acesso em: 13 maio 2021.

TAINTER, J. The Collaphe of Complex Societies. Cambridge: Cambridge University Press, 1988. 250 p.

ZIZEK, S.Dans la tempête virale. Paris: Actes Sud, 2020. 155 p.

Downloads

Publicado

01.07.2021

Como Citar

PENA-VEGA, Alfredo. A consciência da incerteza: os desafios de uma política de “Terra-Pátria. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 57, p. e20271, 2021. DOI: 10.5585/eccos.n57.20271. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/20271. Acesso em: 23 maio. 2025.

Edição

Seção

Dossiê 57 - 100 Anos de Edgar Morin
Visualizações
  • Resumo 713
  • PDF 484