Sindicalismo dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, ajuste neoliberal e reformas educacionais no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n70.27168Resumo
O texto examina a evolução do sindicalismo dos trabalhadores da educação durante a redemocratização na década de 1980. Aborda as reformas educativas implementadas sob a nova gestão pública, o ajuste fiscal e a reestruturação produtiva, que mudaram a postura sindical de confronto para uma de negociação e consenso, influenciada pela Terceira Via. Durante os mandatos de Lula e Dilma (2003-2016), houve uma maior abertura para a participação e para as negociações de alto nível, embora isso tenha reduzido as amplas mobilizações em defesa da educação pública. Nesse período, os sindicatos se dividiram entre aqueles que apoiavam e os que se opunham ao governo. A crise de 2008 e os protestos de junho de 2013, juntamente com as medidas de ajuste fiscal de 2014, reavivaram as greves e as mobilizações. As contrarreformas dos governos de Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2020) reposicionaram o movimento sindical em defesa da educação pública. O sindicalismo foi fundamental na eleição de Lula em 2022, com um foco na revogação das contrarreformas. Finalmente, o texto aborda as lutas e resistências recentes de educadores e movimentos sociais contra a reforma empresarial da educação, as respostas do governo atual e os desafios presentes.
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