Educação para a autonomia e libertação da classe trabalhadora: práticas educativas de resistência à lógica imposta pelo capital financeiro
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n71.27562Palavras-chave:
educação libertadora, capital financeiro, neoliberalismoResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise crítica sobre as políticas educacionais brasileiras, abordando as transformações ocorridas no sistema educacional e as diferentes resistências ao modelo neoliberal que se consolidou ao longo das últimas décadas. A análise considera as mudanças nas políticas educacionais desde os anos 1980 até os dias atuais, período em que a educação no Brasil foi progressivamente mercantilizada, com a gestão escolar sendo cada vez mais orientada por princípios de eficiência e produtividade. Esse processo ocorreu sob forte influência das políticas neoliberais estruturadas por países como os Estados Unidos e o Reino Unido, que introduziram uma visão tecnocrática na administração das escolas e reduziram o papel da educação a uma lógica de mercado, muitas vezes desconsiderando as particularidades e necessidades locais. Em contraponto a esse modelo, surgem diversas formas de resistência que buscam uma educação mais libertadora e dialógica, inspirada nas ideias de Paulo Freire, que valoriza a participação ativa das comunidades no processo educacional. Um exemplo significativo dessas resistências é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que desenvolve práticas educativas específicas para as comunidades campesinas, propondo uma educação que leve em conta as realidades locais e promova a emancipação social, em contraste com a abordagem tecnocrática e padronizada imposta pelo neoliberalismo.
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