O Consumo de Crédito como Expressão da Dádiva Sob a Perspectiva de Idosos de Baixa Renda
DOI:
https://doi.org/10.5585/bmj.v17i6.3848Palavras-chave:
Crédito. Dádiva. Idosos.Resumo
Objetivo: compreender como o consumo de crédito se expressa como dádiva, ao se analisar a perspectiva de idosos de baixa renda.
Métodos: entrevista em profundidade com roteiro semiestruturado e procedimentos etnográficos de observação participante.
Originalidade/Relevância: o crédito funciona como um componente-chave carregado de aspectos culturais que podem gerar um sentimento de liberdade ou prisão no consumidor, funcionando também como mecanismo de produção e governo de subjetividades coletivas e individuais, ainda pouco estudadas sob o prisma do idoso de baixa renda.
Resultados: foi possível notar que a dádiva abarca não só o ato de pagar, mas penetra sobre o subjetivo, projetando algo singular, incluindo os afetos, os laços e as emoções, em algo palpável como o empréstimo do nome; seus efeitos são anunciados e a quebra de qualquer parte do ciclo representa um ato contra a própria comunidade e não apenas com o idoso envolvido.
Contribuições teóricas: o estudo avança no entendimento da dádiva na ótica do consumo de crédito, ultrapassando a compreensão deste como um simples consumo de um produto financeiro. Os resultados discutidos descortinam a questão do “custo” e o “risco” da dádiva, elementos pouco presentes no relato de outros trabalhos que contemplaram a temática.
Contribuições sociais/para a gestão: este estudo contribui para que ofertantes de crédito alinhem suas estratégias de comunicação e relacionamento aos significados construídos pelos idosos em suas relações cotidianas, além disso, responsáveis por políticas públicas podem se inspirar para diminuir as disfunções e assimetrias presentes nas relações entre governo, empresas e cidadãos.