Autoformação no ensino superior: a experiência do curso de pedagogia no alto Sertão Paraibano
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n62.21794Palavras-chave:
autoformação docente, formação de professores, negação do saber, psiquismo.Resumo
Este texto tem o propósito de fomentar no âmbito acadêmico o debate acerca da autoformação docente. Tem-se um duplo objetivo: primeiro, elucidar os motivos históricos pelos quais a temática em apreço é quase inexistente na cultura docente brasileira. Para tanto, lança-se um olhar retrospectivo sobre o desenvolvimento do processo de escolarização do povo brasileiro, pois foram tais vivências que produziram historicamente o psiquismo o qual se manifesta na cultura docente da atualidade. Segundo, apresentar a autoformação como dimensão fundante da formação de professores. Estruturado com base em dados bibliográficos e empíricos, o estudo se apresenta como uma aproximação contextualizada ao tema. Recorreu-se a produções registradas no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior para identificar a existência ou ausência de pesquisas sobre autoformação, bem como aos dados de experiência consolidada de elaboração e vivência de Projetos de Autoformação Docente na Educação Superior, precisamente num curso de Pedagogia no Alto Sertão Paraibano. O exame das produções acadêmicas identificadas evidenciou um volume ínfimo de pesquisas sobre autoformação (0,20%), revelando que essa dimensão da formação docente está sendo negligenciada nas práticas e currículos acadêmicos. Urge, por conseguinte, ampliar o debate em torno do assunto, de modo a favorecer a renovação do pensamento pedagógico e a construção de uma nova mentalidade de valorização do saber como dispositivo capaz de impulsionar o desenvolvimento humano nas suas múltiplas dimensões: biológicas, sociais, cognitivas, afetivas, espirituais e culturais.
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