Descolonizando linguagens cartográficas – a construção de uma cartografia engajada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n61.21857

Palavras-chave:

cartografia engajada, cidade educadora, educadores populares, mapeamento coletivo, sentipensar.

Resumo

Neste artigo apresentamos algumas práticas desenvolvidas pelo Kollektiv Orangotango, um círculo de geógrafos críticos e amigos, em coevolução desde os anos 2000.  Além das intervenções artísticas no espaço público, a cartografia crítica é parte crucial de nosso trabalho, temos co-conduzido vários mapeamentos coletivos, publicado materiais educacionais de mapeamento, manuais multilíngues, tutoriais em vídeo e uma coleção internacional de contracartografias chamada This Is Not an Atlas. O mapeamento coletivo é um processo de reflexão territorial, conscientização e auto-organização, integrando diferentes tipos de conhecimentos, quotidianos, tradicionais, encarnados e acadêmicos, que podem fluir juntos e abrir espaço para a ação.  Sentimos que é crucial integrar uma noção de "sentipensar" - sentir/pensar - no que, com referência a Bell Hooks, pode ser chamado de "cartografia engajada", ou seja, uma cartografia baseada no diálogo que engaja "coração e mente".  Instaurando uma perspectiva espacial sobre a relação dialética entre nós humanos e nosso meio ambiente, entendemos o mapeamento coletivo como processo de alfabetização geográfica na vida quotidiana e espaço de ação por meio do diálogo "mediado pelo mundo".  Como educadores populares, pesquisadores militantes, lutamos por uma produção horizontal coletiva de conhecimento, por meio de intervenções práticas e reflexão teórica, numa perspectiva de uma cidade educadora.

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Biografia do Autor

Paul Schweizer, Universidade de Frankfurt

Geografo e pesquisador do Coletivo Orangotango

Orlando Coelho Barbosa, Centro Universitário FIEO

Doutor em Psicologia Educacional

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Publicado

28.06.2022

Como Citar

SCHWEIZER, Paul; COELHO BARBOSA, Orlando. Descolonizando linguagens cartográficas – a construção de uma cartografia engajada. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 61, p. e21857, 2022. DOI: 10.5585/eccos.n61.21857. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/21857. Acesso em: 5 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê 61 - Cidades Educadoras