Condições efetivas de trabalho de professores do Ensino Médio de Alagoas e Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n63.22250Palavras-chave:
condições de trabalho docente, ensino médio, lei nº 13.415/2017, política educacionalResumo
No presente artigo objetivou-se conhecer as condições efetivas de trabalho dos professores do Ensino Médio da rede pública estadual dos estados nordestinos de Pernambuco e Alagoas. Elencaram-se para essa discussão a carreira e remuneração dos professores, esforço docente e a infraestrutura das escolas de Ensino Médio. Para tanto, fez-se, metodologicamente, uso da abordagem dialética, pois se compreende que os aspectos quantitativos e a análise qualitativa devem caminhar conjuntamente. Para a coleta de dados, utilizou-se o software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) a fim de se fazer a extração dos microdados do Censo Escolar de 2019. Analisaram-se indicadores educacionais dos professores e das escolas estaduais de Ensino Médio. A pesquisa apontou que o estado de Alagoas, com quase 60% de professores com contratos temporários e Pernambuco, com quase 40%, simbolizam bem a situação dos docentes e suas condições de trabalho. A dedicação exclusiva a uma única escola, com único vínculo empregatício e infraestrutura adequada são questões ainda distantes da realidade dos professores desses estados, o que significa também um distanciamento do cumprimento das metas presentes no Plano Nacional de Educação. O que se vê, por conseguinte, é a potencialização desses limites a partir da Reforma do Ensino Médio, além de um silenciamento na Lei nº 13.415/2017 na perspectiva da melhoria dessas condições de trabalho.
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