Childhood pedagogy in Brazil and Italy: the child in intercultural contexts historically marked by racism

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n51.13481

Keywords:

Young Children, Childhoods, Interculturality, Childhood Pedagogy, Racism.

Abstract

This article aims, from the postcolonial studies, the sociology of race relations, and bibliographic research data on peer cultures, to problematize young children’s education in historical and social contexts marked by processes of racialization. It is about disquietudes that arise from the research carried out in a Brazil-Italy transnational context, concerned with understanding the children’s place in the debate of citizenship and rights, considering the realities marked by immigration and historical ethnic-racial relations that result in social, cultural, and political phenomena that are built upon social and racial segmentation and segregation. In the Italian context, the article analyzes child education and the challenges that the migratory movement in the last decades have posed to daycare centers and pre-schools in intercultural terms. In Brazil, the historical trajectory of the construction of a political educational agenda that involves the cultural and ethnic-racial diversity is resumed against the monoculturality, guiding perspectives in the field of interculturality. Based on the analyses, it can be emphasized that the effects of racism are similar between the two countries since they correspond to a form of structuring of the society, but with distinct characteristics in their form of segregation and hierarchization, posing a challenge to the construction of educational practices for children in both countries.

Downloads

Author Biographies

Flávio Santiago

PDoutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UNICAMP, durante o doutoramento realizou estágio sanduíche na Università degli Studi di Milano-Bicocca com bolsa FAPESP. Participa do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Diferenciação Sociocultural - linha Culturas Infantis (UNICAMP) . Atua nos seguintes temas: pedagogia da infância, relações raciais, relações de gênero e educação das relações étnico-raciais em creches e pré-escolas.

Márcia Lúcia Anacleto de Souza, Prefeitura Municipal de Campinas

Doutora em Educação pela Faculdade de Educação - UNICAMP e pesquisadora das temáticas: infâncias, educação infantil, quilombos, relações étnico-raciais, identidade e etnografia na educação. Atua na formação docente em Educação para as Relações Étnico-Raciais e foi professora nos Cursos de Especialização em Educação para as Relações Étnico-Raciais (NEAB/UFSCar), com vínculo de bolsista na Universidade Aberta do Brasil (UAB/MEC), e no Curso de Aperfeiçoamento em Educação para as Relações Étnico-Raciais (NEAB/USFCar/RENAFOR-SEB/MEC/UNESCO). Também atuou como docente no Curso de Especialização em Educação Infantil da UFSCar - Campus Sorocaba. Participa do GEPEDISC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Diferenciação Sócio-Cultural (FE/UNICAMP). 

Ana Lúcia Goulart de Faria, UNICAMP

Desde 1984 é docente da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Coordena a linha culturas infantis do GEPEDISC- grupo de estudos e pesquisa em educação e diferenciação sócio cultural. Tem publicações, pesquisas e orientações de Graduação, Pós-Graduação e pós doc nas áreas de Pedagogia e Formação Docente, atuando quase exclusivamente na primeira etapa da educação básica, na Educação Infantil em creches e pré-escolas, na Pedagogia da infância, pequena infância e relações de gênero, pequena infância e classe social, pequena infância e relações étnico-raciais , parque infantil, crianças pequenas de 0 a 6 anos, Sociologia da infância, culturas infantis e formação para a especificidade da docência em creches e pré-escolas. Desde a finalização do pós-doc (bolsa PDE/CNPq) na Università degli Studi di Milano-Bicocca, em setembro de 2010, é membro do Colegiado Docente de Doutorado da mesma. Foi do Conselho Municipal de Educação de Campinas de 2004-2006 e é atualmente membra do grupo gestor do Fórum Paulista de Educação Infantil 2016-2018. Atualmente aposentada continua professora colaboradora da FE Unicamp orientando, publicando e desenvolvendo 3 projetos de pesquisa sempre na intersecção idade-relações de gênero-classe social-relações étnico-raciais no Brasil, na Itália (com a Università degli Studi Milano Bicocca) e na Suécia.

References

BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. Brancos e negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da formação, manifestações atuais do preconceito de cor na sociedade paulistana. 4 ed. São Paulo: Global, 2008.

CARONIA, Leizia; BOLOGNESI, Ivana. Costruire le differenze: immagini di straneiro nei contesti educativo. In: NIGRIS, Elisabetta. Pedagogia e didattica interculturale: culture, contesti, linguaggi. San Bonico: Pearson, 2015. p. 67-99.

CAVALLEIRO, Eliane. S. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2003.

CESARO, Vicenzo Società multietniche e multiculturalismo. Milano: Vita e Pensiero, 2000.

CURCIO, Anna; MELLINO, Miguel. La Razza al Lavoro: Rileggere il razzismo, ripensare l’antirazzismo in Itália. In: CURCIO, Anna; MELLINO, Miguel. (orgs.) La razza al lavoro. Roma: Manifesto Libri, 2012, p. 7- 36.

DIAS. Lucimar Rosa. Diversidade Étnico-racial e Educação Infantil. Três Escolas. Uma questão. Muitas Respostas, Dissertação (Mestrado em Educação), UFMS, 1997.

_____. No fio do horizonte: educadoras da primeira infância e o combate ao racismo. 2007. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

FARIA, Ana Lúcia G. O espaço físico como um dos elementos fundamentais para uma pedagogia infantil. In: FARIA, Ana Lúcia G.; PALHARES, Mariana (orgs). Educação infantil pós - LDB: rumos e desafios. Campinas: Autores Associados, 4 ed., 2003, p. 67-100.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Gloral, 2008.

______. O negro no mundo dos brancos. 2. ed. São Paulo: Global, 2007.

FONTAINE, Anne-Marie; L’osserrvazione al nido: guide per educatori e professionisti della prima infanzia. Verona: Erickson, 2017.

GOMES, Nilma L. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

GONÇALVES, Luiz A. O., GONÇALVES e SILVA, Petronilha B. Movimento negro e educação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 15, set-dez, 2000, p. 134 -158.

GUSMÃO, Neusa M. M. De. Interculturalidade e educação: diálogo e conflito na formação e prática docente. Devir Educação, Universidade Federal de Lavras, v. 1, n. 1, 2017, p. 75-96.

HANNERZ, Ulf. La diversità culturale. Bologna: Il Mulino, 2001.

HASENBALG, Carlos. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

INFANTINO, Agnese. Cultura dell’infanzia e servizi educativi: persistenze e innovazione. In: CAGGIO, Francesco; INFANTINO, Agnese. (Orgs.) … Con bambini e famiglie. Un’esplorazione in luoghi d’infanzia. Milano: Edizioni Junior, 2008. p. 171-199.

JEDLOWSKI, Paolo. Il sapere dell’esperienza: fra l’abitudine e il dubbio. Roma: Carocci Editore, 2008.

MELINO, Miguel. La critica postcoloniale: descolonizzazione, capitalismo e cosmopolitismo nei postcolonial studies. Roma: Meltemi, 2005.

NIGRIS, Elisabetta. Insegnare e apprendere fra le culture. Um approccio transculturale e inclusivo della didattica. In: NIGRIS, Elisabetta. Pedagogia e didattica interculturale: culture, contesti, linguaggi. San Bonico: Pearson, 2015, p.101-139.

OLIVEIRA, Fabiana. Um estudo sobre a creche: o que as práticas educativas produzem e revelam sobre a questão racial? Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, 2004, 112 fls.

PEREIRA, Artur Oriel. “VOCÊ QUER SER MEU AMIGO?”: um estudo interseccional das práticas de amizade entre as crianças pequenas na educação infantil. Relatório de Qualificação – Programa de Pós-Graduação em educação. Universidade Estatual de Campinas, Campinas, 2019.

PRADO, Patrícia. D. Educação e cultura infantil em creche: um estudo sobre as brincadeiras de crianças pequenininhas em um CEMEI de Campinas/SP. 1998. 139 f.Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. 1998.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. (Org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, 2005, p. 107-130. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resource/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf. Acesso em: 08 dezembro de 2019.

ROSEMBERG, Fulvia. Educação infantil, classe, raça e gênero. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas), São Paulo, v. 96, 1996, p. 3-86.

SANTIAGO, Flávio. Estudos pós-coloniais e o emprego da categoria racial nas pesquisas europeias: uma entrevista com Miguel Mellino. ETD - Educação Temática Digital, Biblioteca da Faculdade de Educação, Unicamp. Campinas, SP, v. 20, n. 2, p. 570-578, abr. 2018. ISSN 1676-2592. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8651375>. Acesso em: 26 mar. 2019. doi:https://doi.org/10.20396/etd.v20i2.8651375.

SANTOS, Solange Estanislau dos; SANTIAGO, Flávio; MACEDO, Elina Elias de; BARREIRO, Alex; FARIA, Ana Lúcia Goulart de. Apresentação: discursos e políticas de resistências para se pensar pedagogias descolonizadoras. In: SANTOS, Solange Estanislau dos; SANTIAGO, Flávio; MACEDO, Elina Elias de; BARREIRO, Alex; FARIA, Ana Lúcia Goulart de. (orgs.) Pedagogias descolonizadoras e infâncias: por uma educação emancipatória desde o nascimento. Maceió: Edufal/ Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2018, p. 13-26.

SANTIAGO, Flávio. “O meu cabelo é assim… igualzinho o da bruxa, todo armado”. Hierarquização e racialização das crianças pequenininhas negras na educação infantil. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Unicamp. Campinas/SP, 2014, 147f.

_____. Eu quero ser o Sol: (Re)interpretações das intersecções entre as relações raciais e de gênero nas culturas infantis entre as crianças de 0–3 anos em creche. Tese (Doutorado em Educação) – – Faculdade de Educação, Unicamp. Campinas/SP, 2019. 112 f.

SILVA, Clara. Intercultura e cura educativa nel nido e nella scuola dell’infanzia. Parma: Edizioni Junior, 2011.

_____. Entrevista concedida a Flávio Santiago. 17 maio 2018, UniFI: Firenze.

SILVA, Consuelo. D. Negro, qual é o seu nome? Belo Horizonte: Mazza, 1995.

SIRNA, Concetta. Postcolonial education e societá multiculturali. Lecce: Pensa Multimedia, 2003.

SOUZA, Ellen Gonzaga de Lima. Percepções de infância de crianças negras por professoras de Educação Infantil. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de São Carlos, 2012a.

SOUZA, Marcia Lúcia Anacleto de. Ser quilombola: identidade, território e educação na cultura infantil. Tese de Doutoramento. Campinas, SP, UNICAMP, 2015b.

TRINIDAD, Cristiane. Identificação étnico-racial na voz de crianças em espaços de educação infantil. Tese (Doutorado em Psicologia). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011, 222f.

TOGNETTI, Gloria. I servizi educativi per l’infanzia. Contesti di relazione tra identità e diversità. In: SILVA, Clara. Educazione e cura dell’infanzia nell’Unione Europea, Edizioni ETS: Pisa, 2016, p. 281-290.

VIGNA, Carmelo; ZAMAGNI, Stefano. Multiculturalismo e identità. Milano: Vita e Pensiero, 2004.

Published

2019-12-27

How to Cite

SANTIAGO, Flávio; ANACLETO DE SOUZA, Márcia Lúcia; GOULART DE FARIA, Ana Lúcia. Childhood pedagogy in Brazil and Italy: the child in intercultural contexts historically marked by racism. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 51, p. e13481, 2019. DOI: 10.5585/eccos.n51.13481. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/13481. Acesso em: 1 may. 2025.
Views
  • Abstract 1215
  • PDF (Português (Brasil)) 571