Alegações de saúde e nutrição no consumo de alimentos funcionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/remark.v19i1.14919

Palavras-chave:

Alimentos funcionais, Sucos prontos para beber, Modelo de Crença em Saúde (MCS), Teoria de Comportamento Planejado (TCP)

Resumo

Objetivo: O objetivo é compreender a escolha dos consumidores em relação aos alimentos funcionais por meio da intersecção entre o Modelo de Crença em Saúde (MCS) e a Teoria do Comportamento Planejado (TCP). Objetivos específicos são: (i) entender como o consumidor avalia as alegações de nutrição e de saúde (ii) como o modelo MCS e TCP combinados explicam a escolha por um alimento funcional.

Método: Oito grupos focais proveram o corpus de pesquisa para uma análise qualitativa de conteúdo.

Originalidade/Relevância: O conceito de alimento funcional é complexo e pouco compreendido por consumidores. Os sucos apresentam inúmeras variações com percebem as alegações de saúde e nutrição.

Resultados: As alegações de nutrição são relevantes, mas são mais associadas às matérias-primas do que aos nutrientes adicionados. O argumento sobre vitaminas e fibras são sobrepujados pela fruta de origem. A alegação de saúde não emerge e isto pode ser explicado pelos constructos da susceptibilidade, gravidade e benefícios. A Indução à Ação decorre, principalmente, por um gatilho interno de falta de nutrientes, porém, quando isto ocorre, já está em um estado bastante avançado e os alimentos funcionais não serão mais suficientes para reverter o quadro, devendo-se buscar medicamentos ou suplementos de maior poder medicinal. 

Contribuições teóricas/metodológicas: Aperfeiçoa-se o modelo de intersecção de MCS e TCP com maior clareza e destaque aos constructos originais, mantendo os fatores externos, e enfatizando o constructo Indução à Ação.

Contribuições sociais / para a gestão: Os consumidores percebem a fruta como elemento nutricional, mas ainda não percebem o benefício de um alimento funcional. A palavra funcionalidade está ligada a trânsito intestinal, além disso, um suco funcional é visto como individual e não para ser comprado para toda família. As ações que promovem a mudança por hábitos saudáveis e os benefícios à saúde decorrentes da alimentação devem fornecer informações mais precisas. No tocante aos sucos prontos para beber recomenda-se a indicação na embalagem do produto deve conter a quantidade de suco de fruta presente ou a palavra integral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Martins Costa, Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM

Mestre em Administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM, São Paulo.

Suzane Strehlau, Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM

Doutora e mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV - EAESP). Visiting Schollar no Groupe HEC, França. Participante do Program of International Management na Wissenschaftliche Hochschule für Unternehmensführung (WHU, Koblenz, Alemanha) e do MBA do Institut Supérieur des Affaires ? Hautes Études Commerciales (ISA - HEC, Paris, França). Professora no PPGA da Escola Superior de Propaganda e Marketing 

Referências

Abraham, C.; Sheeran, P. (2015) The Health Belief Model: predicting and changing health behaviour. 3. ed. [s.l.]:, McGraw-Hill, p. 30-59.

Acocella, I. (2012) The focus groups in social research: advantages and disadvantages, Qual Quanti, 46, 1125-1136,.

Ajzen, I. (1991) The Theory of Planned Behavior, Organizational Behavior and Human Decision Processes vol. 50, p. 179-211.

Arai, S. (2002) Global view on functional foods: Asian perspectives. British Journal of Nutrition. Cambridge, 88, 139-143.

ATLAS.TI https://atlasti.com/free-trial-version/

Barbour, R. (2007) Doing Focus Groups. London: Sage,

Becker, M. H. (1974) The Health Belief Model and Personal Health Behavior. Health Education Monographs, 2, 324-473.

Carmo, Mônica et. al. Caracterização do mercado consumidor de sucos prontos para o consumo. Brazilian Journal of Food Technology. Campinas, v. 17, n. 4, p. 305-309, 2014.

Chin, Jing Huey & Mansori, Shaheen. (2018) Social Marketing and Public Health: A Literature Review. Journal of Marketing Management and Consumer Behavior, 2(2), 48-66.

CODEX CAC/GL 23-1997, 2013

Contini, C., Casini, L., Stefan, V., Romano, C., Juhl, H. J., Lähteenmäki, L., Scozzafava, G. E Grunert, K. (2015) Some like it healthy: Can socio-demographic characteristics serve as predictors for a healthy food choice? Food Quality and Preference 46, 103-112.

Decreto da Presidência da República número 6.871, de 4 de junho de 2009, lei n. 8.918, de 14 de julho de 1994 cap VII

Diplock, A. (1999) Scientific Concepts of Functional Foods in Europe Consensus Document. Britsh Journal of Nutrition. 81. 1-27.

DOYON, Maurice e LABRECQUE, JoAnne. (2008) Functional Foods: a Conceptual Definition. British Food Journal, 110, (11), 1133-1149.

Elshiewy, Ossama and Boztug, Yasemin (2018W) hen Back of Pack Meets Front of Pack: How Salient and Simplified Nutrition Labels Affect Food Sales in Supermarkets. Journal of Public Policy & Marketing, 37 (1), 55–67

FAO -ood and Agriculture organizations of the United Nations available at: http://www.fao.org/brasil/pt/ acessed 19/09/2019

Ferrarezi, A., Santos, K. E Monteiro, M. (2010) Avaliação crítica da legislação brasileira de sucos de fruta, com ênfase no suco de fruta pronto para beber. Revista de Nutrição. Campinas, 23. 667-677.

Gibbs, G. (2007) Analysing Qualitative Data. London: Sage,.

Glanz, K., Rimer, B., Viswanath, K. (2015) Health behavior and health education: theory, research and practice. 5. ed. [s.l.]: Wiley.

Godin, G. E Kok, G. The theory of planned behavior: A review of its applications to health- related behaviors, American Journal of Health Promotion; 11(2), p. 87-98, 1996. Hochbaum, G. M. (1958) Public Participation in Medical Screening Programs: A Socio- Psychological Study, U.S. Dept. Of Health, Education, And Welfare.

ILSI Available at . Acessed: 2 Mar. 2018.

Kassem, N. & E Lee, J. (2004) Understanding soft drink consumption among male adolescents using the theory of planned behavior, Journal of Behavioral Medicine 27(3), p. 273-96.

Kaur, N. & Singh, D. P. (2017) Deciphering the consumer behaviour facets of functional foods: A literature review. Appetite. 112, 167-187.

Kirscht, J. P. (1974) The Health Belief Model and Illness Behavior. Helth Education Monographs, 2, 2387-2408.

Kotilainen, L., Rajahlati, R., Ragasa, C. E & Pehu, E. (2006) Health Enhancing Foods

Opportunities for Strengthening the Sector in Developing Countries, Agriculture and Rural Development Discussion Paper 30, Banco Mundial.

Küster-Boluda, I.& Vidal-Capilla, I. (2017) Consumer attitudes in the election of functional foods. Spanish Journal of Marketing – ESIC. Valencia, 21, 65-79.

Krueger, R. (1994) Focus Group. A practical guide for applied research. Newbury Park: Sage.

Menrad, K. (2003) Market and marketing of functional food in Europe. Journal of Food Engineering. Karlsruhe, 56, 181–188.

Mollet, B. E Rowland, I. (2002) Functional foods: at the frontier between food and pharma, Current Opinion in Biotechnology. Lausanne, 13, 483-485.

Montano, D.E. & Kasprzyk, D. (2008) Theory of reasoned action, theory of planned behavior, and the integrated behavioral model. In: Glanz, K., Rimer, B.K. and Viswanath, K. Eds., Health Behavior and Health Education, Jossey-Bass, San Francisco, 67-96

Poss, J. (2001) Developing a new model for cross-cultural research: Synthesizing the Health Belief Model and the Theory of Reasoned Action. Advances in Nursing Science, 23(4), 1- 15.

Raghunathan, R., Naylor, R. & Hoyer, W. (2006) The Unhealthy = Tasty Intuition and Its Effects on Taste Inferences, Enjoyment, and Choice of Food Products. Journal of Marketing – American Marketing Association, 70, 170-184.

Roberfroid, M. B. (2002) Global view on functional foods: European perspectives. British Journal of Nutrition. Louvain-la-Neuve, 88, 133-138.

Rosenstock, I. M. (1950) What Research in Motivation Suggests for Public Health. American Journal of Public Health, 50, 295-302.

¬¬¬¬¬¬¬¬

__________ , (1974) The Health Belief Model and Preventive Health Behavior, Health Education Monographs, 2(4), 354-386.

Rossi, G., Serralvo, A. & Belmiro, J. (2014). Análise de conteúdo Revista Brasileira de Marketing – ReMark Edição Especial –13, 39-48

Siró, I., Kapolna, E., Kapolna, B. E Lugasi, (2008) A. Functional food. Product development, marketing and consumer acceptance – A review. Appetite. 51, 456-467.

Sun, X., Gou, Y., Wang, S. & Sun, J. (2006) Predicting iron-fortified soy sauce consumption intention: application of the Theory of Planned Behavior and Health Belief Model, Society For Nutrition Education, 38, 276-285.

Taylor, D., Bury, M., Campling, N., Carter, S., Garfield, S., Newbould, J. & Rennie, T. (2006) A review of the use of the Health Belief Model (HBM), the Theory of Reasoned Action (TRA), the Theory of Planned Behaviour (TPB) and the Trans-Theoretical Model (TTM) to study and predict health-related behaviour change. London: The School of Pharmacy, University of London.

Van Der Horst, K., Timperio, A., Crawford, D., Roberts, R. Brug, J. E Oenema, A. (2008) The school food environment: Associations with adolescent soft drink and snack consumption, American Journal of Preventive Medicine, 35(3), 217-223, September.

Veeman, Michele. (2002) Policy Development for Novel Foods: Issues and Challenges for Functional Food. Canadian Journal of Agricultural Economics. v. 50, p. 527-539,

Zoelner, J. et al. (2012) Qualitative Application of the Theory of Planned Behavior to Understand Beverage Behaviors among Adults, Journal of Academic Nutrition Diet, 112(11), 1774–1784.

Zou, P., Li, Y., and Liu,Y. (2018) The Impact of Nutrition Label Regulation on Firm Marketing Action and Performance in China Journal of Public Policy & Marketing, 37 (1), 55–67

Downloads

Publicado

01.01.2020

Como Citar

Costa, M. M., & Strehlau, S. (2020). Alegações de saúde e nutrição no consumo de alimentos funcionais. ReMark - Revista Brasileira De Marketing, 19(1), 216–236. https://doi.org/10.5585/remark.v19i1.14919

Edição

Seção

Artigos