Por dentro do copinho: consumo simbólico e identitário das consumidoras de coletor menstrual
DOI:
https://doi.org/10.5585/remark.v19i2.17774Palavras-chave:
Consumo, Mulheres, Coletor menstrual, IdentidadeResumo
Objetivo: Buscou-se compreender como o item de higiene íntima coletor menstrual se relaciona com a construção da identidade das consumidoras.
Método: Este trabalho é qualitativo, exploratório, e foi utilizado o método focus group, em dois momentos distintos, com quinze mulheres que possuíam idade, escolaridade e estado civil diversos. A análise de conteúdo foi usada para interpretação dos dados.
Originalidade/Relevância: Este estudo se refere a como funciona o consumo do coletor menstrual no contexto contemporâneo e como as mudanças no consumo reforçaram a necessidade de contestação política, social e econômica.
Resultados: O consumo do coletor menstrual vai além da busca por componentes racionais. A obtenção deste produto está relacionada a símbolos associados a preocupações ambientais, aspectos relacionados a saúde, autoconhecimento e autonomia. Além disso, este item é capaz de comunicar a identidade e transformar a realidade das consumidoras no contexto investigado.
Contribuições teóricas/metodológicas: Este artigo supre as lacunas sobre como funciona o consumo do coletor menstrual e como este consumo transforma velhas identidades, de modo que proporciona aos atores sociais estudados o discernimento sobre aspectos capazes de transformar a sociedade contemporânea.
Contribuições sociais/para a gestão: Este estudo aponta que o uso do coletor menstrual auxiliou na ruptura de padrões limitantes que circundam as relações sociais e comportamentais das mulheres participantes do estudo. Ademais, as empresas que atuam em segmentos similares podem fomentar seu mercado de atuação, a partir da construção de novas consciências mercadológicas relativas a sustentabilidade, a saúde e promoção da autonomia das consumidoras.
Downloads
Referências
Almeida, S. R. G. (2002). Gênero, identidade, diferença. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 9, 90-97.
Amaral, N. B., & Loken, B. (2016). Viewing usage of counterfeit luxury goods: Social identity and social hierarchy effects on dilution and enhancement of genuine luxury brands. Journal of Consumer Psychology, 26(4), 483-495.
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2005). Consumer culture theory (CCT): Twenty years of research. Journal of consumer research, 31(4), 868-882.
Barbosa, L., & Campbell, C. (2006). Cultura, consumo e identidade. FGV Editora.
Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo 4ªed. Lisboa: Edições, 70.
Belk, R. W. (1988). Possessions and the extended self. Journal of consumer research, 15(2), 139-168.
Bihagen, E., & Katz-Gerro, T. (2000). Culture consumption in Sweden: The stability of gender differences. Poetics, 27(5-6), 327-349.
Borlina Filho, V. (2012). Cidades de médio porte são as que mais crescem, aponta IBGE. Folha de São Paulo. 2012. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/63963-cidades-de-medio-porte-sao-as-que-mais-crescem-aponta-ibge.shtml>. Acesso em: 20 abr. 2018.
Braidotti, R. (2003). Becoming woman: Or sexual difference revisited. Theory, Culture & Society, 20(3), 43-64.
Bristor, J. M., & Fischer, E. (1993). Feminist thought: Implications for consumer research. Journal of consumer research, 19(4), 518-536.
Butler, J. (2003). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora Record.
Cairns, K., Johnston, J., & MacKendrick, N. (2013). Feeding the ‘organic child’: Mothering through ethical consumption. Journal of Consumer Culture, 13(2), 97-118.
Çevirme, A. S., Çevirme, H., Karaoğlu, L., Uğurlu, N., & Korkmaz, Y. (2010). The perception of menarche and menstruation among Turkish married women: Attitudes, experiences, and behaviors. Social Behavior and Personality: an international journal, 38(3), 381-393.
Chidid, I. R., & Leão, A. L. M. S. (2011). Atividades de consumo como recursos da construção da identidade pré-adolescente em interações verbais. Revista Organizações em Contexto, 7(13), 59-83.
Farage, M. A. (2006). A behind‐the‐scenes look at the safety assessment of feminine hygiene pads. Annals of the New York Academy of Sciences, 1092(1), 66-77.
García, M. C. D., & Welter, F. (2013). Gender identities and practices: Interpreting women entrepreneurs’ narratives. International Small Business Journal, 31(4), 384-404.
Geertz, C. (1981). A Interpretação das Culturas. São Paulo: Editora LTC.
Gonçalves, R. R. (2009). Identidade, consumo e sociabilidade: implicações éticas. Estudos e pesquisas em Psicologia, 9(1), 0-0.
Hall, S. (2006). A identidade cultural na pós-modernidade. TupyKurumin.
Hearn, J., & Hein, W. (2015). Reframing gender and feminist knowledge construction in marketing and consumer research: missing feminisms and the case of men and masculinities. Journal of Marketing Management, 31(15-16), 1626-1651.
Howard, C., Rose, C. L., Trouton, K., Stamm, H., Marentette, D., Kirkpatrick, N., Karalic, S., Fernandez, R., & Paget, J. (2011). FLOW (finding lasting options for women): Multicentre randomized controlled trial comparing tampons with menstrual cups. Canadian Family Physician, 57(6), e208-e215.
Katz-Gerro, T. (2004). Cultural consumption research: review of methodology, theory, and consequence. International Review of Sociology, 14(1), 11-29.
Liswood, R. (1959). Internal menstrual protection: Use of a safe and sanitary menstrual cup. Obstetrics & Gynecology, 13(5), 539-543.
Marcon, F. A., Marcon, G. A., & Rocha, R. A. da. (2017). Marketing Crítico e Ideologia Feminista na Pós-Modernidade. Anais... SEMEAD.
Mariano, S. A. (2005). The subject of feminism and post-structuralism. Revista Estudos Feministas, 13(3), 483-505.
McCracken, G. (2007). Cultura e consumo: uma explicação teórica da estrutura e do movimento do significado cultural dos bens de consumo. Revista de Administração de Empresas, 47(1), 99-115.
North, B. B., & Oldham, M. J. (2011). Preclinical, clinical, and over-the-counter postmarketing experience with a new vaginal cup: menstrual collection. Journal of Women's Health, 20(2), 303-311.
Oliveira, J. S. (2011). Representações das relações entre cultura, consumo e etnia: as representações culturais das mulheres negras no mercado consumidor brasileiro. Revista de Administração, 9(2), 108-130.
Oliveira, M., & Freitas, H. (2006). Focus group: instrumentalizando o seu planejamento. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 325-346.
Patterson, C. E., & Hogg, M. K. (2004). Gender identity, gender salience and symbolic consumption. ACR Gender and Consumer Behavior.
Pena, E. F. (1962). Menstrual protection. Advantages of the menstrual cup. Obstet Gynecol, 19(5), 684-687.
Sardenberg, C. M. (1994). De sangrias, tabus e poderes: a menstruação numa perspectiva sócio-antropológica. Estudos feministas, 314-344.
Schiffman, L.G., & Kanuk, L. L. (2000). Comportamento do Consumidor. 6.ed. Porto Alegre: LTC. p. 59-80.
Segal, B., & Podoshen, J. S. (2013). An examination of materialism, conspicuous consumption and gender differences. International Journal of Consumer Studies, 37(2), 189-198.
Silva, I. S., Veloso, A. L., & Keating, J. B. (2014). Focus group: Considerações teóricas e metodológicas. Revista Lusófona de Educação, (26), 175-190.
Souza, T. M. (2017). Perspectivas sobre a menstruação: análise das representações na publicidade e na militância feminista online. CSOnline - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, (23), 295-314.
Stewart, K., Powell, M., & Greer, R. (2009). An alternative to conventional sanitary protection: would women use a menstrual cup?. Journal of Obstetrics and Gynaecology, 29(1), 49-52.
Walther, L., & Schouten, J. W. (2016). Next stop, Pleasure Town: Identity transformation and women's erotic consumption. Journal of Business Research, 69(1), 273-283.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Fernanda de Aguiar Zanola, Ana Cristina Ferreira, Luiz Guilherme Rodrigues Antunes, Lucas Rocha Vieira, Luiz Henrique de Barros Vilas Boas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Resumo 1457
- PDF (English) 857