Desafios da educação popular em contextos de privação de liberdade
DOI:
https://doi.org/10.5585/eccos.n52.17100Palavras-chave:
Educação, Oprimido Pedagogia, Popular PrisãoResumo
É possível a educação, em contextos de privação de liberdade, constituir-se como educação dialógica, como prática de liberdade? Este questionamento provoca reflexões sobre as possibilidades de análise da educação em contextos de privação de liberdade à luz dos principais aspectos desenvolvidos por Paulo Freire, na obra Pedagogia do oprimido. A partir da análise da obra, propomos o debate sobre a educação implementada para jovens e adultos em situação de privação de liberdade, com o objetivo de problematizar as possibilidades de reflexão sobre a educação em contextos de privação de liberdade à luz de conceitos e categorias desenvolvidos por Paulo Freire. Para refletir sobre as possibilidades de leitura da Pedagogia do oprimido e os desafios da educação popular em contextos de privação de liberdade, dialogamos com alguns estudos das ciências sociais, principalmente com os que refletem sobre o sistema prisional na sociedade contemporânea. Dentre os achados no estudo, o principal, nos parece, é resgatar a afirmação aparentemente óbvia da humanidade que, quando reduzida na prisão, afeta toda a sociedade, uma vez que o cárcere não é uma instituição isolada do mundo; ela faz parte da sociedade.
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