Educação, clandestinidade e cultura política: a denúncia como princípio e recurso educativo nas páginas de A Classe Operária
DOI:
https://doi.org/10.5585/46.2023.24489Palavras-chave:
A Classe Operária, História da Educação, clandestinidade, cultura políticaResumo
O objetivo central deste artigo é apresentar os resultados parciais de uma investigação acerca do papel educativo do jornal A Classe Operária, que circulou clandestinamente durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Relacionando os conceitos de educação, clandestinidade e cultura política, além de considerar referenciais metodológicos ligados aos potenciais usos da fonte jornal para a História da Educação, a análise de vinte (20) edições deste periódico, entre 1967 e 1969, demonstrou que A Classe Operária foi um importante instrumento de educação para os comunistas na clandestinidade. Em suas páginas, a denúncia teve centralidade como princípio e recurso educativo. Como princípio, teve a função de disseminar valores, crenças, convicções e pressupostos associados à cultura política comunista, o que já era uma prática educativa desde o seu surgimento em 1925. Como recurso, serviu como um disseminador de valores que enfatizavam o comprometimento, a solidariedade e a lealdade com a organização partidária, além da capacidade de enfrentar riscos e adversidades, principalmente quando a militância comunista precisou atuar na clandestinidade, entre fins dos anos 1960 e meados dos 1970.
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