Vidas negras importam? A urgência de pensar a educação antirracista frente aos impactos da pandemia de COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/dialogia.n36.17917

Palavras-chave:

Educação antirracista, Racismo, Pandemia COVID-19

Resumo

Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou como pandemia a COVID-19, doença infecciosa que se espalhou pelo mundo, tornando-se necessárias diretrizes de contenção para redução de sua transmissão.  O impacto dessas medidas foi sentido em âmbito gerais, intensificando a crise político-econômica em boa parte do mundo, o que tornou mais visível as desigualdades sociais, fruto de questões de raça, gênero e classe. Nesse momento, fontes de informação passam a mostrar as consequências disso, a partir do assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos da América (EUA), morto em maio do mesmo ano, por um policial branco, através de asfixia, emergindo, assim, uma série de protestos antirracistas e contra violência policial. No Brasil, esses protestos se juntam a tantos outros casos em debate, como o do menino João Pedro de 14 anos, morto em uma operação policial no complexo do Salgueiro (RJ). Isso tudo, acende debates em torno do racismo, colocado, tantas vezes, como prática vinculada a falta de informação e educação. A partir dessas colocações, questionamos: por que precisamos pensar o antirracismo no contexto da educação na pandemia e no pós-pandemia? Para além, buscamos refletir, a partir de uma base metodológica de revisão de literatura, sobre o racismo e a educação e suas ligações intrínsecas com várias facetas da vida cotidiana e das necessidades do antirracismo como ferramenta de enfrentamento das desigualdades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Carla Da Silva Costa, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em Ciência da Informação pelo convênio Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestra em Ciência da Informação - Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Bacharel em Biblioteconomia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); licenciada em História - Universidade Potiguar (UNP); bacharelanda em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); pós-graduanda lato sensu em Docência pelo Instituto Federal de Minas Gerais (Campus Arcos). Parte dos grupos de Pesquisa: Sociologia e Informação (GEPSI) e Informação, Memória e Sociedade (IMeS).

Viviane Lima Martins, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, campus Arcos.

Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com a titulação de Mestre na mesma instituição. Graduada em Letras pela Universidade de São Paulo, e especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Campinas e em Língua Inglesa pela Loyola University Chicago. Possui segunda licenciatura em Pedagogia pela FAPAN - Paraná, especialização em Gestão Escolar e em Tecnologias Digitais e Inovação em Educação, ambas pela UNICSUL, e aperfeiçoamento em Docência na Educação a Distância - Aprendizagem Baseada em Problemas / Projetos, pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Experiência, tanto em cursos presenciais quanto em Educação a Distância (EaD), na área de Letras e Linguística, com ênfase em Educação, Linguística, Comunicação e Semiótica, atuando principalmente nos segmentos de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, Comunicação, Educação e Projetos (a partir da metodologia do Design Thinking), tendo como experiências as as disciplinas de Escrita Acadêmica e Metodologia Científica, Formação Docente, Linguística Aplicada e Análise do Discurso, Mídia e Educação, Literaturas Brasileira, Portuguesa, Inglesa e Norte-Americana, Estudos Tradutológicos e Metodologia do Ensino de Língua Inglesa, Linguagens de Mediações Tecnológicas (TIC), Análise das Mídias, Semiótica e Teorias da Comunicação. Atualmente é professora efetiva de Língua Portuguesa e Língua Inglesa EBTT no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, no campus Arcos.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política para o SUS. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017. Disponível: https://bit.ly/3eYKQGN. Acesso em: 24 jun. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. ENEM 2020 inscrições, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=apufjiGlIY0. Acesso em: 29 jun. 2020.

CANECO, Cássia; TAVARES, Jessica; MEDINA, Graciela. Quem tem o direito de sonhar um futuro pós-pandemia no Brasil? Nexo, 15 mai. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3eNPDdJ. Acesso em: 25 jun. 2020.

CARDOSO, Ivanilda Amado. Por que a o COVID-19 nos obriga a repensar a nossa concepção de educação? Portal GELEDES, 8 de mai. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3ihJYPi.Acesso em: 24 jun. 2020.

COSTA, Ligia Maria Cantarino da; MERCHAN-HAMANN, Edgar. Pandemias de influenza e a estrutura sanitária brasileira: breve histórico e caracterização dos cenários. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 7, n. 1, 2018. Disponível em: https://bit.ly/2YMuBXv. Acesso em: 26 jun. 2020.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Editora 34/Universidade Cândido Mendes, 2001.

GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: História: coleção para todos. Brasília: Ministério da Educação, 2005.

HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2013.

INSTITUTO UNIBANCO. Observatório de Educação do Ensino Médio e Gestão. Educação em Número: Desigualdade Racial. Disponível em: https://bit.ly/2NJVCV4. Acesso em: 20 jun. 2020.

KALCKMANN, Suzana et al . Racismo institucional: um desafio para a eqüidade no SUS?. Saúde soc., São Paulo , v. 16, n. 2, p. 146-155, 2007 . Disponível em: https://bit.ly/38eMOA1. Acesso em: 24 jun. 2020.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano. Cobogó: Rio de Janeiro, 2019.

MIGNOLO, Walter; PINTO, Júlio Roberto de Souza. A modernidade é de fato universal? Reemergência, desocidentalização e opção decolonial. Civitas, v. 15, n. 3, 2015.

MIGNOLO, Walter. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 32, n. 94, 2017.

NOGUEIRA, Fernanda. Pandemia de coronavírus deve piorar desigualdade racial no Ensino Médio. Porvir.org, 19 mai. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3ii31sH. Acesso em: 27 jun. 2020.

OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Opção decolonial e antirracismo na educação em tempos neofascistas. Revista da ABPN, v. 12, n. 32, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3eNpWdx. Acesso em: 29 jun. 2020.

PALHARES, Isabela. Escolas temem que adultos abandonem estudos após pandemia do coronavírus. Jornal folha de São Paulo, 2 jun. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/06/escolas-temem-que-adultos-abandonem-estudos-apos-pandemia-do-coronavirus.shtml. Acesso em: 25 jun. 2020.

PEREIRA, Amilcar. O mundo negro: relações raciais e a constituição do movimento negro no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas/FAPERJ, 2013.

SANTANA, Irapuã. Por que negros morrem mais: o racismo institucional no acesso à saúde. Nexo, 12 mai. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3dSX16F. Acesso em: 29 jun. 2020.

TUON, Ligia. Negros pediram mais auxílio emergencial, mas brancos tiveram maior sucesso. Revista exame, 17 jun. 2020. Disponível em: https://exame.com/brasil/negros-pediram-mais-auxilio-emergencial-mas-brancos-tiveram-maior-sucesso/. Acesso em: 29 jun. 2020.

ZANLORENSSI, Gabriel; GOMES, Lucas. A distribuição do auxílio emergencial por condição e por estado. Nexo, 24 jun. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3dLwdFd. Acesso em: 29 jun. 2020.

Downloads

Publicado

22.12.2020

Como Citar

DA SILVA COSTA, Fernanda Carla; MARTINS, Viviane Lima. Vidas negras importam? A urgência de pensar a educação antirracista frente aos impactos da pandemia de COVID-19. Dialogia, [S. l.], n. 36, p. 116–127, 2020. DOI: 10.5585/dialogia.n36.17917. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/dialogia/article/view/17917. Acesso em: 13 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê O (Re)inventar da Educação em Tempos de Pandemia