Somos um imenso bordado de nós: experiências escolares que escapam dos modelos cisheteronormativos
DOI:
https://doi.org/10.5585/41.2022.21762Palavras-chave:
cisheteronormatividade, educação escolar, gênero e sexualidade, LGBTQIAResumo
Esse estudo tem o objetivo de problematizar as experiências escolares de cinco estudantes que escapam dos modelos cisheteronormativos de gênero e sexualidade. Utilizamos como aporte teórico-metodológico as contribuições dos estudos feministas, dos estudos gays e da Teoria Queer, centrando a aproximação com esses campos numa perspectiva pós-estruturalista. A presente investigação contou com a abordagem qualitativa e os dados foram construídos a partir da entrevista narrativa e do caderno de memórias. É possível dizer que na educação infantil e no ensino fundamental as experiências escolares das/os protagonistas dessa pesquisa se constroem a partir de referenciais negativos que as/os colocam em posições de subalternidade. Com a chegada do ensino médio, essas/es estudantes conseguiram se conectar com histórias, espaços e narrativas que produzem formas de inteligibilidade para seus grupos de pertença, ao passo que reafirmam e ressignificam suas identidades.
Downloads
Referências
ANDRADE. L. N. Travestis na escola: assujeitamento e resistência à ordem normativa. Tese (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal do Ceará, UFC, Fortaleza, 2012.
BARROS, D. T. Experiência das travestis na escola: entre nós e estratégias de resistências. 26/02/2014 166 f. Mestrado em psicologia. Instituição de Ensino: Universidade Federal de Pernambuco, Recife Biblioteca Depositária: Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco.
Bento, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549, jan. 2011. ISSN 1806-9584. Disponível em:https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2011000200016. Acesso em: 29 jan. 2019.
BOHM, A. M. Os Monstros e a Escola: Identidade e Escolaridade de Sujeitos Travestis. 01/12/2009 179 f. Mestrado em educação Instituição de Ensino, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Biblioteca Depositária: Biblioteca Setorial de Educação.
BRITZMANN, D. O que é essa coisa chamada amor: identidade homossexual, educação e currículo. Educação e Realidade. v. 21, n. 1, janeiro/junho e 1996.
BUTLER, Judith. Cambio del sujeto: La política de la resignificación radical de Judith Butler. In: CASALE, R. CHIACHIO, C. (Orgs.). Máscaras del deseo: una lectura del deseo en Judith Butler. Buenos Aires: Catálogos, 2009.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: Louro, Guacira Lopes (Org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Posfácio de Daniel Defert. São Paulo: Edições n-1, 2013.
FURLANI, J. Educação Sexual: possibilidades didáticas. In: Guacira Lopes Louro, Jane Felipe, Silvana Vilodre Goellner (Org.) Corpo, Gênero e Sexualidade: Um debate contemporâneo na Educação. RJ: Vozes, 2010.
GALLO, S. ASPIS, Renata Lima. Ensino de filosofia e cidadania nas “sociedades de controle”: resistência e linhas de fuga. Pro-Posições, Campinas, v. 21, n. 1 (61), p. 89-105, jan./abr. 2010.
GIGLIO, S. S.; NUNES, M. L. F. Reflexões sobre a regulação e a heterotopia nas aulas de Educação Física. Pro-posições, V. 29, N. 3 (88) | set./dez. 2018.
Giroux, H. A. Praticando estudos culturais nas faculdades de educação. In: Alienígenas na sala de aula. SILVA, T. T. (Org.). Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
GOMES, N. L. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: vozes, 2007.
JUNQUEIRA, R. D. Pedagogia do armário - A normatividade em ação. Retratos da Escola, [S. l.], v. 7, n. 13, p. 481–498, 2013. DOI: 10.22420/rde.v7i13.320. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/320. Acesso em: 1 mar. 2022.
JUNQUEIRA, R. D. A Pedagogia do Armário e currículo em ação: heteronormatividade, heterossexismo e homofobia no cotidiano escolar. In: MISKOLCI, R.; PELÚCIO, L. (Orgs.). Discursos fora da ordem: sexualidades, saberes e direitos. São Paulo: Annablume, FAPESP, 2012.
JUNQUEIRA, R. D. Currículo heteronormativo e cotidiano escolar homofóbico. Espaço do currículo, v.2, n.2, pp.208-230, setembro de 2009 a março de 2010
JUNQUEIRA, R. D. A Pedagogia do Armário: heterossexismo e vigilância de gênero no cotidiano escolar. Revista Educação On-line PUC-Rio, nº 10, p. 64-83, 2012.
LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.
LOPES, L. P. M. Sexualidades em sala de aula: discurso, desejo e teoria queer. In: MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. (Orgs). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
LOURO, G. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: vozes, 2013.
LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
LOURO, G. L.s; FELIPE, J.; GOELLNER, S. V. Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
MARTIN, A . D. and HETRICK, E. The Stigmatization of the Gay and Lesbian Adolescent. Journal ofHomosexuality: 1988.
MATURANA, Humberto. Uma abordagem da educação atual na perspectiva da biologia do conhecimento. In: Emoções e Linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG: 2009.
MILSTEIN, D.; MENDES, H. Escola, corpo e cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2010.
MISKOLCI, R. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Atêntica editora, Ouro Preto, 2016.
OLIVEIRA, C. D. Travestilidades e juventudes: conteúdos submersos no contexto escolar. 27/08/2014 62 f. Mestrado em Educação Escolar: Universidade Est. Paulista Júlio de Mesquita Filho/Araraquara. Biblioteca depositária: biblioteca da faculdade de ciências e letras da UNESP, campus de Araraquara.
PARAÍSO. M. A. Currículo, gênero e heterotopias em tempos do slogan “ideologia de gênero. In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, A. L. A. R. M.; OLIVEIRA, G. G. Os gêneros da escola e o (im)possível silenciamento da diferença no currículo. Recife: Editora da UFPE, 2018.
PASSETI, E. Anarquismo urgente. Centro de Cultura Social, São Paulo: 2007.
POLAK, R. “Notas” de uma vida: vivências trans em instituições de ensino. 26/08/2016 154 f. Mestrado em Desenvolvimento comunitário instituição de ensino: Universidade Estadual do centro-oeste, Irati Biblioteca Depositária: Universidade Estadual do Centro-Oeste.
PRECIADO, B. Multidões queer: nota para uma política dos “anormais”. Revista Estudos Feministas, v. 19, n. 1, p. 11-20, 2011.
RANNIERY, T. Currículo, normatividade e políticas de reconhecimento a partir de trajetórias escolares de 'meninos gays'. Archivos Analíticos De Políticas Educativas/ Education Policy Analysis Archives, v. 25, p. 1-32, 2017.
SALES, A. B. Travestilidades e escola nas narrativas de alunas travestis. 01/12/2012 114 f. Mestrado em Educação Instituição de Ensino: Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. Biblioteca Depositária: Biblioteca da Universidade Federal de Mato Grosso.
SANTOS, D. B. C. Cartografias da transexualidade: a experiência escolar e outras tramas. 01/08/2010 210 f. Mestrado em Educação Instituição de Ensino: Universidade Federal do Paraná, Curitiba Biblioteca Depositária: Biblioteca Central da UFPR.
SILVA, L. M. Trajetórias de alunos e alunas transgêneros na educação de jovens e adultos do município de Nova Iguaçu. 2015. 152 f. Dissertação (Mestrado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares) - Instituto de Educação/Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica-RJ, 2015.
VIEIRA, L. F. O; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. In: Educação em revista. Belo Horizonte: 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Dialogia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.