A universidade federal do amapá e a comissão de heteroidentificação: entraves, desafios e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.5585/39.2021.20426Palavras-chave:
Comissão de heteroidentificação, Ações afirmativas, UNIFAP, Amapá.Resumo
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a constituição do processo de formação da comissão de heteroidentificação na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), assim como o seu credenciamento. Para isso, realizou-se uma pesquisa qualitativa exploratória-reflexiva de cunho bibliográfico e documental. Os resultados apontam que a UNIFAP já regulamentou três comissões e com base nos dados, apenas duas seguem a obrigatoriedade de diversidade de cor e presença de pesquisadores com conhecimentos e capacitações acerca das relações raciais no Amapá, conforme é indicada na Portaria Normativa utilizada pela universidade e apresentada nos editais de ingresso universitário. Os dados apontam ainda uma necessidade de que as comissões sejam compostas por diversidades de cor e gênero, além de pesquisadores e militantes do movimento negro, com vistas às singularidades de cada região do Brasil.
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