Avaliação da aprendizagem na educação infantil e os contextos empobrecidos
DOI:
https://doi.org/10.5585/46.2023.25130Palavras-chave:
pobreza; infâncias; avaliação da aprendizagem na educação infantil; relatórios descritivos.Resumo
O artigo busca compreender os sentidos que têm sido atribuídos aos processos de avaliação da aprendizagem na educação infantil, a partir da análise de relatórios avaliativos de crianças matriculadas em três Centros Municipais de Educação Infantil, localizados em territórios periféricos da cidade de Vitória-ES. Fundamentando-se em autores, como Hoffmann (2012) e Godoi (2010), debate a avaliação da aprendizagem, refletindo como os relatórios avaliativos têm considerado os contextos sociais de vida de crianças empobrecidas. Recorre aos pressupostos da pesquisa-ação, sistematizados em um curso de extensão com profissionais da educação infantil. O curso possibilitou direcionar olhares para as práticas avaliativas classificatórias e excludentes. O estudo evidenciou uma educação voltada à escolarização das crianças a partir de modelos hegemônicos presentes também nas avaliações, que desconsideram as realidades sociais. Foi possível repensar com o coletivo práticas educativas-avaliativas que respeitem as subjetividades infantis em um movimento de defesa de uma educação pública e de qualidade efetivamente inclusiva.
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